A divisão agrícola da Bayer no Brasil será o motor de crescimento da alemã no mundo, segundo o presidente global da divisão, Liam Condon. Depois da conclusão da compra da Monsanto, a receita combinada das empresas deve somar R$ 15 bilhões em 2018 no país.
“Do total, 80% corresponde à divisão agrícola. O Brasil é o segundo maior mercado no mundo e tem importância estratégica”, disse o executivo a jornalistas ontem.
Em 2017, a divisão agrícola da Bayer registrou vendas de € 9,6 bilhões, sendo € 1,9 bilhão originados na América Latina. Considerando a cotação do euro no fim do ano passado, a receita na região alcançou R$ 7,5 bilhões.
“O ponto de partida das duas empresas juntas seriam os R$ 15 bilhões no Brasil”, disse Condon, ressaltando que esse número já desconta a receita dos ativos que foram vendidos à Basf como condição para que os órgãos antitruste aprovassem a compra da Monsanto. O executivo evitou fazer projeções de faturamentos para os próximos anos. “Mas esperamos crescimento a partir desse valor”.
Sem mencionar números, Condon afirmou que as vendas da Bayer no Brasil devem crescer neste ano e em 2019. Recentemente, em teleconferência com analistas sobre os resultados da Bayer no primeiro trimestre, Condon deu indicações mais claras. Na ocasião, ele disse que as vendas no Brasil cresceram dois dígitos no primeiro trimestre.
Em 2017, o resultado global da Bayer foi diretamente afetado por um grande volume de produtos parados no canal de distribuição brasileiro, que provocou a devolução de itens e estagnação de vendas. Com provisões elevadas devido à expectativa de devolução, as vendas na América Latina foram negativas em € 69 milhões no segundo trimestre de 2017.
“No ano passado, estávamos numa situação dolorosa e não poderíamos deixar continuar. Agora, de volta ao normal, a demanda no mercado está relativamente robusta”, afirmou ele.
A integração das operações da Monsanto é esperada para agosto, após concluída a venda de ativos à Basf. A expectativa é que a divulgação do resultado do segundo trimestre da Bayer já seja feita em conjunto com a Monsanto, afirmou Condon. Segundo ele, cerca de 80% dos ganhos de sinergia esperados pela integração com a Monsanto devem vir do corte de custos com infraestrutura, e o restante com o aumento de receitas.
Fonte: Valor Econômico