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CerradinhoBio registra alta de 15,3% em sua moagem e de 41% na produção de etanol
Além dos números expressivos na produção, companhia iniciou a fabricação de açúcar em sua planta
A Cerradinho Bioenergia, empresa do setor sucroenergético que produz açúcar, etanol e seus coprodutos a partir de matéria-prima renovável, como a cana e o milho, iniciou a safra 24/25 com resultados expressivos. No primeiro trimestre da safra (1T 24/25), a moagem de cana, apresentou um expressivo aumento 15,3% em relação ao mesmo período anterior. No total, foram moídas 1,89 milhões, sendo 47% de cana própria e 53% de cana de terceiros.
O aumento no volume de cana moído, segundo a Companhia, foi ocasionado por maior aproveitamento de tempo, decorrente do menor número de paradas operacionais e pela maior concentração de chuva no mês de abril. No período, a produtividade agrícola demonstrou uma melhora de 8,9% frente ao ano anterior, dessa forma o TCH passou de 98,1 para 106,8 t/ha.
Conforme a CerradinhoBio em relatório de resultados, esta melhora é explicada por um monitoramento e controle de plantas daninhas mais eficaz ao final de 2023 e início de 2024. “Para o TAH (toneladas de ATR por hectare) aumentamos em 8,1% frente ao ano anterior, passando de 13,1 para 14,2t ATR/ha”, afirmou.
Já o processamento do milho chegou a 364 mil toneladas, uma alta de 77% em reação ao mesmo período do ano passado. De acordo com a companhia, os crescimentos relevantes são explicados pela melhor performance da operação de cana, em Chapadão do Céu (GO) e a operação em plena capacidade, da nova unidade da Neomille, em Maracaju (MS).
Outro destaque foi a finalização da construção da primeira fábrica de açúcar da companhia, no complexo industrial de Goiás, que iniciou sua operação em julho/24.
Cogeração de energia
Considerando a equação entre preços de cavaco de madeira para aumento da cogeração versus o preço de energia no mercado spot, a Companhia continua com a mesma estratégia adotada na última safra, trabalhando apenas com a produção necessária para o suprimento das plantas industriais e a entrega parcial dos contratos. O complemento necessário para entrega total dos contratos é realizado por meio de compra no mercado spot.
O volume exportado para a rede elétrica e para Neomille, durante o 1T 24/25, foi 31,6% inferior ao mesmo período de 23/24. O volume de vapor e energia fornecidos para a unidade de etanol de milho reduziu 12,8% quando comparado a safra anterior. É importante destacar o índice de exportação de energia por tonelada de cana moída, que foi de 88,8 KWh/t.
Produção de etanol cresceu 41%
Durante o primeiro trimestre, a empresa produziu um total de 316 mil m³ de etanol considerando as matérias-primas cana e milho, um crescimento significativo de 41%, comparado ao mesmo período da safra anterior. A partir da cana-de-açúcar foram produzidos 153 mil m³, representando um aumento de 11,9%, refletindo uma maior disponibilidade industrial no período, melhor ATR no período e maior aproveitamento do tempo no período em relação ao 1T 23/24, a despeito de uma eficiência menor.
A partir do milho, foram produzidos neste período 162 mil m³ de etanol, sendo 122 mil m³,de hidratado e 40 mil m³, de anidro. Convertendo o etanol anidro para etanol hidratado equivalente, a produção foi de 163,5 m³. O crescimento de 82,7% no comparativo entre as safras reflete o melhor rendimento do negócio milho (431,5 L/t na SF 23/24 para 448,3 L/t na SF 24/25), e a nova unidade em Maracaju.
Refletindo a maior moagem de milho nesta safra, foram produzidas 91 mil toneladas de Neo 30 (DDGs ou farelo de milho), volume 66,8% superior ao mesmo período do ano anterior. Conforme já comentando, este aumento é originado da expansão da planta de milho e da nova planta da Neomille em Maracaju. Em relação ao óleo de milho, a produção foi 97,6% superior, totalizando 5,4 mil toneladas, contra 2,7 mil toneladas do mesmo período da safra anterior, fruto de novas tecnologias e melhorias operacionais na extração.
EBITDA Ajustado tem alta de 36%
No período acumulado, a empresa apurou um EBIT de R$ 62 milhões, alta de 416% em relação a ano anterior, e permanece com indicador de alavancagem controlada (dívida líquida/EBITDA = 2,89x). O EBITDA Ajustado foi de de R$ 151 milhões, alta de 36%.
Nos primeiros três meses da safra, a receita líquida da Companhia cresceu 3,3% em comparação com o 1T23/24. Este aumento foi sustentado pela maior receita vinda do etanol de milho, que cresceu 71,9%. Outras rubricas que também apresentaram crescimento foram de DDG e óleo, que juntas cresceram 24,4%.
A receita líquida consolidada da venda de etanol hidratado equivalente da Cerradinho no 1T 24/25 registrou um aumento de 5%. Este resultado é reflexo do maior volume vendido de etanol oriundo do milho, que cresceu 100%. Já o etanol de cana, foi observado um recuo de 21% no volume vendido, decorrente da estratégia de comercialização da Companhia que
resultou em um aumento dos estoques. Por fim, os preços médios apresentaram um recuo de 13,6%.
No negócio cana-de-açúcar, o EBIT ajustado do 1T 24/25 foi de R$ 8,3 milhões, contra R$1,08 milhão negativo da safra anterior. “Este resultado é explicado pelo menor preço do etanol, -14,9% em relação ao mesmo período da safra anterior. Em contrapartida, o menor custo caixa compensou em parte o resultado do etanol. Somado a isso, houve um reconhecimento de créditos tributários no montante de R$ 11,7 milhões”, disse a companhia em relatório.
O EBITDA Ajustado do negócio cana registrou uma redução de 9,4%, atingindo o patamar de R$ 82,4 milhões, com margem de 30%. A melhora da margem é explicada pelos mesmos fatores apontados pela melhora do EBIT.
Para o negócio milho, o EBIT Ajustado do 1T 24/25 totalizou R$ 53,5 milhões, com margem de 14%, forte avanço de 309,3% frente ao mesmo período do ano passado, refletindo principalmente o menor custo de produção, o maior volume de etanol vendido e pelo reconhecimento de crédito tributário no montante de R$ 11,7 milhões. Para o negócio milho, o EBITDA ajustado foi de R$ 68,3 milhões, 248% maior do que a safra anterior, conforme explicado na seção anterior.
Segundo Renato Pretti, CEO da Cerradinho Bioenergia, os resultados acumulados alcançados são uma consequência direta da entrada em pleno funcionamento da Neomille, em Maracaju (MS), na expansão da produção de etanol de milho, da melhora de performance operacional e da redução de custos, em ambos os negócios.
“Já o início da operação da nossa nova fábrica de açúcar em Chapadão do Céu (GO), no mês de julho, é outro destaque que traz versatilidade e agrega valor ao negócio. Nos últimos anos, mudamos o patamar da companhia, crescemos e diversificamos, agora começamos a colher os frutos em nossos resultados”.
Natália Cherubin para RPAnews
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