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Vendas de etanol crescem 42%; mas produtividade do canavial cai 11,12%, diz Unica

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O volume total de etanol comercializado pelas unidades produtoras do Centro-Sul somou 1,34 bilhão de litros nos primeiros quinze dias de agosto, crescimento de 20,32% em relação à mesma quinzena do ano anterior (1,12 bilhão de litros), sendo 53,49 milhões destinados à exportação e 1,29 bilhão ao mercado doméstico.

Destaca-se, mais uma vez, a expansão das vendas do etanol hidratado no mercado interno, que atingiram 919,80 milhões de litros. Esse volume representa um expressivo aumento de 41,85% em relação ao valor registrado em igual período de 2017 (648,43 milhões de litros).

No caso do etanol anidro, o volume comercializado no mercado doméstico alcançou 371,34 milhões de litros na primeira quinzena de agosto, montante inferior aos 391,61 milhões registrados na mesma quinzena do último ano.

As vendas acumuladas de etanol pelas usinas, desde o início da safra 2018/2019 até 16 de agosto, somaram 10,58 bilhões de litros, com 566,55 milhões exportados e 10,02 bilhões comercializados internamente – crescimento acumulado de 16,43% na comparação com o ciclo 2017/2018.

Moagem e produção

A quantidade de cana-de-açúcar processada pelas unidades do Centro-Sul somou 33,56 milhões de toneladas na primeira quinzena de agosto. O resultado é 26,13% inferior às 45,44 milhões de toneladas verificadas no mesmo período na safra 2017/2018.

Essa redução decorre das intensas chuvas ocorridas no início do mês de agosto que impactaram o ritmo de colheita, implicando numa perda média de quase cinco dias de moagem. As regiões foram afetadas de formas distintas, variando a interrupção no processamento de cana de um até nove dias, conforme observado no Estado do Paraná e regiões de Assis, Piracicaba e São Carlos, em São Paulo.

Refletindo essa moagem, a produção de açúcar diminuiu 45,90% na quinzena, atingindo 1,71 milhão de toneladas. A produção de etanol, por outro lado, apresentou ligeiro aumento de 1,10%, totalizando 1,98 bilhão de litros, contra 1,95 bilhão fabricados na mesma quinzena de 2017.

No caso do etanol hidratado, a produção somou 1,34 bilhão de litros, alta de 23,08% em relação ao mesmo período do ciclo 2017/2018. Já a fabricação de anidro, por sua vez, totalizou 631,97 milhões de litros nos primeiros quinze dias de agosto, queda de 26,75% ante os 862,75 milhões registrados na mesma quinzena do ano anterior.

No acumulado desde o início da safra até 16 de agosto, a produção de açúcar atingiu 16,48 milhões de toneladas. O volume acumulado de etanol alcançou 18,05 bilhões de litros, sendo 5,57 bilhões de anidro e 12,47 bilhões de hidratado.

Esses números retratam o mix de produção mais alcooleiro observado desde o início da safra. Com efeito, apenas 36,37% da matéria-prima foram destinadas à fabricação de açúcar, contrastando significativamente com os 48,69% registrados até a mesma data de 2017.

“Caso não tivesse ocorrido mudança no mix das usinas, a produção acumulada de açúcar já teria superado 21 milhões de toneladas. A retração de 60,50 kg de açúcar por tonelada de cana processada verificada em 2017/2018 para 47,27 kg nessa safra, permitiu uma redução próxima a 4,6 milhões de toneladas na fabricação acumulada de açúcar até o momento”, observa Antonio de Padua Rodrigues, diretor Técnico da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA).

Nos primeiros quinze dias de agosto de 2018, a produção de etanol de milho totalizou 24,37 milhões de litros. No acumulado até 16 de agosto foram fabricados 235,03 milhões de litros de etanol de milho, um incremento de 134% em relação ao produzido em igual período do ano passado.

Produtividade e qualidade da matéria-prima

A qualidade da matéria-prima processada, medida por meio da concentração de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR), registrou aumento de 4,29% nos primeiros quinze dias de agosto, alcançando 152,49 kg por tonelada em 2018, contra 146,22 kg na mesma quinzena do último ano. No acumulado até 16 de agosto, o indicador de qualidade totalizou 136,43 kg de ATR por tonelada, mantendo a alta de 4,63% em relação à safra 2017/2018.

Dados preliminares apurados pelo Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), a partir de uma amostra comum de 76 empresas, indicam que houve uma intensa retração de 11,12% na produtividade agrícola do canavial colhido na primeira quinzena de agosto em comparação ao mesmo período da safra 2017/2018 (72,80 toneladas por hectare nesse ano, contra 81,91 toneladas por hectare no ciclo anterior). Os dados efetivos para o mês serão confirmados no próximo release (mais informações sobre produtividade podem ser obtidas no relatório “Detalhamento da Qualidade da Matéria-Prima e da Produtividade na Região Centro-Sul – Julho/2018”).

Para o diretor Técnico da UNICA, a quebra agrícola registrada nessa quinzena retrata o início da tendência de queda esperada para os próximos meses. “A expectativa dos técnicos das empresas é de que o rendimento por hectare da lavoura colhida até o final da safra será bastante reduzido, podendo superar 20% de quebra em algumas regiões”. Estima-se que até o final de agosto, a redução acumulada de moagem possa alcançar 16 milhões de toneladas de cana, acrescenta Padua.

O clima mais seco observado nessa safra também permitiu um melhor aproveitamento da colheita, com avanço de 8% (280 mil hectares) na área colhida de abril a julho em relação ao mesmo período da safra anterior. “Esse ritmo acelerado de moagem pode criar um desestímulo à colheita da área com a cana que foi processada entre dezembro de 2017 e março de 2018”, finaliza Padua.

Texto extraído do portal Notícias Agrícolas

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