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Diante do TCH, moagem poderá ser menor que 540 milhões de t, segundo consultoria

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Colheita Cana (Ilustrativa/RPAnews)
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O relatório da Unica e os números finais do TCH (toneladas de cana por hectare) de junho mostram que o setor está muito longe da estimativa de recuperação prevista anteriormente. A produção de cana-de-açúcar do Centro-Sul brasileiro permanecerá em 540 milhões de toneladas ou até menos, segundo estima a hEDGEpoint Global Markets.

Enquanto a produtividade da cana mostrou, pela primeira vez nesta safra, sinais de recuperação, os dados agregados ainda apontam para uma redução em relação à safra passada (-0,8%). Além disso, a umidade do solo, segundo a hEDGEpoint, continua decepcionante. Durante a primeira parte do período de desenvolvimento da cana, com exceção de janeiro e março, as chuvas foram abaixo da média – uma perspectiva não tão boa quando se considera a seca, geadas e incêndios do ano passado.

“Nossa estimativa anterior representava uma recuperação de pelo menos 6,7% do TCH e, normalmente, o maior valor de produtividade é alcançado entre junho e julho. Para chegar a essa estimativa, deveríamos ver um TCH de pelo menos 80 t/ha ainda em junho. Assim, revisamos para baixo para 5,3%, o que ainda é alcançável se, em julho, tivermos resultados melhores. Ou seja, com uma redução de 2% na área, o Centro-Sul poderia chegar a 540 milhões de t”, disse a analista de Açúcar e Etanol da companhia, Lívea Coda.

No entanto, considerando a média dos números de junho, o setor teve cerca de 3,2% de recuperação de TCH, o que levaria a uma moagem em torno de 530 milhões de t. “Como resultado, baixamos nossos números de 549 para 540 e ainda há uma tendência de queda caso o clima não coopere”, adiciona Lívea.

A queda de TCH afetou as demais estimativas sobre os produtos. “Essa mudança se refletiu principalmente no etanol, pois seu estoque não estava tão pressionado quanto o do açúcar e, também, pela paridade continuar favorável ao adoçante. Não só isso, mas menos produto torna whashouts mais difíceis. Nesse sentido, elevamos nosso mix de açúcar para 42,7%”, disse analista de Açúcar e Etanol da companhia.

Ao elevar o mix de açúcar para 42,7%, a produção de açúcar mantém-se estável, sofrendo uma redução marginal. Como resultado, tanto o balanço global de 2021/2022 (outubro a setembro) quanto os fluxos comerciais caminharam de lado, destaca o relatório. “No entanto, para 22/23, quando já consideramos a safra brasileira 23/24, o mercado pode ficar mais apertado à medida que nos tornamos mais pessimistas quanto à recuperação da cana”, prevê Coda.

Açúcar deve crescer no mix

Foi uma semana importante em relação às notícias macro e à retomada dos preços do açúcar. O açúcar bruto se recuperou para mais de 19c$/lb impulsionado pelo aumento do petróleo e pela demanda, já que o prêmio do branco continua forte.

De acordo com Lívea, as estimativas se mantém estáveis: crescimento de 4,6% no Ciclo Otto. As medidas governamentais para controlar os preços internos dos combustíveis estão começando a chegar na bomba e, portanto, sustentam o otimismo. Além disso, as PECs 15 e 01/22  que foram combinadas e aprovadas pela Câmara dos Deputados, sugere uma pressão de curto prazo sobre os preços do etanol, mas pode incentivar a demanda no médio-longo prazo, virando o mercado e tornando-o, mais uma vez, estável.

“Mas por que optamos por deixar o etanol sofrer o impacto da redução da cana, elevando o mix de açúcar para 42,7%, se vemos a demanda por combustível voltando? A primeira razão é a mais óbvia: a paridade. Mesmo considerando os Cbios, atualmente o açúcar está pagando mais. Os esforços do governo afetaram os preços do etanol e levará algum tempo para que a demanda o suporte”, explica Lívea.

Em segundo lugar, uma tendência de alta do mix de açúcar existia, uma vez que os estoques de anidro e hidratado eram mais confortáveis – especialmente quando comparados tanto ao balanço de oferta e demanda global de açúcar quanto aos fluxos comerciais.

“Por último, e um pouco menos óbvio, cada vez que reduzimos as estimativas de cana, a quantidade da safra que já está fixada para a produção de açúcar aumenta. Aliado ao fato de o adoçante estar pagando um spread de cerca de 200 pts sobre o hidratado, não haveria um grande incentivo para washouts de posições”, acrescenta,

Ao elevar o mix de açúcar para 42 Balanço Global de Açúcar (out – set) ,7%, hEDGEpoint mantem a produção de açúcar estável (redução marginal). “Como resultado, tanto o balanço global de 21/22 (out-set) quanto os fluxos comerciais caminharam de lado. No entanto, para 22/23, quando já consideramos a safra brasileira 23/24, o mercado fica mais apertado à medida que ficamos mais pessimistas quanto à recuperação da cana”, disse Lívea.

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