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Preços do milho recuam no Brasil, mas retração de vendedores limita quedas
O mercado de milho no Brasil vivenciou um cenário de mudanças rápidas entre o início e meados de agosto de 2024. Após uma sequência de elevações nos preços, impulsionadas pela valorização do dólar e pela retração dos vendedores, o mercado voltou a registrar queda em algumas regiões, refletindo uma combinação de fatores internos e externos.
Na semana de 29 de julho a 5 de agosto, os preços do milho no Brasil continuaram em alta, mesmo diante da queda nos mercados internacionais e da demanda externa enfraquecida em comparação ao ano anterior. Segundo levantamento do Cepea, essa valorização foi principalmente motivada pela atitude mais cautelosa dos vendedores, que estavam de olho na valorização do dólar frente ao Real. Com a expectativa de que essa alta na paridade de exportação pudesse aumentar o interesse por negócios nos portos, os produtores optaram por segurar as vendas, o que pressionou os preços para cima no mercado doméstico. Por outro lado, os consumidores que necessitavam repor seus estoques de milho se depararam com valores de venda mais elevados, embora alguns ainda possuíssem estoques adquiridos a preços mais baixos nas semanas anteriores.
No entanto, o cenário mudou na semana seguinte, entre 5 e 12 de agosto, quando os preços do milho voltaram a cair em algumas regiões acompanhadas pelo Cepea. De acordo com pesquisadores, essa queda esteve atrelada à retração dos consumidores, que ficaram mais atentos aos fundamentos de oferta tanto no Brasil quanto no exterior. No Brasil, a colheita da segunda safra já estava próxima da finalização, enquanto nos Estados Unidos a proximidade dos trabalhos de campo começou a pressionar os contratos na Bolsa de Chicago, contribuindo para a queda nos preços. Além disso, a desvalorização do dólar na última semana reduziu a paridade de exportação, o que limitou os negócios nos portos brasileiros.
Do lado dos vendedores, alguns começaram a demonstrar mais flexibilidade nas negociações, especialmente a partir de 8 de agosto, buscando liberar os armazéns ou fazer caixa para a quitação de dívidas no final do mês. Outros, no entanto, ainda apostam em uma possível recuperação dos preços após o término da colheita no Brasil.