O ano começou com nova remarcação nas bombas de combustíveis. Os valores do etanol e da gasolina já tiveram aumento por causa de descontos em impostos que deixaram de ser concedidos no dia 1º. Para que o impacto no bolso seja o menor possível, é necessário fazer pesquisa em postos.
Mas o que mudou na tributação de combustíveis? Uma lei federal de 2013 previa que o produtor ou importador de álcool abatesse do PIS/Pasep e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) um crédito calculado a partir da venda mensal do produto no Brasil.
Como essa medida era válida até 31 de dezembro passado e não houve prorrogação do prazo, o etanol já subiu. “Desde o dia 2 já recebemos o álcool quase R$ 0,15 mais caro por litro e gasolina com R$ 0,05 a mais”, diz o presidente do Sindicato dos Postos de Combustíveis de Santos e Região, José Camargo Hernandes.
“Como tiraram o desconto, temos que repassar integralmente o aumento. Não tem mágica”, alerta o dono do posto Portal de Santos, Ricardo Rodriguez Lopez.
A União da Indústria de Cana de Açúcar (Unica) disse que “ainda é cedo” para avaliar o impacto da mudança na tributação do etanol, “considerando que o fim do crédito presumido passou a valer há uma semana”.
O gerente do posto Comercial Alvorada, Adriel Gonçalves Fernandes, relata que preferiu segurar o preço para o consumidor, apesar do combustível com valor mais alto recebido da distribuidora.
“Se ficar repassando tudo, a gente não vende. A rotatividade de clientes continua grande, mas o pessoal tem abastecido com R$ 15,00 ou R$ 20,00, e não mais enchido o tanque”, salienta Fernandes.
O encarregado de pista do Auto Posto Estrela Santista, Sergio Silva Pupo, afirma que a direção decidiu não repassar o reajuste de imediato para o consumidor, mas o aumento logo chegará às bombas. “Não tem condições de segurar o preço por muito tempo”.
O gerente comercial André Santos Bispo, de 32 anos, percebe bem todas essas alterações. “Com R$ 50,00, eu abasteço cada vez menos. O litro vai diminuindo”, reclama. O jeito é usar menos o carro. “Deixo o veículo mais em casa e só o ligo para ir trabalhar”.
Fonte: Jornal A Tribuna