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Açúcar: preços internacionais não devem apresentar recuperação no curto prazo

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Os preços internacionais do açúcar não devem apresentar recuperação no curto prazo, segundo analistas de instituições financeiros. As incertezas com relação à safra indiana e ao real volume de estoques de adoçante no país pesam sobre as cotações dos futuros da commodity, negociados na Bolsa de Nova York (ICE Futures US).

Analista do banco de investimentos ING, Warren Patterson, observa que traders preferem apostar no açúcar refinado, em vez de comprar posições do açúcar bruto, que opera em queda desde junho.

“O que não ajudou neste mês é o tamanho dos estoques de açúcar na Índia, com a Indian Sugar Mills Association (Isma), associação de usinas daquele país, estimando reservas domésticas em 14,62 milhões de toneladas no início da safra 2019/20, que se inicia em outubro”, afirmou Patterson.

De acordo com o jornal Dow Jones Newswires, em compensação, outros pares de mercado estimam que a safra indiana 2019/20 deve ser menor do que as duas últimas temporadas, em virtude do atraso na ocorrência das chuvas de monções no país.

“Achamos que a monção estará abaixo da média nas principais áreas de Uttar Pradesh e Maharashtra, onde estão as principais usinas do país”, observa analista de mercado de açúcar da corretora Marex Spectron, Robin Shaw.

Já o banco de investimentos Rabobank, considera que as possíveis perdas na produção indiana “parecem inconsequentes” para os preços globais. Segundo o Rabobank, o fator crítico para o direcionamento do mercado é a extensão dos subsídios do governo indiano à exportação da commodity.

Após duas colheitas robustas, que fizeram da Índia a maior produtora mundial da commodity, o país já inicia o próximo ciclo comercial com cerca de 10 milhões de toneladas disponíveis para exportação. “Se a Índia decidir subsidiar as exportações novamente, pode ser muito baixista para o açúcar e especialmente para produto refinado”, aponta o Rabobank.

Contudo, a instituição financeira pondera que se o governo local se curvar à pressão da Organização Mundial do Comércio (OMC) para a suspensão dos subsídios, os preços mundiais provavelmente subirão.

O banco projeta, ainda, que o fôlego nas cotações internacionais do adoçante deve vir somente no fim deste ano.

“Enquanto os estoques globais continuarem pesando no mercado por mais alguns meses, o preço deve continuar em queda, mas o mercado deve começar a voltar ao equilíbrio quando nos aproximarmos do fim de 2019”, estima o analista do mercado de açúcar do Rabobank, Charles Clack.

A perspectiva para o setor é que a safra 2019/20 registrará déficit no balanço global de oferta e demanda.

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