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CerradinhoBio tem alta de 41% na moagem de milho, mas queda de 1,9% no processamento da cana

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A companhia ainda registrou recuo de 6,3% na receita líquida e de 69,9% no lucro líquido da safra 2023/24

A Cerradinho Bioenergia, empresa do setor sucroenergético que produz etanol e seus coprodutos a partir de cana-de-açúcar e milho, registrou no acumulado da safra 2023/24, um recuo de 1,9% na moagem de cana-de-açúcar. No total, foram moídas 4,7 milhões, sendo 53% de cana própria e 47% de cana de terceiros.

De acordo com relatório de resultados divulgado pela companhia ontem, 21, os principais fatores que levaram a menor moagem foram o maior volume de chuvas e falhas operacionais com implicações no ritmo da moagem no início da safra.

Mesmo com a queda na moagem, dados do acumulado da safra 2023/24, mostram que a companhia teve alta de 2,6% na produtividade agrícola, fruto principalmente da renovação das áreas com baixa produtividade. Dessa forma a produtividade medida pelo TCH passou de 86,7 para 88,9 t/ha. Já o ATR, como na maioria das companhias do setor, registrou leve queda de 1% frente ao ano anterior, passando de 134,1, para 133,3 kg/t, principalmente por maior proporção de colheita nos meses mais chuvosos.

Durante os nove meses de 2023/24, a produção de etanol de cana atingiu 407 mil m³, representando um leve recuo de 1,1%, refletindo a menor da moagem, por conta do maior volume de chuvas e falhas operacionais que teve reflexos no ritmo de moagem.

Dentre os destaques operacionais, a Cerradinho Bio teve o crescimento de 41% na moagem de milho quando comparado ao mesmo período da safra anterior, representando uma moagem de 611 mil toneladas. Este incremento no negócio milho elevou o total de moagem equivalente em 10,5%, com consequente aumento na produção de etanol, que foi de 674 mil m³ e um crescimento de 11% nas vendas do etanol, que totalizaram 564 mil m³.

Outro destaque importante do período, segundo a companhia, foi a finalização do projeto da segunda unidade industrial da Neomille, em Maracaju (MS), como explica o CEO da CerradinhoBio, Paulo Motta. “A unidade traz consigo uma nova fase para a Companhia, com um significativo aumento de produção, elevando a capacidade instalada da Cerradinho Bioenergia para 13,6 milhões de tons de cana equivalente. Fizemos um investimento de R$ 1,080 bilhão na construção da nova unidade que iniciou suas operações em janeiro de 2024, materializando mais uma etapa do nosso planejamento de crescimento e diversificação”, afirma Paulo. O impacto positivo da entrada em operação da nova planta da Neomille, em Maracaju (MS), será sentido no resultado do próximo trimestre.

Com base na mesma estratégia de crescimento e diversificação do negócio, Paulo Motta reforça: “apesar do impacto negativo da deterioração do preço do etanol, seguimos firmes com nosso planejamento, agora com foco na implantação da nossa primeira fábrica de açúcar, que está em construção no complexo industrial de Chapadão do Céu (GO). O projeto já adquiriu todos os equipamentos críticos e está com avanço de 55%, dentro do cronograma previsto para iniciar produção em meados deste ano”, finaliza Motta.

Exportação de energia elétrica

Considerando a equação entre preços de cavaco de madeira para aumento da cogeração versus o preço de energia no mercado spot, a CerranhoBio continua com a mesma estratégia adotada na última safra, trabalhando apenas com a produção necessária para o suprimento das plantas industriais da Neomille, da Cerradinho Bioenergia e a entrega parcial dos contratos, sendo que o complemento necessário para entrega total dos contratos é realizado por meio de compra no mercado spot.

O volume exportado para a rede elétrica durante os 9M23/24 foi 8,1% inferior ao mesmo período de 2022/23. O volume de vapor e energia fornecidos para a unidade de etanol de milho aumentou 34,6% quando comparado a safra anterior. É importante destacar o índice de exportação de energia por tonelada de cana moída, que foi de 79 KWh/t.

Companhia registra queda de 70% no lucro líquido

Os preços contraídos continuam sendo um desafio no terceiro trimestre, segundo a companhia. Assim, a receita líquida ficou em R$ 1,84 milhão durante os nove meses da safra 23/24, com um recuo de 6,3% comparado ao mesmo período da safra anterior. O lucro líquido fechou em R$ 87 milhões, uma queda de 69,9% em relação ao mesmo período de 2022/23, quando a companhia registrou R$287.858.

O EBTIDA ajustado da companhia foi de R$ 413 milhões, redução de 41%. Já o CAPEX acumulado nos nove meses da safra 23/24 ficou em R$ 842 milhões, com crescimento de 5,5% em relação ao mesmo período anterior, devido aos investimentos em expansão.

A receita líquida consolidada da venda de etanol hidratado no segmento Cana da Cerradinho registrou uma redução de 19,9%. Este resultado é reflexo dos preços médios líquidos 25,6% inferiores em função do menor preço de gasolina e menor paridade entre os preços do etanol e gasolina na bomba. Em termos de volume vendido, nos acumulado da safra 2023/24 experimentou um crescimento de 3,4%. Já a receita com a energia elétrica durante os 9M23/24 foi 2,9% inferior ao mesmo período da safra anterior, resultando em uma receita líquida de R$ 91,0 milhões, redução de 4,1%.

No negócio cana-de-açúcar, o EBIT ajustado do acumulado da safra 2023/24 foi de R$ 20,2 milhões, contra R$ 334,5 milhões da safra anterior. Este resultado é explicado em grande parte pelo preço médio do etanol vendido inferior ao do mesmo período do ano passado, menor contribuição de segmento de energia, somado a um aumento do custo de produção.

O EBITDA Ajustado do negócio cana registrou uma redução de 49,6%, atingindo o patamar de R$ 260,2 milhões, com margem de 24%. A redução da margem é explicada pelos mesmos fatores apontados para redução da margem EBIT, em especial o menor preço do etanol vendido.

Ainda no negócio cana-de-açúcar, o EBIT ajustado do acumulado foi de R$ 20,2 milhões, contra R$334,5 milhões da safra anterior. “Este resultado é explicado em grande parte pelo preço médio do etanol vendido inferior ao do mesmo período do ano passado, menor contribuição de segmento de energia, somado a um aumento do custo de produção”, disse a companhia em relatório.

Para o negócio milho, o EBIT Ajustado dos 9M23/24 totalizou R$ 132,4 milhões, com margem de 17%, redução de 21,9% frente ao mesmo período do ano passado, refletindo o menor preço médio de venda do etanol e menor benefício dos coprodutos, fruto de preços médios praticados no 3T23/24 inferiores ao do mesmo período do ano passado. Já o EBITDA ajustado de R$ 152,3 milhões, 15% menor do que o mesmo período da safra anterior, principalmente pelo menor preço de etanol vendido e menor margem oriunda dos coprodutos, decorrente de preços médios menores.

Natália Cherubin para RPAnews
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