Após várias suspensões da assembleia, na última sexta-feira, dia 13 de novembro, foi finalizada a aprovação do plano de recuperação judicial do Grupo Moreno em Assembleia de Credores.
No plano, que foi aprovado após oito horas de discussão, há previsão de dois anos para pagamento de dívidas sem necessidade de venda de UPIs (Unidades Produtivas Isoladas).
“É uma ótima notícia para as regiões onde o grupo atua, dando impulso às equipes que já estão motivadas e buscando superação”, afirma o gerente geral Agrícola do Grupo Moreno, Américo Ferraz.
Com a aprovação do plano, que depende de homologação do poder judiciário, os fornecedores e os parceiros passarão a receber seus créditos. O recebimento de créditos terá início 30 dias após a homologação judicial do plano.
Com o plano aprovado, o Grupo Moreno terá a oportunidade de manter as unidades industriais em operação, sendo assim, os empregos serão mantidos, podendo até ocorrer a abertura de novas vagas.
O Grupo Moreno – com três usinas no estado de São Paulo, a Central Energética Moreno Açúcar e Álcool (CEM), em Luiz Antônio; a Central Energética Moreno de Monte Aprazível (CEMMA), em Monte Aprazível e a Coplasa, em Planalto – está em recuperação judicial desde setembro de 2019 e tem uma dívida de aproximadamente R$ 2 bilhões com cerca de 7 mil credores.
Além das usinas o Grupo é dono das empresas Agrícola Moreno de Luiz Antônio, Agrícola Moreno de Nipõa e Planalto Bioenergia.
Investimento em canaviais
Mesmo em recuperação judicial, Ferraz revelou a RPAnews que a empresa vem investindo fortemente em seus canaviais, tanto em tratos culturais como em plantio. “Em tratos e plantio estamos fazendo o que há de melhor”
Na Central Energética Moreno, em Luiz Antônio, são mais de 2.800 ha em meiosi com produtores parceiros fazendo o plantio de cerais. Nesta safra, a companhia vai plantar cerca de 6 mil hectares de cana-de-açúcar.
“Nos tratos culturais, além de reposição de 1,2 kg/ha de Nitrogênio e de Fósforo, teremos ainda a aplicação de foliares para as áreas responsivas de começo de safra. Essa estratégia foi alinhada com os professores Carlos Alexandre Crusciol e Korndorfer”, adiciona Ferraz.
A empresa também está investindo bastante em controle biológico de pragas com aplicações feitas por meio de drones. “Além disso, todo o planejamento estratégico agrícola para os próximos 10 anos da CEM já está montado, focando em sistema de tráfego controlado, preparo localizado e produção interna de MPB para ter um plantel varietal mais adequado”, afirma.
Todo o plano da usina está estruturado em mapas temáticos, com distribuição de frentes e estratégias agronômicas, aplicação de vinhaça em área total ou localizada, controle de pragas, estratégia de plantio no sistema de Ano e Meio, Inverno e Ano, bem como identificação de áreas de meiosi.
No CCT, a Moreno tem usado simuladores de colheita para definir capacidade de entrega diária por frente e, tem projeto para implantar sistema de gerenciamento de tecnologia embarcada e telemetria, focando em gestão de ativos agrícolas.
“A utilização de ferramenta “farol” para monitoramento do canavial, identificando falhas, pisoteio, pragas, matocompetiçao e fitotoxidade, também nos permite fazer uma melhor gestão do nosso ativo biológico”, acrescenta o gerente Geral Agrícola da Moreno.