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Preços do açúcar se recuperam à medida que força do real brasileiro gera cobertura vendida
Em sete semanas, o mercado de açúcar derreteu cerca de 700 pontos
Os preços do açúcar na terça-feira recuperaram-se dos mínimos de 8 meses e meio e fecharam em alta, uma vez que a força do real brasileiro desencadeou a cobertura de posições vendidas nos futuros do açúcar. Na terça-feira, o real subiu para uma alta de 4 semanas em relação ao dólar, desencorajando as vendas de exportação dos produtores de açúcar do Brasil.
O contrato de açúcar de março em NY fechou em alta de terça-feira de US$ 0,12, 0,56%, em US$21,46. Já o contrato de março para o açúcar branco em Londres fechou em alta US$ 2,60, 0,42%, a US$ 614,30.
Os preços do açúcar têm estado sob pressão nas últimas cinco semanas, à medida que o Centro-Sul do Brasil aumentou a produção de açúcar em 23,5% para 40,817 milhões de t, de acordo com dados da Unica. Enquanto isso, o Brasil exportou 3,7 milhões de toneladas de açúcar em novembro, marcando um novo recorde para o mês.
Os preços do açúcar também foram reduzidos pelas notícias recentes de que o Ministério da Alimentação da Índia orientou as usinas de açúcar locais a pararem de usar suco e xarope de cana-de-açúcar para produzir etanol no ano de fornecimento de 2023/24 para aumentar as reservas de açúcar.
Na sexta-feira passada, a ISMA estimou a produção de açúcar da Índia em 2023/24 em 32,5 milhões de toneladas, uma queda de 11,2% em relação aos 36,6 milhões de toneladas em 2022/23.
O analista de mercado e diretor da Archer Consulting, Arnaldo Corrêa, disse em seu comentário semanal que chegou a prever a queda dos preços para a casa dos 22 centavos de dólar por libra peso. Segundo ele, a rentabilidade sustentada pelos fundamentos do mercado juntamente com a observação de que os fundos especulativos estavam influenciando fortemente a tendência de alta nos preços, tornou o mercado suscetível a variações bruscas.
Em sete semanas o mercado derreteu 700 pontos – da máxima de US$ 28,14 dia 7 de novembro para a mínima de US$21,16 centavos de dólar por libra-peso na última quinta-feira, 14 de dezembro – equivalentes aproximadamente a R$ 800 por tonelada.
“Uma queda de quase 25% que não ocorria desde a pandemia da Covid-19. Em valores absolutos, uma queda acima de 700 pontos no mesmo intervalo de tempo ocorreu em setembro de 2011 quando NY negociou a 24,84 centavos de dólar por libra-peso depois de uma alta recente de 31,85 em agosto do mesmo ano. No acumulado do ano, o açúcar ainda é uma commodity que está em território positivo: 24% de ganho, atrás do suco de laranja 119% e do cacau 62%. Petróleo WTI caiu 9%, trigo 29% e gás natural 58%”, disse Corrêa.
Natália Cherubin com informações da Barchart
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