Segundo Unica, indústrias são responsáveis por 14% da fabricação nacional e interromperam as atividades nesta segunda-feira (28). Prejuízos ainda não foram estimados.
As 27 usinas de açúcar e etanol que compõem a região de Ribeirão Preto (SP) paralisaram as operações nesta segunda-feira (28) em razão da greve dos caminhoneiros, que se estende pelo oitavo dia consecutivo.
De acordo com nota enviada pela União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), a falta de óleo diesel para abastecer as máquinas, equipamentos, peças e a diminuição de alimentos para o atender aos refeitórios dos funcionários estão entre os principais motivos.
A região de Ribeirão Preto é a mais representativa na produção dos derivados da cana-de-açúcar do Estado, com 26% da fabricação de São Paulo, 15,6% do Centro-Sul e 14,4% da nacional, segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
A redução das atividades nas indústrias de álcool começou desde a última sexta-feira (25). A multinacional francesa Tereos Açúcar & Energia Brasil informou que a maior parte das operações das unidades industriais foi interrompida.
Em nota, a empresa diz que os bloqueios em estradas da região continuam dificultando a chegada de insumos e matérias-primas essenciais às operações. As atividades interrompidas serão retomadas assim que os acessos forem restabelecidos. A usina não comunicou o valor dos prejuízos.
Cenário em São Paulo
Em nota, a Unica afirma que o cenário é preocupante e que a paralisação das usinas poderá aumentar os custos de produção e reduzir o faturamento das unidades produtoras em aproximadamente R$180 milhões por dia, em todo Estado de São Paulo.
Ainda de acordo com a instituição, o processo poderá comprometer o andamento de muitas empresas, que atualmente estão com nível de endividamento elevado, diante da crise vivenciada pelo setor sucroenergético nos últimos anos.
O Estado é responsável por 60% da produção brasileira de açúcar e etanol. Possui 14 mil produtores rurais fornecedores de cana e 150 usinas, que geram mais de 310 mil empregos diretos. As indústrias processam diariamente mais de dois milhões de toneladas de cana, 150 mil toneladas de açúcar e 100 milhões de litros de etanol por dia.
Fonte: G1