Edição 189

Dropes

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FIM DE BENEFÍCIOS FISCAIS PODE REDUZIR EBITDA DO SETOR DE CANA

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) do setor sucroenergético brasileiro deverá ser reduzido em 3,15% em 2017 após o governo anunciar o fim de benefícios fiscais para diversos segmentos, incluindo o de cana-de-açúcar. De acordo com a projeção do Itaú BBA, a contribuição do setor deve passar de R$ 51,8 milhões para R$ 111,6 milhões.

A instituição acompanha 57 grupos sucroenergéticos do Centro-Sul, que processa 411 milhões de t das 605 milhões de t de cana moídas na região na última temporada. Outra avaliação no mercado é de que a decisão do governo brasileiro de não elevar a alíquota de PIS/Cofins ou a Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico) sobre a gasolina também pesa sobre as ações de companhias sucroenergéticas. A expectativa era de que algum tributo incidente no combustível subisse para ajudar a cobrir o rombo fiscal. Isso daria competitividade ao etanol, seu concorrente direto, mas não se confirmou. 

COGEN PEDE PREÇO DE REFERÊNCIA DE R$ 300/MWH PARA A ELETRICIDADE DA CANA

A Cogen (Associação de Empresas de Cogeração de Energia) quer que o valor de referência que remunera as companhias que têm o bagaço da cana como matéria-prima seja maior que R$ 300 pelo MW. “Há valores de referência específicos para outros tipos de geração, mas não biomassa”, diz Newton Duarte, presidente da entidade.

Em geral, as renováveis são remuneradas por uma cifra de R$ 100, mas a essa cotação, não seria interessante para o gerador vender energia para as distribuidoras. A entidade encomendou estudos e defende que o preço deve ser maior que o atual.

A Cogen levou os números à EPE, que prepara uma nota técnica para apresentar ao Ministério de Minas e Energia. Há um potencial de 10 GW de geração dessa modalidade instalado, ou 58% do tamanho de Itaipu.

PARA REFORÇAR OPERAÇÃO GLOBAL, TRADING ALVEAN CAPTA US$ 400 MILHÕES

Buscando fortalecer suas operações globais já bastante consolidadas e ainda impulsionar seu crescimento, a Alvean, joint venture entre a brasileira Copersucar e a americana Cargill, acertou um empréstimo rotativo sindicalizado de US$ 400 milhões com 21 instituições financeiras. A trading lidera atualmente a comercialização de açúcar no mundo. Inicialmente, a Alvean buscou uma captação de US$ 250 milhões, mas como a oferta foi bem recebida pelos bancos convidados para a operação, acabou captando US$ 400 milhões. O empréstimo tem duração de 364 dias.

O financiamento servirá para propósitos de emprego de capital em geral relacionados às atividades de comércio de açúcar da companhia e vai apoiar o crescimento de seu negócio. O diretor financeiro da Alvean, Stefano Tonti, afirmou que o empréstimo terá “um papel importante em nosso modelo de financiamento crescentemente diversificado, contribuindo para nossa força e resiliência conforme nós entramos na próxima fase de nosso desenvolvimento”.

IMPORTAÇÃO INDIANA DE AÇÚCAR NÃO DEVE SUSTENTAR PREÇOS

A decisão do governo da Índia de liberar a importação de 500 mil t de açúcar sem taxas foi insuficiente para trazer um suporte mais consistente aos contratos da commodity. Segundo analistas, o volume veio bem abaixo do necessário para trazer novamente um sentimento altista. “É pouquíssimo, 500 mil t não são suficientes para modificar a estrutura do mercado. Nossa estimativa era de que eles iriam comprar pelo menos 2 milhões de t para não deixarem seus estoques recuarem”, disse Bruno Lima, chefe de açúcar e etanol na INTL FCStone.

Analistas estimavam que o anúncio poderia eventualmente balançar todas as posições compradas no mercado. Especuladores já reduziram suas apostas na alta dos preços nas últimas semanas. No curto prazo, ainda há uma escassez de sinais altistas para a commodity. O Brasil iniciou um novo ano-safra e a produção de açúcar deve atingir um recorde, segundo a INTL FCStone. “Minha opinião é de que tentaremos novamente testar o suporte de 16 centavos de dólar por libra-peso”, disse Claudiu Covrig, analista sênior de Pesquisa na Platts Kingsman, unidade da S&P Global.

DEDINI: JUSTIÇA SUSPENDE PAGAMENTO PARA EX-FUNCIONÁRIOS

O Tribunal de Justiça de São Paulo suspendeu o pagamento dos trabalhadores da Dedini ao atender um recurso da União que solicita que o dinheiro da venda de um terreno da empresa seja utilizado para débitos da empresa com o governo. De acordo com a Dedini, a empresa entrará com recurso para alterar a decisão.

Em março, o juiz da 2ª Vara Civil de Piracicaba, SP, autorizou a transferência de R$13,3 milhões do montante depositado para os chamados credores concursais, ou seja, os trabalhadores que foram demitidos até agosto de 2015. Antes da decisão do TJSP cerca de 1.000 trabalhadores já tinham recebido o dinheiro, segundo a Dedini. A suspensão do pagamento permanece até que seja julgado o mérito do processo ou venha a ser alterada a liminar concedida. Em nota, a metalúrgica disse que tomará providências para reverter a decisão e que deve tomar medidas para amenizar as consequências dessa situação.

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