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Edição 196

Gestão – Escolhas & Posicionamentos

Publicado

em

*Beatriz Resende

Não é novo dizer, mas vale relembrar sempre, que somos convidados a demonstrar posturas maduras, coerentes e sensatas na vida, o tempo todo, em todas as instâncias. Muitas vezes não deixamos claro para o mundo quais são as nossas intenções. Zanzamos por aí, muitas vezes literalmente, sem nos preocupar com a imagem que estamos passando, com a marca que estamos deixando e os lastros que estamos formando. Não paramos pra pensar nisso, como muitas outras coisas que ficam sempre para a hora derradeira, quando estamos prestes a perder oportunidades e espaços. E aí…fica tarde demais!

Pensamos, falamos, queremos, reclamamos, esperamos, adiamos, evitamos e maquinamos muito e demais! Mas nem sempre nos posicionamos de verdade. Quase nunca nos fazemos entendidos naquilo que queremos, precisamos ou acreditamos, na essência. Reclamamos mais do questionamos. Falamos mais do que ouvimos. Esperamos mais do que fazemos. Adiamos mais do que agilizamos. Evitamos mais do que encaramos. Queremos mais do que doamos. Equivocamos mais do que acertamos.

Temos que fazer escolhas. Isto não cabe a mais ninguém do que a nós mesmos. Escolhas não são delegadas. Podemos ter apoios para fazê-las, mas o desfecho é nosso. Assumir posições prevê que façamos escolhas. Gosto, porque nos remete à reflexão, e consequentemente utilizo muito nos meus trabalhos, de uma das famosas frases de Peter Drucker, falando sobre as pessoas que, ao longo da história, não tiveram direito ou espaço para fazer escolhas e que agora têm. E sobre isto, eis a sua reflexão:

Pela primeira vez, literalmente pela primeira vez, um número substancial e crescente de pessoas tem a possibilidade de fazer escolhas. Pela primeira vez, as pessoas terão de administrar a si próprias. E é preciso que se diga uma coisa: elas estão totalmente despreparadas para isso.”

E ainda em cima de suas reflexões, que trago para dar base à minha análise sobre assumir posições e fazer escolhas: “Poucas pessoas sabem onde é o seu lugar, que espécie de temperamento e de pessoas realmente são. Poucas se perguntam: “Quais são os meus valores?”, “Qual é o meu objetivo?”, “Onde é o meu lugar?”, “Qual a minha contribuição?”

Mais recentemente, Cortella nos inquietou trazendo sua famosa pergunta, transformada em livro e palestras: “Qual é a tua Obra?” Podemos dizer que temos munição o suficiente para buscar essas respostas dentro de nós. O complexo universo em que vivemos, traduzido num mundo mais exigente, ágil, atento e crítico, nos mobiliza, sem que precisemos receber sinais claros e evidentes, para o movimento da mudança, da renovação, da melhoria, da quebra, da transcendência, da vida!

Podemos escolher e nos posicionar entre ser uma pessoa responsável, honesta, comprometida e leal, ou não. Entre ser um líder exemplo, seguindo as boas práticas que o mundo hoje nos apresenta, já que aceitamos o convite das empresas para estar nessa nobre posição, ou não. Entre fazer tudo para que as coisas ao nosso redor deem certo, sabendo que depende quase sempre de nós, ou não. Entre assumir erros, dificuldades e fragilidades, buscando apoio e sendo honestos para a construção de relações sólidas, ou não. Entre acreditar no melhor, ser positivo, confiar no próximo e na lei do retorno, ou não. Entre entender, finalmente, que o respeito somos nós que conquistamos e que essa é uma árdua caminhada de muito sacrifício e doação, ou não. Que para ganhar é preciso merecer, que para ser ouvido é preciso se posicionar de forma coerente,que para ser visto é preciso ter uma imagem atrativa, que inspire credibilidade, que para ser, é preciso estar por inteiro. Nada se faz pela metade, com pouco, num formato turvo ou nebuloso, com sentimentos e intenções encobertas, e com estratégias enigmáticas. A vida nos cobra transparência, retidão, coerência e boa intenção, acima de tudo.

Assumir posições nos torna reais, límpidos e simples. Geramos credibilidade, inspiramos pessoas e realizamos feitos que ficarão, no mínimo, na memória e alma de alguns. Mas, antes de tudo, e não menos importante, orgulhamo-nos de nós e tornamo-nos os heróis de nós mesmos.

Desejo um ano de muita reflexão e transformação para todos!

* Beatriz Resende é consultora empresarial, palestrante e conselheira de Carreiras da Dra. Empresa- Consultoria Emprearial

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