Fabricante do icônico pão australiano do Outback e das tortinhas do McDonald’s, a suíça Aryzta vai iniciar neste ano a construção da quinta fábrica de panificação congelada no Brasil. Serão investidos R$ 150 milhões para erguer uma unidade com 12 mil m2, dedicada à produção de pães na região Sul ou Sudeste. Depois de pronta, em 2020, será a maior fábrica da companhia, que atua em 19 países. O local de instalação deve ser definido nas próximas semanas.
Segundo Kevin Toland, presidente global da Aryzta, o país está entre os mercados que crescem mais rápido. A divisão que inclui América Latina, Ásia e Oceania representou 7% da receita, que no ano fiscal de 2017 foi de € 3,8 bilhões, queda de 2,1%. A região onde está o Brasil subiu 15,6%, mas houve queda na América do Norte e a Europa, que concentram a maior parte das vendas.
“Temos um negócio robusto no Brasil e com base de clientes importantes no “food-service”. Este aporte dará suporte para a expansão”, disse Toland. Ele comentou que o mercado de panificação congelada movimenta € 50 bilhões globalmente. Enquanto a média de crescimento no mundo é 4%, no país é o dobro. Segundo Toland, a multinacional suíça tem avanço de dois dígitos por aqui.
Listada na bolsa de Zurique, a Aryzta é a terceira maior empresa de panificação do mundo atrás do Grupo Bimbo, do México, e da japonesa Yamazaki Baking. Entre as redes atendidas estão Burger King, Starbucks, Abbraccio, Bob’s, Casa do Pão de Queijo e Subway, sendo responsável pela fabricação dos cookies. No varejo, vende pães e bolos congelados para o Grupo Pão de Açúcar (GPA), Walmart e Prezunic.
Claudio Gekker, presidente da companhia na América Latina, contou que a nova fábrica atenderá a demanda crescente por pão de hambúrguer. “Fornecemos para mais de 20 mil pontos de venda no país, inclusive redes menores, com 30 lojas”. A intenção também é incentivar o brasileiro a consumir outros tipos de pães, como artesanais e multigrãos.
Desde 2014, a multinacional suíça investiu ao redor de R$ 240 milhões no Brasil, onde está há 35 anos. Parte da produção é exportada para países como Argentina, Paraguai, Chile e Uruguai. Uma das unidades de panificação, localizada em Osasco (SP), está no complexo industrial que atende o McDonald’s, junto com outras empresas fornecedoras da rede como JBS e Martin Brower.
No Brasil, as gigantes de fast-food representam mais de 50% da receita. “Existe espaço para crescer porque o mercado é muito fragmentado. Apesar do ritmo lento de recuperação econômica, não alteramos nossos planos, tanto que estamos nos preparando para fazer nosso maior investimento”, afirmou Gekker.
Perguntado sobre o reflexo do desempenho das redes de fast-food no negócio da Aryzta, Toland preferiu não comentar. A receita global do McDonald’s, por exemplo, um dos principais clientes do grupo, recuou 18,8% entre 2013 e 2017. Localmente, Toland disse que as grandes redes de alimentação são fortes. No ano fiscal de 2017, o lucro líquido da Arysta caiu 42,5%, para € 179 milhões. (Valor Econômico)