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Raízen vê chance para importar etanol

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Ainda que todas as estimativas apontem para um crescimento da produção de etanol na nova safra do CentroSul (2018/19), que começa oficialmente em abril, a Raízen Energia continua posicionada para aproveitar eventuais “oportunidades” para importar o biocombustível, sinalizou ontem Luis Henrique Guimarães, CEO da joint venture entre Shell e Cosan, em encontro com investidores e analistas. “Temos conhecimento de mercado, vamos capitalizar oportunidade para suprir a rede e nosso mercado e ganhar dinheiro com oportunidades que forem surgindo”, disse o executivo.

Guimarães avalia que haverá aumento da produção doméstica de etanol por causa da vantagem do produto em relação ao açúcar para as usinas, o que deve atender parte demanda da próxima safra. Mas ele não descartou a possibilidade de novas janelas para importar etanol. Ele preferiu não prever se as importações serão maiores ou menores que na safra atual devido às incertezas macroeconômicas. “A tendência é de estabilidade. Mas vai depender, porque é [uma questão] de mercado”, disse, argumentando que as oscilações do dólar e do petróleo podem afetar projeções.

Na safra atual, que termina no fim do mês, o Brasil importou 1,43 bilhão de litros de etanol até fevereiro, um pouco mais do que em toda a temporada passada (1,42 bilhão de litros). A maior parte ficou concentrada no início da safra e em agosto, quando os importadores anteciparam as compras em função do início da vigência da tarifa de 20% fora da cota de 600 milhões de litros ao ano.

A Raízen tem sido uma das principais importadoras de etanol nas últimas duas safras, já que tem estrutura para realizar esse tipo de operação, além de atuar na distribuição de combustíveis. O CEO da empresa disse que “o Brasil vive uma necessidade de importação, mas não é um negócio cavalar”.

Em sua avaliação, a demanda interna por etanol está “enorme”, e o produto está oferecendo uma “excelente precificação”, o que deve continuar na próxima safra. Esse consumo, disse, é impulsionado mais pela atratividade do etanol do que pelo comportamento geral da demanda por combustíveis leves (ciclo Otto).

Para o executivo, a recuperação da demanda do ciclo Otto está “um pouco mais lenta do que esperávamos”. Em geral, as vendas de combustíveis têm melhor desempenho que a atividade econômica. Mas, Guimarães ressaltou que a renda do consumidor ainda não melhorou e que os preços dos combustíveis ainda estão altos, o que ele atribuiu à elevação dos impostos ano passado e à alta do petróleo.

A retomada da demanda por etanol, afirmou, tem se dado por causa dos elevados preços da gasolina, ignorando inclusive a correlação de 70%, e pela “melhor performance dos carros flex”. (Valor Econômico)

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