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Açúcar

Açúcar: redução da produção pode afetar balanço mundial de oferta e demanda

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Após a dúvida sobre a disponibilidade de cana-de-açúcar ter passado, com o aumento da produtividade após o mês de julho, a grande questão que entra para o mês de novembro está relacionada ao volume de cana que as usinas conseguirão colher com as chuvas ficando mais intensas ou se terá cana bisada para a próxima safra.

Este assunto fica mais latente, de acordo com analistas do Itaú BBA, porque o volume de açúcar produzido até a 1ª quinzena de outubro está com 2 milhões de toneladas abaixo da safra anterior, e com a intensificação das chuvas e aumento do volume de impurezas a produção de açúcar começa a ficar mais difícil.

“Assim, com o Brasil sendo um dos principais fornecedores do adoçante no momento, dado que os países do Hemisfério Norte ainda estão iniciando a safra, este fato pode gerar aperto no fluxo de exportação e importação podendo impulsionar os preços em NY”, disseram os analistas do banco.

No mês de outubro s preços do açúcar em NY sofreram queda no mês de outubro diante da aversão ao risco aliado ao cenário macroeconômico com aumento de juros e temor de recessão global. Porém, nos primeiros dias de novembro, os preços se recuperaram acompanhando o movimento de alta das cotações do petróleo fechando a sexta-feira (04/11) na tela de mar/22 em cUSD 18,71/lp, alta de 4,5% comparado com a primeira semana de outubro.

 

 

A safra na região Centro-Sul, de acordo com o último relatório da Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Biocombustíveis) referente à 1ª quinzena de outubro, apresentou moagem de 27,7 milhões de toneladas, crescimento de 40,5% comparado com o mesmo período de 2021. Porém, no acumulado a safra continua em atraso de 5,9% comparado com a safra 2021/22. O aumento da moagem foi causado pelo maior número de usinas em operação (227 unidades) do que no ano passado (189 unidades) neste mesmo período.

A produção de açúcar na quinzena atingiu os 1,83 milhão de toneladas, alta de 59,1% frente ao mesmo período de 2021, porém no acumulado do ano o volume é 2 milhões menor que a safra 2021/22. No tocante às exportações de açúcar bruto, em outubro o volume totalizou 3,4 milhões de toneladas, alta de 62% comparado com out/21, no acumulado apenas 0,5% menor do que o mesmo período de 2021.

A redução na produção de açúcar, segundo os analistas do Itaú BBA, pode impactar no balanço mundial de oferta e demanda diminuindo o superávit global estimado em 3 milhões de toneladas. “É importante acompanhar o início da safra dos países do Hemisfério Norte, principalmente da Europa que pode apresentar maiores quebras relacionadas a redução na produtividade das beterrabas”, disseram.

Natália Cherubin para RPAnews
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