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Cemig busca sócios para investir em geração distribuída

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A companhia de energia elétrica de Minas Gerais (Cemig), controlada pelo governo do Estado de Minas, está em busca de sócios para investir em geração distribuída, um negócio ainda inédito para a empresa.

As primeiras parcerias já começaram a sair do papel. São fazendas de painéis solares que estão sendo instaladas em três municípios de Minas: Janaúba, Manga e Corinto. A de Janaúba, no extremo norte do Estado, deve ficar pronta até novembro; as outras virão em seguida.

Para levar adiante esses projetos, a Cemig pôs em operação a Cemig Geração Distribuída. É uma empresa da estatal mineira que já existia, mas que até então estava inativa. A Cemig GD ganhou novo estatuto, estrutura e direção próprias. Seu plano de negócios inclui a construção de 600 usinas, prioritariamente solares nos próximos cinco anos em Minas.

O modelo de geração distribuída que a Cemig começa a testar é regulado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e permite que consumidores ou pequenos empreendedores invistam em estruturas próprias para gerar energia.

O principal atrativo desse modelo é o custo menor da eletricidade. A Cemig estima que o consumidor que adquirir energia desses futuros empreendimentos pagarão uma conta 15% a 20% menor do que a atual.

O negócio tem como alvo consumidores de pequeno porte como farmácias, padarias, lojas, pequenas fábricas, agências bancárias, supermercados, entre outros. Eles mesmos poderão se unir, desenhar um projeto de energia solar para abastecer seus negócios em associação à Cemig.

Para a direção executiva da companhia esse é um negócio que tem grande potencial.

“Começamos a operar na geração distribuída por meio da nossa empresa Efficientia, mas vimos que seria melhor ter uma empresa dedicada a esse assunto porque a possibilidade de crescimento é imensa”, disse ontem em entrevista ao Valor, o presidente da Cemig, Bernardo Salomão.

Em Minas Gerais há 8 milhões de consumidores de energia em baixa tensão, os quais poderiam ser beneficiados por modelo de geração, segundo a Cemig. A geração distribuída permite preços menores ao consumidor porque é um modelo que, em tese, não tem inadimplência e porque sobre a energia produzida dessa forma não são cobrados encargos regulatórios, como subsídios.

A opção da companhia por energia solar também ajuda a baratear os custos porque os preços das placas fotovoltaicas vêm numa tendência de queda nos últimos anos. Além disso, o Estado de Minas Gerais tem áreas com altos índices de insolação.

Para a Cemig GD não interessa projetar e gerir sozinha as fazendas solares. A empresa prevê ficar com até 49% de cada empreendimento. Os restante com sócios.

Há cerca de dois meses, a elétrica – controlada pelo Estado de Minas Gerais – lançou um edital para atrair possíveis sócios para os novos projetos da Cemig GD. “Nós já temos aqui mais de 100 projetos que estão sendo avaliados e três deles já estão aprovados e em processo de construção”, contou Salomão.

As primeiras dessas usinas solares têm custo de construção e instalação avaliado entre R$ 14 milhões e R$ 22 milhões. Os primeiros sócios dos três projetos iniciais são investidores, que apostam no retorno do negócio. O retorno sobre investimento é da ordem de 10%, segundo a empresa.

Essas usinas ficam distantes do local de consumo; a energia por elas gerada entra da rede da própria Cemig mas os consumidores pagam um valor inferior do que a cobrada pela distribuidora. “Esse é o novo negócio que surgiu no mercado brasileiro por força da resolução 482 da Aneel e muitos investidores e mesmo empresas se deram conta que teriam condição de fazer esse tipo de usinas, eólica ou solar, de até 5 MW”, afirma o executivo.

Em Minas Gerais há um incentivo extra para esse nicho: isenção de ICMS na energia gerada por empreendimentos solares de até 5 MW. “Apareceram muitos investidores interessados nesse mercado e diante disso a Cemig está convidando esses investidores a se associarem à nós”, afirma Salomão. A ambição da Cemig é ser líder no ramo de geração distribuída.

Pelos estudos da Cemig, ao longo de cinco anos, os investimentos necessários totais para as 600 usinas serão de cerca de R$ 6 bilhões. Parte virá da companhia, parte dos sócios. Mas a direção da Cemig leva o projeto ainda com muita cautela. E diz que estuda com muita atenção a viabilidade de cada projeto que chega à empresa.

“O importante disso é que abre para consumidores de baixa tensão a oportunidade de redução de custos de energia, dependendo de cada projeto, mas na ordem de 15% a 20%”, disse Bernardo Salomão.

Na Cemig, uma das ideias que norteiam a aposta nesse novo negócio é que se a empresa não entrar nisso sofrerá em uma concorrência cada vez maior de empresas do setor elétrico ou outros empreendedores que poderão apostar massivamente nesse forma mais barata de geração e atrair um número crescente de consumidores que até então dependiam exclusivamente da distribuição convencional feira pela própria Cemig.

Fonte: Valor Econômico

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