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Açúcar

Déficit global de açúcar deve prevalecer o mercado e no mix da safra

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Mesmo com os preços do açúcar em NY enfraquecidos no mês de janeiro e início de fevereiro, o balanço global ainda deficitário tende a prevalecer no mercado e abrir caminho até mesmo para alguma recuperação das cotações em NY em fevereiro.

De acordo com análise do Itaú BBA, o fechamento na primeira semana de fevereiro (4/fev) foi em cUSD 18,05/lp, queda de 3,7% comparado com a primeira semana de janeiro (4/jan).

Durante o primeiro mês do ano, fatores macroeconômicos desfavoráveis à subida das commodities e os ajustes dos fundos especulativos, que saíram da posição net comprada, ajudaram na queda das cotações do açúcar, mesmo com a alta dos preços do petróleo na
última semana do mês.

“Do lado dos fundamentos, as boas chuvas na região Centro-Sul do Brasil e o aumento das estimativas de produção de açúcar da Índia também pressionaram os preços, mesmo com o balanço de oferta e demanda global apresentando déficit”, explicam os especialistas do banco.

O volume de chuvas no Centro-Sul do Brasil tem sido favorável para a recuperação da cana que será colhida na safra 2022/23, no entanto, de acordo com os analistas, é importante lembrar que o volume de precipitação nos próximos meses ainda será de grande importância para o desenvolvimento da planta, que ainda carregará impactos do clima seco e das geadas, como por exemplo as falhas que sucederam no canavial, que podem afetar a oferta de cana na próxima temporada.

Mercado global ainda em déficit 

As boas produções de açúcar da Índia até o final de janeiro de 2022, que totalizaram 18,7 milhões de toneladas, alta de 5,7% comparado com o mesmo período da safra passada, fizeram com que o mercado reajustasse o volume final da safra indiana.

Segundo a Isma (Associação das Usinas de Açúcar da Índia), o pais produzirá 31,45 milhões de toneladas na safra atual (2021/22), aumento de aproximadamente 500 mil toneladas versus a última estimativa, já desconsiderando o total da produção que será direcionada para a produção de etanol

“Para o mês de fevereiro a tendência é de preços sustentados após um período de
grande influência negativa dos fundos. Embora possam ocorrer revisões para cima da
oferta de açúcar no mundo, o sentimento do balanço global ainda deficitário tende a
prevalecer no mercado e abrir caminho até mesmo para alguma recuperação das
cotações em NY”, afirmam os especialistas do Itaú BBA.

No caso da Índia, embora a produção seja maior do que o esperado no início da safra, a
paridade para exportação do açúcar com base no mercado interno continua entre
cUSD 20-21/lp sem o subsídio. Com isso, a tendência é que o mercado busque esses
preços para que o açúcar consiga sair daquele país.

Clima normal e safra mais açucareira 

Em relação ao clima, a previsão do banco é de um mês de fevereiro é de volumes de precipitações dentro da normalidade na região canavieira. Eles ressaltam que mesmo com a recuperação da cana com as chuvas, o canavial ainda carrega impactos gerados pela
seca e geada no ano passado, com isso, dificilmente voltaríamos aos patamares vistos
na safra 2020/21.

O mix de produção da safra 2022/23 está se desenhado açucareira por mais um ano, porém, de acordo com as estimativas de fixações de açúcar na bolsa de NY, as vendas ainda estão atrasadas comparadas com o mesmo período de 2021.

“Neste sentido, caso os preços do etanol venham a subir futuramente, principalmente
acompanhando o cenário atual de elevados preços de petróleo, há espaço para que a
produção de etanol seja ligeiramente maior, o que pode deixar o balanço de
oferta e demanda global mais apertado. Contudo, vale destacar que, neste momento
com a demanda de combustíveis arrefecida, os preços de etanol têm se desvalorizado
aumentando a diferença de preço com o açúcar”, afirmam os especialistas.

Natália Cherubin com informações do Itaú BBA

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