Home Edição 193 Editorial – Liderança
Edição 193

Editorial – Liderança

Compartilhar

LIDERANÇA

Ricardo Pinto

Um chefe de departamento, sentindo que seus subordinados não respeitavam nem um pouco mais sua liderança, resolveu colocar uma placa na porta da sua sala. Nela estava escrito: “Aqui quem manda sou eu”.

Depois de voltar de uma reunião, ele viu um bilhete colado na placa: “A sua mulher ligou pedindo para que lhe devolva a placa”.

Dá para ver que a liderança permeia todos os ambientes e situações em nossa vida, inclusive em casa, como atesta o nosso amigo da piada. Mas qual o real valor da liderança nos dias de hoje?

Atualmente, acredito que a liderança no meio corporativo deva buscar prioritariamente a criação de valor no longo prazo para as empresas. Digo isso para mostrar que, hoje, a liderança deva privilegiar atuar mais na criatividade do que na produtividade de seus liderados. Isso porque, no passado, o bom líder era o que bem sabia usar da coerção para obter mais trabalho de seus comandados. Contudo, agora o que se quer são os frutos da inteligência dos liderados. E para se chegar a ela, a coerção é totalmente ineficaz. As ferramentas mais adequadas passam a ser a persuasão, a atração e até a sedução.

Mas como podemos desenvolver nossa capacidade de sermos líderes modernos? É uma pergunta de difícil e complexa resposta. Começo respondendo-a através da destruição de um mito, o de que o verdadeiro líder já nasce feito. Podemos sim nos educar para sermos ótimos líderes.

Primeiro verifique se você já é um líder de si mesmo, quer dizer, se você sabe o que deseja ser como pessoa, o que busca na sua vida e quais os princípios e valores que o norteiam. Isso porque as pessoas primeiramente aceitam o líder para depois aceitarem seus planos. Se você sabe o que quer de sua vida e trabalha coerentemente para isso, demonstra força perante os demais (Lei do respeito), atrai quem tem crenças parecidas com as suas (Lei do magnetismo) e consegue convencer outros para seus sonhos (Lei da aceitação).

Depois treine sua Inteligência Emocional (QE), ou seja, sua capacidade de trabalhar com outras pessoas e liderar processos de mudança. Seu QE é composto pelo seu autoconhecimento, seu autocontrole, sua automotivação, sua empatia e sua sociabilidade.

Agora vem outra dica: compreenda o que motiva seus liderados, afinal, a essência da liderança é a motivação. Segundo Herzberg, o sentimento de satisfação de alguém no trabalho pode advir de seu sentimento de realização, do reconhecimento pela contribuição que deu, de suas maiores responsabilidades, das oportunidades que recebe para aperfeiçoamento e também das oportunidades para seu progresso. Paralelamente, o autor aponta que os fatores que trazem insatisfação são: políticas da empresa, tipos de supervisão, condições de trabalho, salários, benefícios e clima organizacional. Ele ainda diz que estes fatores, quando resolvidos, não conduzem necessariamente à satisfação.

Mais uma dica: a capacidade que as pessoas têm de realizar é determinada pela capacidade que tem o seu líder de delegar poder. A matemática da liderança funciona assim: para somar, lidere subordinados; para multiplicar, lidere líderes.

Finalmente, aqui vão mais alguns conselhos para você se tornar um bom líder:

• seja um facilitador, ajudando seus liderados a identificar seus valores e interesses;

• seja um orientador do desempenho, esclarecendo os padrões e expectativas de como o desempenho dos seus liderados será avaliado;

• seja um estrategista, apontando a direção estratégica para seus liderados seguirem;

• seja um integrador, ajudando seus liderados a cruzar suas metas individuais com as do negócio e aos interesses da empresa;

• seja um articulador, conectando liderados com os recursos de que precisam para se desenvolver;

• seja um mobilizador, fazendo com que seus liderados façam as mudanças necessárias, sem temê-las, frente aos desafios que se impõem.

Compartilhar