Os preços internacionais do açúcar reagiram em junho depois de dois meses consecutivos de queda. Os contratos com entrega em outubro do açúcar bruto negociados em Nova York fecharam a sessão do dia 27 de junho a 12,78 centavos de dólar por libra-peso, alta de 2,8% em relação à última cotação de maio (12,43 centavos de dólar por libra-peso no dia 31).
As cotações avançaram diante do sentimento de que o mercado global passará a ser deficitário em 2019/20 depois de vários anos de excesso de oferta.
A Organização Internacional do Açúcar (OIA) apresentou seu relatório trimestral, em seu relatório trimestral de acompanhamento do mercado, divulgado no início de junho, apontou que “uma queda na produção do Brasil e em outras importantes origens irá reduzir o excesso de oferta global de açúcar em 2018/19 e ocasionar um déficit em 2019/20”.
Segundo a OIA, a produção global de açúcar vai cair em 2,5%, para 178,7 milhões de toneladas em 2018/19, enquanto o consumo crescerá em 1,6%, para 176,9 milhões de toneladas. Isso resultará em um excedente de 1,8 milhão de toneladas, declínio de 80% na comparação com o superávit de 9,1 milhões de toneladas visto em 2017/18. Há três meses, a OIA estimara um superávit de 641 mil toneladas para a temporada 2018/19. A elevação reflete uma produção “espetacular” na Índia e na Tailândia, bem como uma redução nas projeções para o consumo, disse o órgão intergovernamental.
No entanto, a OIA aponta que em 2019/20, o mercado global de açúcar passará a ser deficitário em três milhões de toneladas, com a diferença negativa aumentando para seis milhões de toneladas no ano seguinte devido a uma projeção de continuidade na taxa de crescimento do consumo global.
O analista de SAFRAS & Mercado, Maurício Muruci, aponta que a reação das cotações futuras em Nova York ainda não representa uma “reversão do viés baixista”, apontando que o rally visto na última semana de junho foi engatilhado por fatores técnicos, sem grandes mudanças nos fundamentos, embora a produção brasileira continue com números negativos no Centro-Sul na safra 2019/20. “Já na Índia, as chuvas voltaram a ocorrer nas mais importantes regiões canavieiras do país, dissipando parte dos temores quanto a uma quebra de safra em 2019/20”, assinalou Muruci.