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Alta da gasolina continua a ‘turbinar’ vendas de etanol

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A disparada do petróleo no mercado internacional e o decorrente repasse desse aumento aos preços domésticos da gasolina estão permitindo ao etanol hidratado ganhar cada vez mais mercado no país.

Na primeira quinzena de setembro, as vendas do biocombustível realizadas pelas usinas da região Centro-Sul superaram em 42,7% o volume comercializado no mesmo período do ano passado, acentuando um movimento que já vem ocorrendo desde o início da atual safra sucroalcooleira (2018/19), em abril.

Segundo levantamento da União das Indústrias de Cana-de-Açúcar (Unica), foram vendidos 962,3 milhões de litros de hidratado na primeira metade deste mês. Desde o início da safra, já foram 8,97 bilhões de litros, 39,4% acima do volume comercializado no mesmo período da temporada 2017/18.

Os dados da Unica são um termômetro do comportamento do consumo nos postos. O dado mais recente da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) aponta que as vendas de hidratado das distribuidoras aos postos acumulavam alta de 40,5% de janeiro a julho em relação ao mesmos sete meses de 2017. Nesse período, as vendas chegaram a 9,69 bilhões de litros.

Segundo especialistas, é a combinação entre a escalada do petróleo no exterior e a alta do dólar que tem motivado esse aumento do consumo de etanol. Por causa da atual política de preços da Petrobras, o custo de importação da gasolina tem sido repassado aos preços internos do combustível fóssil, que estão no maior patamar em dez anos.

Apesar de a estatal ter reduzido ontem o preço da gasolina nas refinarias, a tendência é que a trajetória de alta seja retomada por causa de novas altas do petróleo diante das sanções do governo americano contra o Irã e da limitação da produção pela Opep. Ontem, o preço do barril do petróleo Brent subiu ao maior nível em quase quatro anos na bolsa de Londres, na mais longa trajetória de valorização desde 2007.

Outra consequência desse repasse da alta do petróleo ao preço doméstico da gasolina é o enfraquecimento das vendas de etanol anidro, que é misturado ao combustível fóssil. Na primeira quinzena de setembro, as usinas venderam 353,68 milhões de litros do produto, queda de 12,5%.

Entretanto, o aquecimento das vendas de hidratado tem compensa a redução do anidro. No total, as vendas de etanol das usinas do Centro-Sul na primeira quinzena de setembro somaram 1,31 bilhão de litros, ante 1,08 bilhão no mesmo período de 2017. Do início desta safra até meados de setembro, as vendas totais de etanol alcançaram 13,58 bilhões de litros, em alta de 18,08%.

Nesse contexto, as usinas continuam maximizando a produção do biocombustível, que está oferecendo melhor rentabilidade que o açúcar. Ainda segundo a Unica, a produção total de etanol cresceu 6,86% na primeira metade de setembro, para 2,26 bilhões de litros. Na comparação, a de açúcar recuou 31,57%.

No acumulado da safra 2018/19, o processamento de cana ficou marginalmente à frente da moagem da safra passada. Até meados de setembro chegou a 430,35 milhões de toneladas, um aumento de 0,47%. Mas na primeira metade deste mês a quebra da safra, em razão da seca, começou a aparecer. A moagem do período caiu 15,3% em relação ao mesmo período da safra passada, para 38,51 milhões de toneladas. (Valor Econômico)

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