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Bioenergia

Falta de comunicação eficaz no agronegócio é um dos motivos que faz Brasil perder em competitividade

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Ter uma comunicação clara e com esforço conjunto, que inclua os setores público e privado, pode melhorar a imagem do agronegócio brasileiro no exterior, além de permitir que o país seja mais competitivo e consiga comercializar seus produtos com maior nível de igualdade.

Essa foi uma das análises apresentadas pelo diretor do Departamento de Promoção do Agronegócio do Itamaraty, Alexandre Peña Ghisleni, durante participação no 2º Lab de Comunicação para Agronegócio, que aconteceu no dia 04/10, em São Paulo, promovido pela Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje) em parceria com a Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), com patrocínio da Bayer.

Com o objetivo principal em debater a comunicação e promover as melhores práticas no setor, o evento contou com a presença de mais de 200 pessoas, entre lideranças, jornalistas, executivos e empresários do segmento do agronegócio, que escutaram do representante do Itamaraty que o Brasil ainda perde em imagem e credibilidade, principalmente pela divulgação de informações equivocadas, que nem sempre correspondem à realidade, e precisa muito da comunicação para mudar esse quadro.

De acordo com Luiz Cornacchioni, diretor executivo da Abag, existe a necessidade de ações contínuas no setor que envolvem a comunicação. Ele também citou o censo agro, que traz uma série de informações que podem ser trabalhadas pelos profissionais de comunicação do setor, mas que teve um intervalo de 11 anos até ser publicado.

“Um setor como o nosso ter de esperar 11 anos para um censo é muito complicado. A realidade de 2006 em relação a 2017 tem uma diferença gritante. Esperamos que o governo faça outras pesquisas com menor intervalo”, disse.

Segundo o ministro Ghisleni há alguns problemas no debate público entre os quais algumas coisas passam a ser consideradas verdades, baseados em dados e documentos que não condizem com a realidade. Ele conta que há, inclusive, uma grande preocupação com artigos publicados em revistas científicas, porque ainda que eles possam ser questionados, tornam-se referência e passam a ser vistos como verdade.

“Nós temos uma responsabilidade de estar juntos no sentido de restabelecer os fatos, trazer a verdade, eliminar informação enganosa para que ocorra competição justa e o produtor brasileiro poder estar presente no mercado internacional e poder vender o seu produto em igualdade de condições com seus parceiros”, afirmou.

Ainda sobre a questão da imagem do Brasil no exterior, o ministro explica que grupos protecionistas acabam usando informações, mesmo desencontradas, para reduzir a competitividade do país. Para ele, hoje o Brasil é considerado “a China” do agronegócio.

“O que a China representa em relação aos bens industriais, nós representamos no agronegócio”. No entanto, segundo o ministro, a imagem do país tem sido mutante, com altos e baixos, de acordo com o que se é noticiado a respeito do país.

“Já tivemos três ondas este ano. A primeira envolveu os defensivos agrícolas, a segunda os desmatamentos e o terceiro as queimadas. E todas essas questões foram tomadas como argumento por tomadores de decisões e usado como argumento para justificar medidas contra o agronegócio brasileiro”, explica

Ghisleni lembra que o país tem tradição de exportação de alguns produtos cujas produções estão concentradas em São Paulo e Minas Gerais, por exemplo, longe dos focos de incêndios e desmatamentos.

Para o representante do Itamaraty, que está no ministério há 25 anos, não há país perfeito, mas o Brasil tem ficado em desvantagem por ser um país que prega a transparência e libera mais facilmente o acesso à muitas informações, mas que acabam sendo divulgadas de uma maneira fragmentada ou enviesada.

“Precisamos de uma elucidação dos fatos, para mostrar ao mundo que fazer comércio com o Brasil não apenas é bom, como também não gera prejuízos à natureza, aos direitos humanos.

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