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Seca acende alerta para safra de cana do Brasil em 2019

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A severa estiagem no centro-sul do Brasil, que vem desde o outono, acendeu o sinal de alerta para a safra de cana do próximo ano, uma vez que a cultura tende a chegar ao período úmido, a partir de setembro, sem muita margem para chuvas abaixo da média, disseram especialistas à Reuters.

Por ora, a seca tem contribuído para o avanço da colheita das lavouras, mas o foco já se volta para as precipitações futuras, uma vez que o solo está com umidade bem reduzida em alguns locais, especialmente Paraná e São Paulo.

“O sinal de alerta está ligado, porque nesse período de abril até julho choveu bem abaixo da média. Isso já está afetando a safra de cana em andamento e a próxima vai depender demais das chuvas de verão”, afirmou o sócio-diretor da consultoria Job Economia e Planejamento, Julio Maria Borges.

“Se chover legal, até recupera, porque a cana é resistente. Mas essa recuperação vai depender da qualidade e do padrão da chuva. Por enquanto, o sinal é amarelo”, acrescentou.

Nos últimos 120 dias, as precipitações ficaram aquém do normal em praticamente todo o centro-sul, principal região produtora de cana do Brasil, o maior player global do setor sucroenergético.

No centro-oeste do Paraná, por exemplo, as chuvas registradas ficaram 300 milímetros abaixo da média, enquanto em Ribeirão Preto (SP), principal polo produtor do país, choveu 157 milímetros a menos, conforme o Thomson Reuters Agriculture Weather Dashboard.

Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Goiás também não viram muita água nesses últimos três meses.

A cana tem um ciclo anual e, após sua colheita, as chamadas soqueiras passam a depender de um regime hídrico regular para o pleno desenvolvimento da planta até a safra seguinte. Na temporada vigente, ainda há mais da metade das lavouras para serem colhidas.

Na esteira da seca, consultorias vêm reduzindo suas previsões para o volume de safra neste ano. Recentemente, foi a INTL FCStone que cortou sua estimativa de moagem ao menor nível desde 2014/15.

“É indiscutível que o tempo seco de fato afetou significativamente as lavouras do centro-sul. Entre os meses de fevereiro e junho, a precipitação sobre o cinturão canavieiro registrou 378 mm, 31,4 por cento abaixo do ano passado e 33,4 por cento a menos do que a média histórica”, comentou o analista de mercado da INTL FCStone, João Paulo Botelho, em comunicado.

Uma nova queda na safra de cana do Brasil poderia potencialmente colaborar para uma redução no excedente de açúcar projetado para o mundo na próxima temporada, além de reduzir a oferta de etanol no mercado brasileiro.

Chuvas irregulares?

Segundo o agrometeorologista Marco Antonio dos Santos, da Rural Clima, há uma tendência de que o período de chuvas chegue um pouco mais cedo neste ano, na virada de agosto para setembro, mas de forma “muito irregular”.

“Apesar de institutos estarem apontando para um retorno do El Niño por causa do aquecimento das águas nas regiões central e oeste do Pacífico, a parte leste, que banha a América do Sul, ainda se mantém com temperaturas abaixo da média, e por isso as chuvas serão irregulares quando chegarem”, disse, referindo-se ao fenômeno climático geralmente associado a mais precipitações no Brasil.

O agrometeorologista comentou ainda que, de fato, o centro-sul do país “carrega um estresse hídrico muito acentuado” e que as lavouras precisarão de mais chuva do que em outros anos.

Fonte: Reuters 

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