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Ferrari Agroindústria emite R$ 100 milhões em debêntures para modernização de usina
Companhia paulista produtora de etanol, açúcar e bioenergia investirá R$ 177 milhões até o final da década para melhoria, manutenção e renovação do parque industrial
O setor sucroenergético paulista já há algum tempo descobriu o caminho do mercado de capitais como forma de financiar seus investimentos. Geograficamente mais próxima do centro financeiro do país, as empresas do interior de São Paulo tiveram maior interlocução com bancos e gestores e, com isso, têm se beneficiado de instrumentos que em outros centros do agronegócio ainda são excepcionais.
A Ferrari Agroindústria é uma demonstração disso. A companhia com sede em Pirassununga informou ao mercado na manhã desta sexta-feira, 13, a emissão de R$ 100 milhões em debêntures não conversíveis em ações.
O valor dará suporte ao investimento de R$ 177 milhões no processo de modernização na produção e estocagem de etanol e biomassa na usina com sede no mesmo município. O programa durará cinco safras, entre a atual 2024/25 e a 2028/29.
De acordo com a companhia, a oferta pública, a quinta feita pelo grupo, é destinada a investidores profissionais, tendo como coordenador líder o Itaú BBA. O período de reserva foi iniciado em 30 de novembro e termina neste domingo, 15 de dezembro.
Os títulos têm vencimento até a mesma data de 2031 e serão remunerados pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), mais NTN (Nota do Tesouro Nacional) 2028, que hoje está em 7,74%, acrescida de 1,1% ao ano.
O pagamento da remuneração sobre as debêntures será semestral, a partir de 15 de junho de 2025, e a amortização das debêntures será feita em cinco parcelas anuais a partir de 15 de dezembro de 2027.
“O projeto visa manter ou aumentar a eficiência industrial para processamento de cana-de-açúcar nas próximas safras e manter o mix de 37% para a produção de etanol com o consequente aumento global de produção de biocombustíveis”, informou a companhia no prospecto encaminhado à Comissão de Valores Mobiliários (CMV).
“Dentre os objetivos deste projeto estão a manutenção, renovação e melhorias tecnológicas do parque industrial e consequente redução de custos, aumento da produtividade, prolongar a vida útil dos equipamentos”, completa.
A Ferrari Agroindústria é proprietária da usina Ferrari, cuja capacidade de moagem é de 3,5 milhões de toneladas de cana por safra. A unidade produz 200 mil toneladas de açúcar, 130 milhões de litros de etanol por safra e 400 gigawatts-hora de energia cogerada em parceria com a Engie.
O grupo ainda é sócio da Vale do Verdão na joint-venture São Luiz Bioenergia, também em Pirassununga. A unidade, distante apenas 8 quilômetros da Ferrari, foi adquirida pela sociedade em maio de 2021 e tem capacidade de processar 3,2 milhões de toneladas de cana por safra.
O cluster formado pelas duas usinas tem um canavial a um raio médio de 30 quilômetros, o que reduz custos de corte, carregamento e transporte. Além das operações no setor sucroenergético, a Ferrari Agroindústria é proprietária de uma fazenda de 9.916 hectares em Canarana (MT), onde produz soja e milho.