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Edição 182

Fórum – Quando o setor voltará a fazer investimentos?

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QUANDO HOUVER PREVISIBILIDADE

“Os bons resultados obtidos na safra passada, as medidas adotadas pelo governo no início de 2015, como a retomada da cobrança da Cide sobre a gasolina e o aumento da mistura do etanol no combustível fóssil, além da recuperação do preço do açúcar e do biocombustível no mercado internacional, possibilitaram uma breve recuperação do mercado sucroenergético, que deve se manter estável no ciclo 2016/17. Aliado a esses fatores, vale ressaltar que o segmento sempre investiu e continua investindo na manutenção de suas atividades, como reforma de canaviais, troca de equipamentos e melhoria em tecnologias para aumentar a produtividade no campo. No entanto, a falta de uma política de longo prazo que valorize as externalidades positivas do setor sucroenergético implica na garantia de competitividade e previsibilidade para se obter o crescimento esperado. ”

Antonio de Padua Rodrigues, diretor técnico da Unica (União da Indústria de Cana-de-açúcar)

INVESTIMENTOS PONTUAIS

“O setor passa por uma situação de boa perspectiva de mercado e de preços muito interessantes, contudo, está altamente endividado, principalmente, em função dos grandes investimentos que foram feitos nos últimos anos e pela política intervencionista no governo federal entre 2010 e 2014. Assim, acredito apenas em investimentos pontuais com o objetivo de aumentar a flexibilidade das indústrias, principalmente, aumentando a capacidade de produção de açúcar ou construindo uma nova fábrica, no caso das destilarias autônomas. Poderá haver também um momento forte de consolidação do setor e, mais no curto prazo, uma preocupação com relação ao baixo nível de renovação dos canaviais, que poderão se recuperar nos próximos anos em função dos novos preços dos produtos do setor.”

Mario Campos, presidente do SIAMIG (Sindicato da Indústria de Fabricação de Álcool no Estado de Minas Gerais)

PRECISA DE CONFIANÇA

“Esta pergunta é a que mais vem sendo feita no Brasil ultimamente, e não está restrita ao setor sucroenergético. Quando é que nossa economia voltará a ser propícia para novos investimentos? É muito difícil estabelecer um parâmetro temporal para esta resposta. O que podemos dizer é que os investimentos em geral – e no setor sucroenergético as regras são as mesmas – irão retornar apenas e tão somente quando houver um clima de confiança dos agentes econômicos. Ninguém investirá se não houver um mínimo de previsibilidade, um mínimo de credibilidade de nossa economia, e esta confiança necessariamente terá que vir de nossas lideranças políticas, que, em última análise, tem o poder de estabelecer as estratégias de curto, médio e longo prazo que poderão (ou não) permitir o retorno dos investimentos. Certamente, porém, o setor sucroenergético deverá despender capital no curto prazo, ao menos para fazer a manutenção das plantas, que rapidamente caminham, em grande parte, para uma deterioração bem acima daquela que seria aceitável, o que poderá comprometer os resultados operacionais já em 2017. Portanto, acredito que poderemos, já nos próximos meses, verificar uma retomada da atividade especialmente com relação à manutenção, mas também, em pequena escala, de algumas ampliações que já estão inclusive em fase de execução. Os investimentos significativos, porém, certamente virão apenas e tão somente se houver uma correção nas condições macroeconômicas do País.”

Paulo Gallo, presidente do CeiseBR (Centro Nacional das Indústrias do Setor Sucroenergético e Biocombustíveis)

GARANTIA PARA INVESTIR

“Acredito que a retomada dos investimentos e eventual crescimento do setor requerem ainda uma política de Estado que garanta a segurança do retorno destes investimentos. Somente após definições como o papel do etanol e da bioeletricidade na matriz energética brasileira, por exemplo, é que podemos falar, efetivamente em retomada de crescimento em nosso segmento.”

Antonio Cesar Salibe, presidente executivo da UDOP (União dos Produtores de Bioenergia)

NO MÉDIO PRAZO

“O momento é de atenção. Os preços do açúcar se mostram uma boa oportunidade para os próximos dois anos. O etanol ainda preocupa, mas se o governo sinalizar que o produto faz parte da política energética brasileira, ele será visto com outros olhos pelos investidores. Acredito que no curto prazo ainda existe um certo risco, mas no médio prazo se torna um negócio interessante.”

Bruno Rangel Geraldo Martins, presidente da Socicana (Associação dos Fornecedores de Cana de Guariba)

AINDA FALTA DE SEGURANÇA

“Nenhum segmento da economia faz investimentos sem a segurança necessária de que haverá retorno financeiro. O setor sucroenergético, portanto, voltará a fazer investimentos quando houver segurança em uma política de longo prazo, principalmente com relação ao etanol, ainda mais depois de tantas intervenções do governo federal na política de combustível nos últimos anos, que prejudicou bastante a Petrobras e o setor sucroenergético. Precisamos de uma leitura de, que de agora em diante, as regras mudaram. O governo federal precisa definir, por exemplo, a que percentual a Cide incidirá sobre o litro da gasolina.”

Alexandre Lima, presidente da Feplana (Federação dos Plantadores de cana do Brasil)

DEPENDE DA RECUPERAÇÃO DO SETOR

“A possibilidade de retorno aos investimentos ocorrerá quando forem restabelecidas as margens do setor através de uma recuperação de preços, que em parte está sendo verificada na vertente do açúcar e na estabilidade da política de fixação da competitividade do etanol com gasolina, sem aviltamento do preço do etanol.”

Pedro Robério, presidente do Sindaçúcar- AL (Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool no Estado de Alagoas)

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