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Ministra da Agricultura diz que governo estuda reduzir juros no próximo plano safra

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Safra de cana será menor

Os repetidos cortes na taxa básica de juros devem se refletir no próximo plano safra nacional, a ser lançado em junho. Em visita nesta segunda-feira (2/3) à Expodireto Cotrijal, em Não-Me-Toque (RS), a ministra da agricultura, Tereza Cristina, afirmou que o governo tem discutido com o Banco Central a possibilidade de reduzir as taxas praticadas nas linhas de crédito agrícola subsidiadas.

“É claro que se a economia continuar saudável e com os indicadores que tem hoje, esses juros com certeza devem cair”, afirmou a ministra ao destacar que, neste ano, as taxas já diminuíram. “Temos que lembrar que, no ano passado, tínhamos juros de 14%, 12%. Hoje, estão em torno de 7% a 8% e, para pequena agricultura, o máximo é 4,6%”, disse.

Segundo a ministra, a rápida tomada de crédito por parte dos produtores neste ano, com esgotamento dos recursos de algumas linhas em apenas dois meses, deve ser levado em consideração na edição do próximo plano safra. Ela lembrou que foram alocados R$ 800 milhões adicionais em dezembro e outros R$ 1 bilhão para pequenos agricultores em janeiro.

“Estamos com alguma dificuldade de fazer esses recursos chegarem até a ponta, mas estamos trabalhando duro para que os pequenos agricultores não fiquem sem crédito até o próximo plano safra”, garantiu a ministra, destacando que o governo buscará privilegiar os pequenos e médios produtores.

Entre as linhas de créditos mais demandadas e que devem receber mais atenção no próximo ano, a ministra cita os recursos voltados à construção de galpões e armazéns e de infraestrutura.

“Temos que nos adequar à nova realidade do agro brasileiro, que vem crescendo cada vez mais. Estamos trabalhando fortemente para diminuir juros e aumentar a quantidade de recursos”

MP do Agro

Tereza Cristina também ressaltou a importância da aprovação da MP do Agro pelo Congresso. Caso não seja votada até a próxima semana, a medida provisória editada no ano passado para flexibilizar as garantias e operações de crédito agrícola no país perderá sua validade.

“A partir de hoje, estaremos conversando com senadores para que essa medida seja aprovada, e o presidente possa sancioná-la o mais rápido possível. A expectativa é boa”, salientou.

A ministra também classificou o projeto como um “marco histórico” para o agronegócio brasileiro. “Não temos só a questão das áreas de desmembramentos ou patrimônio de afetação, mas várias coisas muito importantes para trazer recursos e, aí sim, com a abundância de recursos, os juros cairão”, avalia.

Tereza Cristina também participou de homenagem ao ex-ministro da Agricultura Alysson Paulinelli (Foto: Cotrijal/Divulgação)

Seguro rural

Outra medida em avaliação pelo Ministério da Agricultura é a ampliação de recursos para a subvenção ao seguro rural, do atual R$ 1 bilhão anunciado nesta safra para R$ 1,5 bilhão. “É o que estamos negociando com o Ministério da Economia e acho que tem boas chances de acontecer”, disse a ministra.

Segundo ela, o projeto do governo é tornar o seguro rural cada vez mais ligado à renda do produtor – atualmente o seguro está vinculado às perdas geradas por intempéries climáticas.

“Temos um departamento estudando só isso porque o caminho é chegar ao seguro renda, mas não é uma coisa que vai acontecer hoje. É algo que ainda estamos levantando”, observou Tereza Cristina, frisando que o governo já conversa com Banco Central, Ministério da Agricultura e seguradoras para editar com este viés.

Feira, que vai até sexta-feira em Não-Me-Toque (RS), tem expectativa de R$ 2,4 bilhões em negócios (Foto: Cotrijal/Divulgação)

Estiagem no RS

A ministra também falou sobre os impactos da estiagem observada no início deste ano no Rio Grande do Sul.e o consequente atraso no plantio da soja e do milho de verão no Estado.

Segundo ela, o impacto sobre o milho chega a 54,8% da área plantada na região, e o Ministério da.Agricultura já notificou as principais instituições financeiras sobre a possibilidade de renegociar os prazos de financiamentos tomados no início da safra.

“Pelo manual de crédito rural, isso [prorrogação de prazos] é automático. Então, os produtores têm que procurar os bancos onde pegaram financiamentos e entrar com essa renegociação”, afirmou.

“Se alguém tiver problema, que procure o Ministério da Agricultura ou a Secretaria de Agricultura do Estado para que a gente possa tomar as providências. Mas essas operações já começaram”

Questionada sobre o impacto do coronavírus no agronegócio nacional, Tereza Cristina apaziguou os ânimos. Ela destacou que o governo brasileiro tem mantido contato com suas representações diplomáticas na China,.e os sinais são de normalização das condições de mercado na região.

“Por enquanto, não teve impacto no agronegócio. Tivemos um pequeno atraso nas exportações no momento de descarregar na China,.mas hoje já voltou ao normal – e a gente espera que continue assim”, finalizou a ministra.

Mas. Desse modo.

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