Edição 184
Dicas e novidades
Natália Cherubin
BRASIL E COLÔMBIA FECHAM ACORDO PARA TROCA DE VARIEDADES DE CANA
Com o objetivo de firmar um acordo para troca de variedades, dois pesquisadores do Programa de Melhoramento Genético de Cana-de-açúcar (PMGCA) da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos) visitaram a Colômbia e trataram da efetivação do contrato de intercâmbio de troca de germoplasma e espécies relacionadas de cana-de-açúcar entre Brasil (Ridesa) e Colômbia, via Cenicaña (Centro de Investigación de La Caña de Azúcar de Colombia). Os materiais a serem trocados poderão ser utilizados pelas duas instituições, mas somente nos programas de melhoramento como genitores em cruzamentos e em avaliações em experimentos de doenças e competição varietal.
O próximo passo do acordo é o envio das primeiras dez variedades RB para a Colômbia no primeiro semestre de 2017. No mesmo período, a Ridesa/UFSCar receberá dez variedades CC. O acordo prevê a troca de 50 materiais até 2021. Ainda não estão definidas as variedades RBs que serão intercambiadas. Mas antes disso, ainda no segundo semestre de 2016, a equipe de melhoramento do Cenicaña fará uma visita técnica ao Brasil, com a intenção de conhecer as atividades, as tecnologias e os estudos que estão sendo desenvolvidos pela Ridesa.
O intercâmbio de variedades de cana-de-açúcar é uma estratégia de transferência e enriquecimento de patrimônio genético vegetal. O principal objetivo do intercâmbio entre o programa de melhoramento genético da cana-de-açúcar da Ridesa/UFSCar com outros países produtores de cana é incorporar novos acessos e o máximo possível de variabilidade genética ao banco ativo de germoplasma da Serra do Ouro, localizado em Murici, Alagoas. Desta forma, será possível realizar futuros cruzamentos promissores visando obter variedades superiores àquelas atualmente em cultivo no Brasil.
RÉGUA DE PRODUTIVIDADE AJUDA PARA SABER QUAL O POTENCIAL PRODUTIVO ANTES DE PLANTAR
O IAC (Instituto Agronômico), da Secretaria de Agricultura de São Paulo, desenvolveu uma ferramenta com informações para que o produtor conheça, antes do plantio, o potencial da produtividade média de todo o ciclo da cana-de-açúcar. A ferramenta é uma régua que orienta o cultivo de acordo com a variedade, o ambiente de produção e as práticas de manejo. Segundo o IAC, o novo recurso é fruto de 13 anos de estudos de solos e ambientes de produção em usinas localizadas nos Estados de São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Tocantins, Maranhão, Pernambuco e Bahia. A régua será distribuída aos produtores e traz informações sobre o ambiente, classificado de acordo com a expressão da produtividade agrícola em conceitos que variam de uma escala até 20.
Na régua, as informações são ainda organizadas de acordo com os critérios de manejo básico e avançado da cana. “A régua registra variações das notas zero, com produtividade média de cinco cortes ou 50 t/ha, até a nota 20, que representa produtividade média de cinco cortes maior ou igual a 150 t/ha”, informou o pesquisador do IAC responsável pelo trabalho, Hélio do Prado.
Segundo ele, para usar a ferramenta é necessário conhecimento prévio sobre o clima e a classificação do solo, de acordo com os 13 tipos existentes no Brasil. Com esses dois fatores, clima e solo, tem-se a nota no manejo básico ou avançado. De posse do resultado apontado pela régua, faz-se a alocação de variedades, que se torna mais eficiente com o uso da nova ferramenta.
USINAS ELEVAM COMPRAS DE MÁQUINAS COM A MELHORA NO CENÁRIO
As usinas brasileiras de cana estão aumentando as compras de máquinas em busca de melhor eficiência no campo, com a perspectiva promissora para o mercado, em meio a um déficit global de açúcar, encorajando investimentos. Fabricantes de colhedoras de cana, como a John Deere e a AGCO, estão intensificando a produção no Brasil à medida que as entregas crescem.
“Algumas usinas estão correndo para comprar colhedoras e outros equipamentos porque querem ter certeza de que serão capazes de processar toda a cana-de-açúcar disponível”, disse Marco Gobesso, gerente de Marketing de equipamentos para cana na fabricante norte-americana AGCO, que dobrou o número de produção de colhedoras de cana neste ano em comparação com 2015.
O Grupo Moreno é um exemplo do recente movimento de compras de equipamentos. A companhia adquiriu 15 colhedoras neste ano por cerca de R$ 1 milhão cada. No ano passado, a empresa não havia comprado nenhuma máquina e em 2014, apenas duas.
Marco Ripoli, gerente de Marketing para máquinas de cana na John Deere, afirma que a companhia está procurando expandir a produção em sua unidade de Catalão, no Goiás, em 30% após lançar uma nova geração de colhedoras que promete recolher cana mais rápido e usando menos diesel. “Há cerca de 9 mil colhedoras antigas operando no Brasil. Elas precisam ser substituídas”, disse ele.
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