Home Últimas Notícias Geração de CBios cresce, mas preços atingem mínimas do ano, mostra Itaú BBA
Últimas Notícias

Geração de CBios cresce, mas preços atingem mínimas do ano, mostra Itaú BBA

Compartilhar

A oferta de etanol em 2025 se mostrou mais robusta do que o esperado, sustentando um ritmo elevado de geração de créditos de descarbonização (CBios) ao longo do ano. Mesmo com a retração no consumo, o volume emitido tem se mantido em patamar suficiente para garantir oferta confortável ao mercado e aliviar pressões sobre preços.

O cenário é detalhado no Monitoramento RenovaBio – Dezembro 2025 do Itaú BBA, que aponta que a resiliência da safra de cana-de-açúcar no Centro-Sul garantiu maior disponibilidade de etanol do que se projetava anteriormente. A estimativa mais recente indica queda anual de apenas 0,5% nas vendas de etanol combustível, melhor do que a projeção anterior, que apontava -2%. Essa maior oferta elevou a geração total de CBios para 34,5 milhões, um aumento de 0,5 milhão em relação à estimativa passada.

A produção de biodiesel também puxou o número para cima. O Itaú BBA estima crescimento de 9% na geração de CBios a partir do produto, chegando a 7,8 milhões de unidades — cerca de 100 mil créditos acima do previsto anteriormente. Com mais 0,2 milhão de CBios oriundos do bio-GNV, o total gerado em 2025 deve alcançar 42,6 milhões, alta de 0,6 milhão em comparação com o cálculo anterior.

Apesar de as metas individualizadas de 2025 somarem 49,5 milhões de CBios, a expectativa é que 7,4 milhões deixem de ser aposentados. Com isso, o volume efetivamente cumprido deve ficar em 42,1 milhões, equivalente a 85% da meta anual. Até o fim de novembro, as distribuidoras haviam adquirido 39,5 milhões de créditos e, mantido o ritmo de compras, o volume deve atingir 43 milhões até o fim do ano. Os estoques finais devem encerrar 2025 em 17,1 milhões de CBios, ligeiramente acima do fechamento de 2024.

Preços recuam e atingem as mínimas de 2025

O levantamento mostra que os preços dos CBios recuaram em novembro para R$ 32,50/unidade na B3, a mínima do ano. O valor representa queda de 8% frente a outubro e está 44% abaixo da média do ano-meta. Em 2025, o preço médio negociado é de R$ 58,40, 28% inferior à média de 2024.

Apesar da queda nos preços, novembro registrou avanço no volume de negociações: foram 7,7 milhões de CBios negociados, alta de 11% em relação ao mês anterior e de 12% na comparação com novembro de 2024. No acumulado do ano, os negócios somaram 77,7 milhões, número 6% inferior ao mesmo período do ano passado.

Emissões desaceleram em novembro, mas acumulado segue estável

A emissão de CBios no mês totalizou 3,56 milhões de unidades, queda de 11% frente a outubro e 6% abaixo de novembro de 2024. No acumulado até novembro, os produtores depositaram 39,35 milhões de créditos, praticamente estável em relação ao ano anterior (+1%).

No balanço de oferta e demanda, a parte obrigada aposentou 3,82 milhões de CBios em novembro, totalizando 24,99 milhões no ano-meta 2025. Os estoques no mercado recuaram para 30,7 milhões de créditos ao fim do mês. Desse total, 14,31 milhões estão nas mãos das distribuidoras e 15,67 milhões com os emissores.

Projeções para 2026 apontam oferta confortável e preços sem pressão

Como o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) ainda não definiu as metas compulsórias para 2026, o Itaú BBA manteve sua projeção provisória em 48,1 milhões de CBios para o próximo ano. Considerando os créditos não aposentados de 2025 e o desconto por contratos de longo prazo, as metas individualizadas chegam a 52,5 milhões de títulos.

Para 2026, o banco projeta aumento de 5% nos depósitos de CBios por produtores de etanol, atingindo 36,1 milhões. No biodiesel, a expectativa é de alta de 6% na geração, totalizando 8,3 milhões, já que a mistura superior a B15 não deve ocorrer em razão do atraso dos testes e do calendário eleitoral. Somando bio-GNV, a oferta total deve alcançar 44,6 milhões de CBios.

Com os estoques iniciais, a oferta agregada chegará a 61,7 milhões, bem acima das metas projetadas. Mesmo em um cenário de inadimplência zero, o estoque final seria próximo a 9 milhões, enquanto no cenário-base — com 85% de cumprimento — deve permanecer em 17,1 milhões, o mesmo nível esperado para 2025. O Itaú BBA conclui que, diante desse quadro, os preços dos CBios tendem a permanecer baixos, a menos que ocorram mudanças estruturais, como redução efetiva da inadimplência ou metas mais ambiciosas de redução de emissões.

Natália Cherubin para RPAnews

Compartilhar
Artigo Relacionado
Últimas Notícias

Petrobras pretende entrar no mercado de biometano em parceria minoritária

Segundo a diretora de Transição Energética e Sustentabilidade da Petrobras, estratégia da...

Setor sucroenergético seleção natural
Últimas Notícias

Oferta elevada pressiona açúcar, enquanto etanol mantém valorização em novembro

A moagem no Centro-Sul atingiu 576 milhões de toneladas ao final da...

Últimas Notícias

Membros da Orplana defendem divulgação integral do estudo técnico do Consecana-SP

Os membros titulares da Orplana no Consecana-SP manifestaram, nesta terça-feira, 10, posição...

Últimas Notícias

Raízen avalia medidas para reenquadrar suas ações após ficar abaixo de R$ 1,00

A Raízen informou, em fato relevante, que recebeu correspondência da B3 sobre o...