Os preços do petróleo superaram US$ 100 o barril pela primeira vez desde 2014
com a invasão da Rússia na Ucrânia, e açúcar já registra forte alta na
bolsa de Nova York.
O açúcar é beneficiado pela alta no petróleo à medida que o etanol ganha
competitividade e motiva as usinas brasileiras a produzirem mais biocombustível em
detrimento do adoçante. Os lotes para maio, os mais negociados, valiam há pouco
18,79 centavos de dólar a libra-peso, com alta de 2%.
“Em tese situações de instabilidade mundial provocam queda nos ativos de risco (commodities) e os investidores se refugiam em ativos mais sólidos (moeda). No entanto essa guerra atinge diretamente o mercado de energia (gás natural) e contamina o petróleo (que está em alta). Como este afeta o etanol pela paridade, podemos ver açúcar em alta e real desvalorizado”, comentou Arnaldo Correa, diretor da Archer Consulting.
Para Haroldo Torres, economista e gerente de Projetos do Pecege, ainda é cedo para comentar os impactos do conflito entre Rússia e Ucrânia. Apesar disso, ele diz que os preços dos fertilizantes agora mais do que nunca, devem subir assim como o diesel para essa safra 2021/22.
“Porém, poderemos ter bons preços para o etanol, se a Petrobrás não alterar a sua política de preços. Veja que o mercado agora está precificando isso. Mais cana para produção de etanol no Brasil, pela alta da gasolina via petróleo, enxugando a oferta para açúcar. Portanto, agora o preço do açúcar está aumentando”, disse à RPAnews.
Por Natália Cherubin