A receita das vendas de defensivo caiu 7% em 2017 no país, para US$ 8,89 bilhões, segundo dados do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal (Sindiveg).
O segmento sofreu no ano passado com o alto nível de estoques parados no canal de distribuição no país. Fontes avaliam que foram aplicados aproximadamente US$ 10 bilhões em produtos, “queimando” US$ 1 bilhão dos estoques parados.
“A gente estava com um estoque muito alto e houve uma seca no Paraná no ano passado que reduziu o uso de fungicida”, disse Silvia Fagnani, diretora-executiva do Sindiveg. Para ela, a tendência é que as vendas em 2018 fiquem em linha com o resultado de 2017.
“Na verdade, os anos que apresentam faturamento de US$ 11 bilhões a US$ 12 bilhões é que são fora da curva”, disse. Segundo a diretora do Sindiveg, as vendas de agrotóxicos só ultrapassarão os US$ 9 bilhões quando houver um combate mais eficiente aos produtos ilegais no mercado. “Quando aumentar o mercado de legais, aí sim veremos esse montante crescer”, disse.
Para este ano, a questão que deve pesar para a indústria é o aumento de custos. “Temos uma alta de preços de matérias-primas, derivada do fechamento de fábricas na China e da questão do dólar”, afirmou. A valorização do dólar ante o real, motivada pelo aumento dos juros americanos, tem pressionado a indústria e a situação pode ser agravada pelas eleições presidenciais deste ano. “O que está sendo embarcado agora vai chegar entre agosto e setembro e só será faturado na cotação do dólar da chegada”, disse.
O aumento dos custos em decorrência do efeito cambial deve ficar na casa dos 15%, acredita. “Mas ainda há muita incerteza política, então, muita coisa pode acontecer com as eleições”, disse.
Em 2017, 28% do total vendido correspondeu a fungicidas e 27% a inseticidas. O faturamento com fungicidas caiu 21,4% em relação ao ano passado, enquanto a receita com inseticidas subiu 3,1%.
A soja continuou na liderança isolada de principal cultura no faturamento das vendas de defensivos, com 52% de participação, seguida por milho, com 10%, e cana-de-açúcar, com 12%.
As vendas em Mato Grosso corresponderam a 21% do total. Em seguida aparecem São Paulo (15%), Rio Grande do Sul (12%) e Paraná (11%).
Fonte: Valor Econômico