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Investimento da São Martinho para cortar custo terá efeito em 2019/20
Os investimentos que a São Martinho está fazendo desde o início da safra atual (2017/18) em novas técnicas de plantio e no monitoramento das lavouras com informatização deverão começar a reduzir os custos operacionais a partir da safra 2019/20, afirmou Felipe Vicchiato, diretor financeiro da companhia, em teleconferência com analistas.
Em janeiro, a companhia iniciou o plantio de mudas pré-brotadas (no lugar do plantio direto de toletes de cana na terra) conjugado com a técnica de meiosi (que intercala linhas de pés de cana com outras culturas). Levará ainda 18 meses para que essa cana possa começar a ser colhida. “Plantamos mudas pré-brotadas no meio do ano, estamos desdobrando agora e fazendo meiosi”, explicou.
Vicchiato também disse que a empresa ainda avalia ampliar agora o plantio de cana, o que implicaria uma área menor de colheita para a safra 2018/19. Ele ressaltou que o impacto em termos de redução de volume de cana a ser processado seria em torno de 1%.
O executivo afirmou que o momento é bom, já que as cotações de açúcar estão menores e poderia haver uma reversão dos preços na temporada seguinte, quando a oferta de cana da companhia estaria maior.
Para garantir um eventual aumento do plantio, o investimento em bens de capital (Capex) aumentaria entre R$ 30 milhões e R$ 35 milhões, afirmou.
Neste momento, a empresa não avalia outros tipos de investimentos, o que deve garantir que o caixa gerado nesta safra seja direcionado ao programa de recompra de ações e para a distribuição de dividendos aos acionistas. Mas a São Martinho estuda distribuir os dividendos conforme o “lucro caixa”, ou lucro operacional, disse Vicchiato na teleconferência.
O executivo disse ainda não ter definido qual será o montante de recursos a ser direcionado para dividendos e para as recompras. Das 8 milhões de ações do programa de recompras, já foram recompradas 1,3 milhão, e segundo Vicchiato, a conclusão do programa vai ser “bem rápido”. “Estamos avaliando propor ao conselho [a distribuição de dividendos], mas olhando menos o lucro contábil e mais lucro caixa”, afirmou.
A empresa chegou a avaliar recentemente aporte para processar milho na Usina Boa Vista, em Quirinópolis (GO), mas desistiu da inciativa. Segundo o diretor financeiro da São Martinho, o investimento necessário seria muito alto e seria preciso que a saca de milho fosse negociada a um determinado preço mínimo, “o que não deve se sustentar por anos suficientes para pagar o projeto”, explicou. (Valor Econômico)
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