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Por que a cana-de-açúcar tem o poder de impulsionar o progresso ambiental?

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A cana-de-açúcar tem papel fundamental no progresso ambiental, destaca a Bonsucro, principal organização global sem fins lucrativos que, por meio de seu rigoroso Padrão de Produção e sua plataforma colaborativa multissetorial, trabalha para promover transformações positivas em toda a cadeia produtiva da cana-de-açúcar. Para a entidade, a cana-de-açúcar importa, e muito, no Dia Mundial do Meio Ambiente, comemorado dia 05 de junho.

De acordo com a entidade, com a crise climática e da biodiversidade se intensificando, o desmatamento em alta e a contagem regressiva para a COP30 — a “COP da Natureza”, que ocorrerá no Brasil —, o foco recai sobre os sistemas alimentares e commodities que moldam o futuro do planeta. Neste ponto, a produção de cana-de-açúcar, uma commodity global, apresenta desafios sociais e ambientais, mas também é um excelente exemplo de como uma cultura pode ser produzida de forma mais sustentável para enfrentar problemas críticos do planeta.

Embora a cana-de-açúcar seja uma cultura com uso intensivo de recursos, quando produzida de forma responsável, tem um potencial imenso: reduzir emissões, sequestrar carbono e melhorar a saúde do solo. Na verdade, seus benefícios estão diretamente alinhados ao tema do Dia Mundial do Meio Ambiente 2025, e ao #CombateAPoluiçãoPlástica, hashtag que convoca a ação global para acabar com a poluição plástica, promovendo alternativas sustentáveis e abordagens circulares. Quando produzidos a partir de cana-de-açúcar sustentável, os bioplásticos oferecem uma fonte renovável de matéria-prima de origem vegetal, ajudando a reduzir a dependência de plásticos derivados de combustíveis fósseis.

Além dos bioplásticos, a cana-de-açúcar também é utilizada na produção de alimentos, combustíveis e energia. Entretanto, sua produção as vezes é associada ao desmatamento, escassez de água, emissões de gases de efeito estufa e violações de direitos trabalhistas. Com padrões adequados, inovação e ação coletiva, a cana-de-açúcar pode se tornar um modelo de agricultura sustentável — mostrando como transformar sistemas alimentares para proteger pessoas e o planeta, especialmente em um ano em que a COP30 pode liderar a agenda ambiental no Dia Mundial do Meio Ambiente.

De acordo com Danielle Morley, CEO da Bonsucro, o extenso banco de dados da Bonsucro, que reúne informações de mais de 180 usinas certificadas, mostra que as fazendas certificadas reduzem sua pegada ambiental em indicadores-chave, ao mesmo tempo em que aumentam a produtividade, avançam na defesa dos direitos dos trabalhadores e melhoram a eficiência operacional. À medida que o mundo se une para proteger o planeta, estamos comprometidos em aproveitar o potencial da cana-de-açúcar para construir sistemas agrícolas mais resilientes e positivos para o clima.

“A cana-de-açúcar é uma cultura importante, apreciada no mundo todo e que sustenta os meios de vida de muitas pessoas, mas precisamos transformar a forma como ela é cultivada. Neste Dia Mundial do Meio Ambiente, fazemos um apelo a todo o setor sucroenergético para intensificar seus esforços na proteção da natureza, combate às mudanças climáticas e respeito aos direitos humanos — construindo um futuro mais resiliente e sustentável com a Bonsucro. Comece de onde você estiver, e nós estaremos aqui para apoiar”, afirma.

Certificação para uma cana mais sustentável

Segundo dados da Bonsucro, a produção de cana-de-açúcar emite cerca de 400 milhões de toneladas de CO₂ equivalente anualmente — dois terços dessas emissões vêm do cultivo e um quinto da moagem.  Por isso, a entidade tem colaborado com usinas e produtores na melhoria de questões ambientais e sociais por meio da implementação de seus padrões, desenvolvimento de ferramentas e parcerias. A Bonsucro estabelece metas climáticas baseadas na ciência e oferece ferramentas práticas para medir e reduzir emissões, contribuindo para um meio ambiente melhor.

Em energia renovável, a certificação Bonsucro e o Padrão EU-RED auxiliam as usinas a negociar com mercados globais. O compartilhamento de boas práticas pode ajudar as usinas a se tornarem exportadoras líquidas de energia elétrica a partir do bagaço.

De acordo com a Bonsucro, 68% das emissões de gases de efeito estufa (GEE) na produção de açúcar e etanol ocorrem durante o cultivo. No entanto, dados do último report da Bonsucro da safra 2023/24, mostram que os produtores certificados Bonsucro reduziram, em média, 14% das emissões de GEE na produção de açúcar em cinco anos.

A certificação também tem garantido uma redução média de 42% no uso de água após cinco anos, com tecnologias como medidores de vazão e irrigação precisa. No quesito saúde do solo, algumas usinas e produtores chegaram a reduzir o uso de fertilizantes em mais de 90% sem comprometer a produtividade. Os dados da Bonsucro, mostram que as usinas tiveram uma redução média de 11% no uso geral de fertilizantes e 18% no uso de nitrogênio em cinco anos. Ainda de acordo com a Bonsucro, 100% dos produtores certificados têm planos de manejo de solo e têm planos de gestão de áreas de alto valor de conservação, com o manejo integrado de pragas.

Derivados da cana, como o etanol de melaço e bagaço, estão ganhando importância na produção de bioplásticos, oferecendo uma alternativa renovável aos plásticos à base de petróleo. Neste sentido, a certificação Bonsucro assegura a origem sustentável da cana utilizada na produção de bioplásticos, como o PLA (Ácido Polilático). Membros da Bonsucro, como a Corbion, garantem que a cana utilizada para o PLA apoia os princípios da agricultura sustentável. Os bioplásticos de PLA são 100% de base vegetal e possuem uma pegada de carbono baixa em comparação aos plásticos fósseis.

A demanda de mercado por cana-de-açúcar certificada e sustentável impulsiona a transformação do setor e recompensa os produtores responsáveis. “Com legislações exigindo cada vez mais transparência e responsabilidade em relação às ações climáticas e de biodiversidade, cadeias de suprimentos sustentáveis são essenciais para atingir as metas globais”, afirma a CEO da entidade.

Financiamento climático é área estratégica de investimento do Bonsucro

No Brasil, o Projeto GeRa Cana, do Solidaridad, ORPLANA e APMP, é financiado pelo fundo de impacto Bonsucro.
O Projeto Gera Cana tem como objetivo reduzir a pegada de carbono da produção de cana-de-açúcar, diminuindo os custos operacionais, aumentando a rastreabilidade da produção agrícola e elevando a renda dos agricultores.

Com o projeto, espera-se melhoria na gestão operacional dos produtores; maior acesso ao mercado de créditos de carbono regulado no Brasil; e aumento do conhecimento das melhores práticas para redução da pegada de carbono.

Na Nicarágua, a Bonsucro investe no Projeto Semear Água, Colher Vida, que promove o uso sustentável da água e visa mitigar os efeitos das mudanças climáticas com reflorestamento, conservação do solo e captação de água em áreas vizinhas ao Ingenio San Antonio.

No Paquistão, o Projeto de adaptação climática, apoia pequenos produtores de cana na adoção de práticas agrícolas adaptadas ao clima, enfrentando desafios como uso ineficiente de recursos, vulnerabilidade climática e adoção de práticas sustentáveis.

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