Edição 192
Tecnologia Industrial – Alternativa para eliminar solda e flange
Ao se contabilizar os custos com mão de obra e insumos de montagem, o sistema de acoplamento fica, em média, 25% mais barato
Antes de começar o assunto, vale uma prévia reflexão a respeito de algumas situações especificamente ligadas ao mercado sucroenergético. Quanto vale o tempo de parada em uma usina? Quanto custa um funcionário afastado por acidente de trabalho? Qual é o valor de uma multa ambiental por vazamento na tubulação? Quanto de fluido é desperdiçado na linha por causa de pequenos rompimentos? Quanto vale a hora/homem de sua equipe de campo?
Em tempos de crise profunda que o país vive, há, mais do que nunca, a preocupação substancial em se manter competitivo por meio da otimização da produção, minimizando perdas para incrementar as margens. Não há espaço para prejuízos. Cada detalhe conta para que o resultado no balanço final seja positivo.
Em usinas sucroenergéticas, bem como nos canaviais que as abastecem, existe um gargalo significativo que pode, de forma invisível, trazer agravo ao processo: trata-se do método adotado para unir tubulações.
Hoje em dia, as usinas costumeiramente usam a solda (figura 1) ou o flange (figura 2). Porém, tais sistemas apresentam questões limitantes e custosas, como, por exemplo: necessidade de mão de obra qualificada; processos lentos e de alto risco; necessitam de espessura de parede de tubo; dificultam o alinhamento; e demandam muitos insumos extras como ferramentas, equipamentos, EPI´s etc.
No entanto, já existe como alternativa os sistemas de acoplamentos para união de tubulação. Eles são altamente confiáveis, simples de instalar, garantem uma série de vantagens técnicas durante a montagem e na manutenção, além de ter menor custo de instalação.
Por uma decisão estratégica, os principais projetistas, instaladores e clientes finais (usinas) reconhecem e aprovam a utilização dos acoplamentos pela vantagem competitiva que proporcionam e por suas características técnicas.
A utilização de acoplamentos elimina definitivamente o processo de solda e flange gerando economia operacional. O tempo de montagem também é menor e isso proporciona agilidade no cronograma de instalação, além de reduzir o custo de homem/hora, o tempo de parada durante as manutenções e os riscos inerentes aos procedimentos.
Um exemplo desta agilidade e facilidade pode ser observado na Figura 5, onde duas situações foram simuladas: uma instalação utilizando solda e outra os acoplamentos mecânicos. É possível analisar a rapidez e a simplicidade com que o sistema de acoplamento é montado, resultando em uma ampla diferença de tempo. Imagine isso em campo, com condições desfavoráveis como altura, áreas remotas, difícil acesso à tubulação, emergência etc?
Entrando em uma análise mais quantitativa, que pode ser visto no Gráfico 1, é possível analisar os custos, em reais, com mão de obra, material e material + mão de obra, tanto com o uso do sistema de acoplamento, quando com o de solda. Enquanto o sistema de acoplamento traz um custo com materiais mais mão de obra de aproximadamente R$ 350 mil, o sistema de solda pode custar para uma usina, em material mais mão de obra, cerca de R$ 510 mil, uma diferença considerável.
É importante destacar que, se comparado material contra material, o sistema de acoplamento é um pouco mais caro que o de solda, no entanto, se forem contabilizados os custos com mão de obra e insumos de montagem, o sistema de acoplamento fica, em média, 25% mais barato que a solda, além de 55% mais rápido. Isso sem considerar o tempo de parada da usina; os desperdícios em linha por vazamentos; indenizações e afastamentos por acidente; custo de pinturas externas; e retrabalho.
O sistemas de acoplamentos ainda:
– reduzem o tempo da manutenção corretiva;
– diminuem as perdas por gotejamento e vazamentos de fluidos;
– agilizam a desobstrução de tubulações;
– permitem a perfeita montagem e alinhamento;
– eliminam vibrações e desvios;
– permitem maior flexibilidade das linhas de tubulações;
– mitigam riscos de acidentes durante as intervenções;
– permitem o reaproveitamento dos acoplamentos em tubos novos.
Praticamente todas as tubulações em aplicações sucroenergéticas podem ser substituídas pelos acoplamentos mecânicos, uma vez que as peças são em ferro fundido ou aço inox e os tubos podem ser de aço carbono (pretos ou revestidos) ou em aço inox.
As faixas de diâmetro e as classes de pressão atendem aos mais diversos tipos de uso, independentemente do fluido transportado e sua temperatura. Porém, é importante que estes detalhes sejam especificados no projeto para que o material ideal seja usado – anel de vedação, segmento e modelo de acoplamento.
Usinas sucroenergéticas, destilarias de etanol, sistemas de irrigação e fertirrigação, sistemas de captação; estações de tratamento de água ou efluentes ; e redes de combate a incêndio, permitem que os acoplamentos mecânicos sejam usados de maneira substancial para trazer todos os benefícios apresentados neste artigo.
* Guilherme Teixeira é coordenador de Marketing da Alvenius, empresa fabricante e distribuidora de Sistemas de Tubulações
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