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Lucro da Bunge fica abaixo da expectativa no 2º trimestre de 2024
Companhia vê vendas de grãos lentas na Argentina e oportunísticas no Brasil, diz CEO
O lucro da Bunge ficou abaixo das expectativas de Wall Street no segundo trimestre, fazendo as ações caírem cerca de 6% no pré-mercado, uma vez que a comerciante e processadora de grãos foi prejudicada por margens menores de esmagamento de soja.
Os amplos suprimentos globais de soja e milho estão mantendo os preços das safras perto das mínimas de quatro anos e desencorajando os agricultores a vender suas colheitas, pressionando os comerciantes globais e os processadores de oleaginosas.
Os lucros ajustados do segmento de agronegócios da Bunge, o maior da empresa em termos de receita e volume, caíram 55% no trimestre de abril a junho em relação ao ano anterior, para US$ 298 milhões.
O negócio de processamento da companhia foi prejudicado por resultados mais baixos nas Américas do Norte e do Sul e na Ásia, enquanto na Europa a situação foi melhor.
No negócio de comercialização, que inclui o comércio e a compra de grãos, os lucros trimestrais ajustados caíram 78% em relação ao ano passado, para US$ 33 milhões.
“Os resultados mais baixos foram pressionados principalmente pelos mercados de grãos globais, onde os volumes mais altos foram mais do que compensados por margens mais baixas”, disse a Bunge.
A Bunge ainda elevou sua previsão de lucro ajustado para o ano inteiro de US$ 9 por ação para US$ 9,25 por ação e disse que as condições de mercado melhoraram em algumas regiões.
A empresa registrou um lucro ajustado de US$ 1,73 por ação no trimestre, em comparação com as estimativas dos analistas de US$ 1,80 por ação, de acordo com dados da London Stock Exchange Group (LSEG).
A empresa rival Archer-Daniels-Midland reportou dados financeiros na terça-feira que também não atingiram as expectativas de Wall Street com relação ao lucro trimestral, devido às margens mais baixas de esmagamento de soja e à diminuição da demanda pelas safras dos EUA.
O principal importador de soja, a China, está enfrentando um excesso de oferta de soja em um momento em que a demanda por ração animal continua fraca. O excedente de soja também ameaça reduzir o apetite da China por importações no período de setembro a dezembro, o pico da temporada de comercialização da soja dos EUA.
ARGENTINA, BRASIL e EUA
As vendas de grãos pelos agricultores têm sido muito lentas na Argentina e oportunísticas no Brasil devido aos preços baixos, disse o CEO da Bunge, Greg Heckman, após a trading e processadora global apontar resultados abaixo das expectativas de Wall Street no segundo trimestre.
Por outro lado, a Bunge considera que as vendas dos agricultores norte-americanos aumentarão à medida que as safras dos EUA se desenvolvem, já que as condições climáticas das lavouras parecem boas na América do Norte.
Os amplos suprimentos globais de soja e milho estão mantendo os preços das safras perto das mínimas de quatro anos e desencorajando os agricultores a vender suas colheitas, pressionando os comerciantes globais e os processadores de oleaginosas.
Segundo Heckman, a companhia viu as margens de esmagamento de soja melhorarem no final do segundo trimestre.
VITERRA
Separadamente, a Bunge disse que os planos de integração estão progredindo para sua proposta de fusão de US$ 34 bilhões com a Viterra. O negócio está se encaminhando para a aprovação condicional antitruste da União Europeia, disse uma pessoa com conhecimento direto do assunto na semana passada.
Greg Heckman, por sua vez, afirmou que a Bunge já tem grande parte das aprovações necessárias para transação com a Viterra e que espera fechar o negócio nos próximos meses.
De acordo com a companhia, a Bunge está trabalhando com governos de UE, Canadá, China e de algumas outras jurisdições sobre o acordo com Viterra.