O clima é incerto, a produtividade cai e o volume colhido recua. Essa vem sendo a dinâmica das lavouras de cana-de-açúcar nos últimos anos. Diante de tantas incertezas, entra em campo a necessidade da busca de inovações tecnológicas que evitem perdas e amenizem custos.
A São Martinho, maior usina de processamento do mundo, com capacidade de moagem de 10 milhões de toneladas de cana por safra, passou a ser um campo de experimentação para a busca de inovações nesse setor.
O perfil da empresa mostra qualificação para isso. Diariamente, as colhedoras de cana da usina percorrem 3.500 quilômetros e os tratores, 6.300. A ação é contínua e dura próximo de 250 dias por ano.
Essa intensa movimentação faz com que a cada dois minutos um caminhão abasteça as moendas da usina. Mario Ortiz Gandini diz que a mecanização da colheita, que já atinge 97% na região centro-sul, trouxe desafios e necessidades de inovações.
Para Roberto Biasotto, gerente da Case IH, há uma evolução contínua na mecanização do setor. E a multinacional, produtora de equipamentos para o setor, encontrou condições ideais para o aprimoramento das inovações na São Martinho.
“Nada melhor do que uma usina com essa movimentação para testar e aperfeiçoar as máquinas”, diz ele. Na safra 2014/15, as colhedoras colhiam 772 toneladas de cana por dia. Nesta safra, o volume médio do grupo, que tem quatro usinas, é de 970 toneladas. Em algumas áreas chega a 1.250 toneladas. A média da região centro-sul é de 500 toneladas por dia.
O consumo de diesel, que era de 47,7 litros por hora, caiu para 42,9. Uma nova geração de máquinas da Case, que amplia o espaçamento de colheita e está em prova na São Martinho, pode reduzir o consumo para 38 litros, segundo o gerente da indústria. (Folha de São Paulo)