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Edição 183

Fórum – 1017/18 O que poderá acontecer com a safra 2017/18 que será pós-cana bis?

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Natália Cherubin

SAFRA NORMAL

“A safra 2017/18 para algumas usinas certamente vai começar com cana bis. Essa cana, como a gente sabe, é de qualidade não muito boa, mas muitas vezes melhor do que a cana de 18 meses para começar a safra, porque tem um pouco mais de açúcar, o que pode garantir um rendimento melhor para a produção, principalmente do etanol no início de safra. Com certeza vai ser uma safra onde a cana estará com a produtividade mais elevada. No entanto, em função da moagem que ocorreu em dezembro até 31 de março, quando oficialmente começou a safra 2016/17, muito da cana bisada já foi processada nesse período, então não deverá haver um volume muito grande de cana bis, talvez tenhamos algo como 15 milhões de t, e com isso, a safra transcorrerá, na sua maior parte, com cana dentro da safra.”

Manoel Ortolan, presidente da Canaoeste

PERDA DE PRODUTIVIDADE

“Para mim já é quase certo que haverá um significativo volume de cana bis para a 2017/18 também, obviamente não tanto como aconteceu para o início desta safra 2016/17. Isso se dará pelos canaviais que foram colhidos em dezembro de 2015 até final de fevereiro de 2016, quase 44 milhões de t. Não creio que compense e seja recomendado colhê-los no final de 2016. É claro que há canaviais de reforma neste número, mas me arrisco a dizer que pelo menos 12 a 15 milhões de t de cana poderão seguir para 2017. Desta forma, mais uma vez as usinas em dificuldades financeiras deverão dar menor importância à manutenção da taxa de renovação dos canaviais, por haver cana bis para o início da safra de 2017/18. Este seria um fator para justificar até uma perda de produtividade agrícola entre as safras 2016/17e 2017/18.”

Ricardo Pinto, sócio-diretor da RPA Consultoria

DEPENDERÁ DE POLÍTICAS

“A cada dia que passa fico mais convencido de que as coisas acontecem quase que naturalmente. Infelizmente nestes últimos tempos tivemos muita interferência externa que as vezes provoca distorções e o que deveria ser normal acaba não sendo. Segurar os preços da gasolina causou distorções enormes e hoje o setor paga por isto. Infelizmente é muito difícil prever, pois ainda estamos dependendo das ações que o governo tomará. Depende basicamente de três fatores principais: política de preços de combustíveis e energia, taxa de câmbio e mercado mundial de açúcar. É extremamente complexo e muito difícil fazer previsão.”

Ismael Perina, produtor de cana e presidente do Sindicato Rural de Jaboticabal

IMPACTOS NA INDÚSTRIA

“Poderemos ter impactos principalmente dentro das fábricas, pois a cana bis entrará com mais impurezas, mais fibras, menos ATR e com açúcares invertidos, já que simultaneamente estaremos colhendo cana seca, cana brotada e brotos novos. Na agrícola podemos esperar menores rendimentos dos processos de CTT e maiores perdas de matéria-prima.”

Humberto Carrara, diretor Agroindustrial da Usina São Joao de Araras

MOAGEM E CLIMA

“Ainda estamos muito longe da safra 2017/18, mas nesta safra já temos uma oferta extra de ATR proveniente da cana bis. Já para a safra 2017/18 precisamos esperar a moagem da 2016/17 e ainda torcer pelo clima!”

Paulo Rodrigues, produtor de cana do Condomínio Santa Isabel

MENOR PRODUTIVIDADE E PREÇOES BONS

“A próxima safra será um ciclo que vem após três safras seguidas de queda de renovação dos canaviais. Isto traz como consequência menor produtividade média. A outra questão é a limitação de moagem que carrega potenciais pioras com possíveis novas recuperações judiciais. Os preços, no entanto, deverão ser bons.”

Luiz Carlos Corrêa Carvalho, diretor da Canaplan

MAIS INVESTIMENTOS

“Creio que será bem melhor, pois a rentabilidade da safra 2016/17 permitirá maiores investimentos e melhoria não apenas quantitativa, mas também qualitativa da safra.”

Marcos Fava Neves, engenheiro Agrônomo pela ESALQ-USP e professor Titular da FEA-RP/USP

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