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Alta do álcool deve adiar repasse de redução da gasolina ao varejo

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A deflação dos combustíveis ao produtor deve se intensificar em novembro após a redução da gasolina e do diesel na refinaria, mas o mesmo não deve acontecer no varejo devido à escalada do etanol, avaliou nesta sexta-feira Salomão Quadros, superintendente-adjunto de inflação do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre­FGV).

A estatal diminuiu os preços da gasolina e do óleo diesel aos distribuidores em 3,2% e 2,7%, respectivamente, a partir do último dia 15. Como o Índice Geral de Preços ­ Mercado (IGP­M), divulgado hoje pela FGV, é fechado no dia 20 de cada mês, o indicador de outubro capturou apenas 20% da correção para baixo, disse Quadros.

Na passagem de setembro para outubro, a gasolina deixou estabilidade e recuou 0,64% dentro do Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA). Em igual período, o álcool hidratado avançou de 1,74% para 6,1%, e o anidro, que tem participação de 25% na fórmula da gasolina, saltou de 2,25% para 8,60%. “Essa é a razão alegada pelos varejistas para não repassarem a queda da gasolina na refinaria neste primeiro momento”, afirmou Quadros. “Isso vai retardar e espalhar mais no tempo o repasse da queda da gasolina ocorrida neste mês”. Por causa da entressafra do etanol, disse, o impacto da redução dos combustíveis nas refinarias não será verificado no Índice de Preços ao Consumidor (IPC) de novembro, enquanto, no IPA, deve ficar quatro vezes maior do que o registrado em outubro.

Com peso de 30% no IGP­M, o IPC ficou praticamente estável entre setembro e a medição atual ao passar de 0,16% para 0,17%. O destaque de baixa foi o grupo alimentação, que mostrou deflação de 0,22%, ajudado principalmente pela queda de itens in natura. Já os transportes saíram de retração de 0,12% no mês anterior e subiram 0,51% em outubro, movimento puxado pela alta dos combustíveis. O etanol aumentou 3,37% em outubro, após redução de 0,59% um mês antes. Na mesma direção, a gasolina subiu 0,47%, ante queda de 1,13% no mês antecedente. “O álcool favorecia a queda da gasolina até recentemente, mas agora está exercendo efeito contrário. Tão cedo não vamos ver queda da gasolina ao consumidor”, previu Quadros.

Mesmo assim, o economista da FGV avalia que o cenário para a inflação ao consumidor é favorável para os próximos quatro meses. "Vamos observar taxas significativamente inferiores às registradas no fim de 2015 e início de 2016", previu, em função da trajetória mais benigna da inflação de alimentos. “Não há nenhum movimento capaz de tirar dos trilhos a desaceleração geral dos alimentos”, afirmou, ponderando que, devido à sazonalidade típica de fim de ano, estes itens podem mostrar pequena aceleração em dezembro. (Valor Econômico 28/10/2016)

 

Alta do álcool deve adiar repasse de redução da gasolina ao varejo

A deflação dos combustíveis ao produtor deve se intensificar em novembro após a redução da gasolina e do diesel na refinaria, mas o mesmo não deve acontecer no varejo devido à escalada do etanol, avaliou nesta sexta-feira Salomão Quadros, superintendente-adjunto de inflação do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre­FGV).

A estatal diminuiu os preços da gasolina e do óleo diesel aos distribuidores em 3,2% e 2,7%, respectivamente, a partir do último dia 15. Como o Índice Geral de Preços ­ Mercado (IGP­M), divulgado hoje pela FGV, é fechado no dia 20 de cada mês, o indicador de outubro capturou apenas 20% da correção para baixo, disse Quadros.

Na passagem de setembro para outubro, a gasolina deixou estabilidade e recuou 0,64% dentro do Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA). Em igual período, o álcool hidratado avançou de 1,74% para 6,1%, e o anidro, que tem participação de 25% na fórmula da gasolina, saltou de 2,25% para 8,60%. “Essa é a razão alegada pelos varejistas para não repassarem a queda da gasolina na refinaria neste primeiro momento”, afirmou Quadros. “Isso vai retardar e espalhar mais no tempo o repasse da queda da gasolina ocorrida neste mês”. Por causa da entressafra do etanol, disse, o impacto da redução dos combustíveis nas refinarias não será verificado no Índice de Preços ao Consumidor (IPC) de novembro, enquanto, no IPA, deve ficar quatro vezes maior do que o registrado em outubro.

Com peso de 30% no IGP­M, o IPC ficou praticamente estável entre setembro e a medição atual ao passar de 0,16% para 0,17%. O destaque de baixa foi o grupo alimentação, que mostrou deflação de 0,22%, ajudado principalmente pela queda de itens in natura. Já os transportes saíram de retração de 0,12% no mês anterior e subiram 0,51% em outubro, movimento puxado pela alta dos combustíveis. O etanol aumentou 3,37% em outubro, após redução de 0,59% um mês antes. Na mesma direção, a gasolina subiu 0,47%, ante queda de 1,13% no mês antecedente. “O álcool favorecia a queda da gasolina até recentemente, mas agora está exercendo efeito contrário. Tão cedo não vamos ver queda da gasolina ao consumidor”, previu Quadros.

Mesmo assim, o economista da FGV avalia que o cenário para a inflação ao consumidor é favorável para os próximos quatro meses. "Vamos observar taxas significativamente inferiores às registradas no fim de 2015 e início de 2016", previu, em função da trajetória mais benigna da inflação de alimentos. “Não há nenhum movimento capaz de tirar dos trilhos a desaceleração geral dos alimentos”, afirmou, ponderando que, devido à sazonalidade típica de fim de ano, estes itens podem mostrar pequena aceleração em dezembro. (Valor Econômico 28/10/2016)

 

Tonon Bioenergia teve lucro no primeiro trimestre da safra 2016/17

A Tonon Bioenergia, que controla duas usinas sucroalcooleiras em São Paulo e uma em Mato Grosso do Sul e está em recuperação judicial, saiu do prejuízo e registrou lucro no primeiro trimestre da safra atual (2016/17), encerrada em 30 de junho, mas continua registrando um endividamento elevado no curto prazo, conforme balanço divulgado nesta semana. A empresa deverá ter seu plano de recuperação judicial votado pelos credores no próximo dia 7 de novembro.

A companhia registrou um lucro líquido de R$ 137,940 milhões no primeiro trimestre, enquanto no mesmo período da safra passada, houve prejuízo de R$ 24,941 milhões.

A melhora do resultado líquido ocorreu apesar da redução da receita do trimestre na comparação anual, que ficou em R$ 141,606 milhões, 26,7% a menos do que no primeiro trimestre da última temporada.

A folga veio do lado financeiro, com um resultado líquido positivo de R$ 178,557 milhões, já que a companhia se beneficiou de uma forte redução das despesas financeiras, na ordem de 69,9%, para R$ 220,676 milhões. Dessa forma, o lucro antes de impostos cresceu quase cinco vezes, para R$ 138,055 milhões.

Entre maio e junho, a Tonon renegociou parte de sua dívida com o BTG e o banco Pan. Com o primeiro, para o qual a companhia devia R$ 88,782 milhões, a Tonon entregou R$ 7,3 mil em bens arrestados e reescalonou a dívida em parcelas crescentes até 2018, mantendo R$ 1,843 milhão para ser submetida aos efeitos da recuperação judicial, que ainda será votada pelo conjunto de credores. Com o banco Pan, a Tonon também reescalonou os prazos de pagamento de uma dívida de R$ 30,492 mil até 2019.

Em 30 de junho, a dívida líquida da Tonon Bioenergia era de R$ 2,642 bilhões, uma redução de 6,7% em relação ao endividamento líquido registrado pela companhia no fim do primeiro trimestre da safra passada. O perfil da dívida, porém, continua oferecendo uma forte pressão sobre o caixa da companhia, já que 96% da dívida bruta (R$ 2,656 bilhões) tinha vencimento em até 12 meses, ante 99% no fim do primeiro trimestre da safra passada.

Além do endividamento, a companhia também registrou patrimônio líquido negativo (de R$ 1,332 bilhão). Na avaliação da Ernst & Young, que auditou o balanço da Tonon, “essa situação indica a existência de incerteza significativa que levanta dúvida relevante quanto à capacidade de continuidade operacional dos negócios da companhia e dúvida quanto à base para preparação das informações contábeis intermediárias individuais e consolidadas”.

Por conta do processo de recuperação judicial, a Tonon tinha, em 30 de junho, 1,537 milhão de toneladas de açúcar VHP arrestado, que valiam R$ 1,373 milhão, além de 67 mil litros de etanol anidro e 88 mil litros de etanol hidratado que, juntos valiam R$ 252 mil.

Na mesma data, a companhia estimava uma colheita de cana em uma área de 74,9 mil hectares, com uma produtividade média de 69,29 toneladas por hectare, o que tem potencial para render uma safra de 5,188 milhões de toneladas, a capacidade instalada das usinas sob controle da Tonon soma 8,2 milhões de toneladas. O rendimento industrial foi projetado em 109,19 quilos de açúcares totais recuperáveis (ATR) por tonelada de cana. (Valor Econômico 28/10/2016)

 

BNDES mira R$ 500 milhões para fundo de debêntures de energia renovável

O fundo de debêntures de infraestrutura em energia renovável que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) fomenta deve ficar em torno de R$ 500 milhões, segundo estudos da instituição.

O fundo, uma das iniciativas do BNDES para impulsionar os investimentos em infraestrutura, terá papéis com selo verde, de agências certificadoras que comprovem a destinação dos recursos para teses de sustentabilidade ambiental. (O Estado de São Paulo 28/10/2016)

 

China começa a liberar estoques e venderá 200 mil toneladas de açúcar

A China começou a vender nesta sexta-feira, 28, parte de seus estoques de açúcar, como já era esperado no mercado. De acordo com o Ministério do Comércio do país asiático, foram colocadas à venda 200 mil toneladas, abaixo das 350 mil toneladas inicialmente previstas. Os objetivos do governo chinês são controlar o contrabando da commodity e elevar a oferta interna, de modo a segurar a alta dos preços domésticos após a quebra de safra em importantes áreas de produção.

A medida deve fazer com que o gigante asiático importe menos açúcar daqui para frente. Recentemente, o adido do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) em Pequim cortou sua estimativa para as compras chinesas na temporada 2016/17 para 6 milhões de toneladas, 1,9 milhão de toneladas a menos que a projeção oficial do governo norte-americano.

Até setembro, a China havia importado 2,62 milhões de toneladas do alimento, abaixo dos 4,85 milhões de toneladas de igual período de 2015. Na avaliação de Claudiu Covrig, analista da Platts Kingsman, as importações chinesas no quarto trimestre não devem passar de 350 mil toneladas. O volume, se confirmado, representaria a metade do que foi comprado entre outubro e dezembro do ano passado (700 mil toneladas).

A notícia também mexe com os contratos futuros do açúcar demerara na Bolsa de Nova York (ICE Futures US). Hoje, o vencimento março recuava 37 pontos (1,64%), para 22,22 centavos de dólar por libra-peso. (Down Jones 28/10/20196)

 

Governo quer derrubar liminares do setor elétrico

Ministério de Minas e Energia vai ao Supremo discutir decisões em favor de hidrelétricas, que

O governo vai fazer uma ofensiva para derrubar liminares que atualmente travam o mercado de energia. O Ministério de Minas e Energia (MME), a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e a Advocacia-Geral da União (AGU) entraram com pedido para suspender uma ação que pode gerar efeito dominó e invalidar até 152 liminares que envolvem R$ 1,25 bilhão. Nessa verdadeira guerra de ações judiciais, hidrelétricas questionam a gestão do setor elétrico pelo governo em períodos de seca.

O assunto das liminares é o risco hidrológico, problema relacionado à seca. Para poupar água dos reservatórios das hidrelétricas, o governo usa uma regra que obriga usinas a produzirem menos energia em períodos em que os reservatórios estão mais baixos. Para compensar essa queda da produção, são acionadas as termoelétricas, que geram energia mais cara, de combustíveis fósseis. O problema é que o setor acaba pagando a conta, especialmente as hidrelétricas.

O uso desse modelo evitou um racionamento de energia há dois anos, mas gerou um custo elevado para todo o setor. Para os consumidores, o efeito mais claro foi o tarifaço de 50% no ano passado. Para as hidrelétricas, a consequência foi comercial: contratualmente, elas são obrigadas a comprar a energia que deixaram de produzir de outras usinas, como termoelétricas, eólicas e usinas a biomassa.

Essa situação gerou uma verdadeira guerra de ações judiciais, opondo hidrelétricas, térmicas, comercializadores e distribuidoras. Ao todo, são 152 liminares, mas a única que chegou ao Supremo Tribunal Federal (STF) é a da Associação Brasileira de Geração de Energia Limpa (Abragel). A entidade, que representa pequenas centrais hidrelétricas (PCHs), conseguiu limitar o risco hidrológico de seus associados e, consequentemente, o gasto extra.

A ofensiva do governo será no Supremo. O secretário executivo do Ministério de Minas e Energia, Paulo Pedrosa, deve pedir audiência para discutir o assunto com a presidente do STF, Cármen Lúcia. “Nossa disposição é a de enfrentar a questão, reduzir a judicialização no setor e evitar intervenções que gerem novos conflitos”, disse ele.

Acordo. Autora da ação no STF, a Abragel informou que busca, por meio do processo, um novo acordo com o governo, com um prazo maior para o pagamento das dívidas. “A proposta de repactuação do governo exigiria um desembolso financeiro imediato muito grande”, disse o presidente executivo da entidade, Leonardo Sant’ana.

O governo, porém, já deixou claro que não fará outra proposta para repactuar as dívidas desses agentes. Se o STF suspender a liminar da Abragel, todas as outras liminares podem cair também. “Precisamos retomar a regularidade das liquidações no mercado”, afirmou Pedrosa.

O setor aguarda a solução do problema com ansiedade. A União da Indústria da Cana de Açúcar (Unica) defende a iniciativa do governo. A entidade representa usinas que geram energia da biomassa e que não recebem pagamento integral há mais de um ano por causa das liminares. “Há um inconformismo muito grande com essa situação. Cobramos uma ação do governo há meses nesse sentido”, disse o responsável pelo departamento jurídico da Unica, Jimir Doniak.

A Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica) também faz parte do grupo dos credores. A presidente da entidade, Elbia Gannoum, diz que parte de seus associados não consegue participar de novos leilões porque não recebe valores a que têm direito. Para o presidente da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee), Nelson Leite, o impasse afeta o ambiente de negócios e afasta investidores.

A Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) admite que a judicialização tem provocado forte impacto nas liquidações do mercado. “Sua resolução de forma institucional, por meio do diálogo, ou judicial é fundamental para o mercado de energia”, informou a entidade por meio de nota. (O Estado de São Paulo 30/10/2016)

 

Odebrecht movimentou US$ 211 milhões na Suíça

Justiça do país europeu diz que empreiteira usou recursos para pagar propinas para ex-diretores da Petrobrás e políticos; empresa não comentou suspeitas.

A Odebrecht movimentou pelo menos US$ 211,6 milhões em contas secretas por meio de empresas de fachada na Suíça. Documentos do Tribunal Federal do país europeu apontam para a suspeita de que o montante foi destinado para pagamento de propinas a ex-diretores da Petrobrás e políticos brasileiros. O dinheiro também teria beneficiado executivos da empreiteira que é alvo da Operação Lava Jato – força-tarefa que investiga esquema de corrupção e desvios na petroleira.

A informação consta de quatro despachos da Justiça suíça que embasaram a decisão de enviar ao Brasil mais de 2 mil páginas de extratos bancários com movimentações da empreiteira no país. “Existe a suspeita de que esses pagamentos sejam propinas”, aponta um desses documentos. Procurada pela reportagem, a Odebrecht não se pronunciou sobre as suspeitas.

A partir de investigações realizadas com base em delações premiadas da Operação Lava Jato, os relatórios suíços mostram que a Odebrecht teria controlado “várias contas” no país europeu. Os pagamentos indevidos seriam feitos com o dinheiro depositado nessas offshores. As movimentações financeiras foram realizadas entre 2008 e 2014. As delações premiadas ocorreram no fim do ano passado.

Sem citar a identidade dos envolvidos, os relatórios da Justiça suíça apontam que, entre agosto de 2012 e junho de 2014, US$ 96 milhões foram movimentados e teriam sido distribuídos a quatro ex-diretores da Petrobrás. Para justificar os pagamentos, “contratos puramente fictícios” foram firmados, dizem os despachos. Em troca das propinas, os servidores teriam garantido contratos para a Odebrecht em obras da estatal brasileira.

Uma conta teria transferido no fim de 2011 mais de 1,9 milhão de francos suíços e US$ 3,6 milhões em propinas. Na mesma conta, entre setembro de 2008 e julho de 2010, foram mais US$ 8 milhões para um operador que, por sua vez, teria distribuído os recursos para três ex-diretores da Petrobrás.

“Além disso, no período entre fevereiro de 2008 e março de 2010, pelo menos US$ 3 milhões foram transferidos para I. SA”, indica o tribunal. I se refere a uma empresa de fachada, cujo nome não foi revelado. A letra, porém, não seria a inicial de seu nome

No dia 26 de março de 2010, uma transferência de US$ 565.037.35 foi apontada para apenas “um ex-diretor” da Petrobrás.

A partir de uma outra empresa de fachada, a construtora teria enviado a uma só conta entre dezembro de 2008 e julho de 2010 “pelo menos US$ 42 milhões”. A partir dessa conta é que então são apontados três beneficiários do dinheiro.

Em outra sociedade, pelo menos mais US$ 31 milhões e ¤ 21 milhões foram repassados entre dezembro de 2008 e março de 2010 pela conta controlada pela Odebrecht. “Da parte dessa empresa, numerosos pagamentos também foram feitos a ex-diretores da Petrobrás”, indica a Justiça suíça. Nessa movimentação, quatro beneficiários foram identificados, mas o nome dos suspeitos não foi revelado. Em março de 2010, mais US$ 3 milhões foram pagos a três dos beneficiários.

Eleições

Nos documentos, os suíços reforçam que a empresa está sob investigação por “pagamento de propinas para influenciar políticos e executivos para garantir projetos em seu benefício”. O Ministério Público em Berna já admite que identificou recursos de origem supostamente ilícita para financiamento de campanhas eleitorais.

Agora o foco da apuração são os destinatários dos recursos. Os procuradores suíços não estão preocupados com o uso do dinheiro, mas com a origem ilícita dos recursos – principalmente a suspeita de corrupção e lavagem de dinheiro. Por ora, eles não revelam nem nome de candidatos nem partidos beneficiados pelas movimentações financeiras suspeitas.

Para tentar identificar a fonte dos recursos, a nova onda de delações envolvendo os executivos da Odebrecht no Brasil é considerada como uma etapa “fundamental”.

Colaboração

A perspectiva de advogados de alguns brasileiros alvo da Lava Jato em Genebra é de que, com esse movimento de acordos de delação no Brasil, uma nova fase na colaboração entre o País e a Suíça seja lançada. Um dos obstáculos, porém, é o anúncio de que o procurador que cuidava do caso da Odebrecht na Suíça, Stefan Lenz, pediu demissão e deixa o cargo em dezembro.

Procurado para comentar delações recentes no Brasil envolvendo executivos da Odebrecht, o Ministério Público suíço disse que não se pronuncia sobre o andamento do processo. “Não estamos em posição de revelar qualquer informação sobre pessoas possivelmente ligadas aos processos criminais”, afirmou, em nota, a procuradoria. (O Estado de São Paulo 29/10/2016)

 

Açúcar: Prepare-se para dias chuvosos – Por Arnaldo Luiz Corrêa

O contrato de açúcar na bolsa de NY com vencimento para março/2017 encerrou a semana cotado a 22.16 centavos de dólar por libra-peso. Essa foi uma queda de 55 pontos em relação ao fechamento da semana anterior. 12 dólares por tonelada de encolhimento no preço. Os demais meses apresentaram quedas menores, começando com 45 até 7 pontos, ou de 10 a 1,50 dólares por tonelada.

Parece que o mercado de açúcar está encapsulado num intervalo de preços entre 22 e 24 centavos de dólar por libra-peso já há algum tempo. Entre a máxima negociada no vencimento março de 2017, de 23.90 centavos de dólar por libra-peso ocorrida em 6 de outubro até a mínima ocorrida no pregão desta sexta-feira de 22.12 centavos de dólar por libra-peso, vimos uma queda de 7.50% em apenas dezessete sessões.

Ao mesmo tempo, estamos vendo as médias de 50, 100 e 200 dias dos preços de fechamento de NY em respectivamente 21.85, 20.95 e 18.54 centavos de dólar por libra-peso enquanto a volatilidade anualizada que era de 34.5% há um mês, hoje está em 28%. Isso tudo para dizer que o marasmo do mercado é visível, que os descontos no mercado físico de exportação demonstram isso, e que os fundos podem estar sentindo (ou quem sabe se cansando) que existe uma resistência ao redor de 23-24 centavos de dólar por libra-peso.

Prepare-se para o pior se você faz parte do grupo de usinas que ainda não fixou o preço do açúcar (em reais) para a safra 2017/2018. Caso o mercado penetre no nível da média de 50 dias – 21.85 centavos de dólar por libra-peso – os fundos podem acabar com a brincadeira e simplesmente botar a grana que estão ganhando no bolso, estimada pelo mercado em “meros” dois bilhõezinhos de dólares.

Meu palpite, sem o menor suporte científico, é que caso os fundos venham a liquidar parcialmente sua enorme posição comprada, podemos ver o mercado visitando os 19 centavos de dólar por libra-peso novamente. Os compradores industriais, principalmente aqueles do mercado interno, podem sorrir até mesmo antes do Natal, quem sabe na semana de eleições presidenciais nos EUA. O açúcar em reais por tonelada despencou de R$ 1.760 para R$ 1.610 em pouco mais de três semanas. Acho que isso acende uma luz amarela. Não se apaixone pelo mercado que ele vai te trair.

Onde essa análise pode estar errada? Bem, uma breve espionada na sazonalidade dos preços do açúcar em NY demonstra que os níveis mais elevados observados nos últimos dezesseis anos ocorrem invariavelmente em janeiro e fevereiro. Isto é, olhando o histórico parece haver – em tese – ainda espaço para que NY, isto é, os preços em centavos de dólar por libra-peso, possam ainda elevar-se mais.

Assim, para quem tem endividamento pesado em dólares, a espera por preços melhores pode compensar, ainda que o teto parece estar muito próximo. Para quem tem pouco ou nenhum endividamento em dólares já teria que pensar em reais por tonelada há muito tempo.

Mas em reais, sou forçado a admitir que acho bem difícil que os preços consigam superar os R$ 1,750 vistos recentemente. Para manter os mesmos R$ 1.610 por tonelada de hoje, caso o câmbio atinja o nível de 3,0000 que muitos economistas apostam que será a cotação do real para o início de 2017, o açúcar em NY vai precisar negociar a 23.35 centavos de dólar por libra-peso, 120 pontos acima do nível de hoje.

Agora a imprensa divulga trabalho científico dando conta que o açúcar é o grande vilão dos vilões nos problemas de saúde. Obesidade, colesterol e até demência são o resultado de quem consome o produto. Já vimos no passado o café sendo o vilão dos problemas do coração, fato que foi desmentido anos depois. Depois foi a vez do ovo ser o grande vilão, também devidamente descartado. Agora, o açúcar “causando” até demência. Na recente Conferência DATAGRO ocorrida na semana retrasada, um painel tratou do tema com apresentações muito interessantes do presidente da ISO, José Orive e Roberta Re, Diretora Geral da WSRO. Uma pergunta permanece no ar após essas “pesquisas científicas”. Quem as financia para que cheguem a essas conclusões? É só seguir o dinheiro e a gente encontra quem financia e com quais propósitos esses estudos são feitos.

Gente muito bem informada acredita que Lula não será preso pois vai fugir do país antes. Acreditam que Lula dará menos trabalho estando fora do país (Uruguai, dizem) e não terá oportunidade de se tornar mártir. Uma pena, se isso se concretizar. Corruptos e chefes de organizações criminosas do naipe desse elemento deveriam apodrecer na cadeia ou, metafisicamente, ir direto para o inferno. Mas duvido que o Capeta lidaria bem com tal concorrente de peso (Arnaldo Luiz Corrêa é diretor da Archer Consulting – Assessoria em Mercados de Futuros, Opções e Derivativos Ltda.)

 

Commodities Agrícolas

Açúcar: Leilões na China:Os rumores de que a China passaria a liquidar seus estoques de açúcar para controlar os preços no mercado interno foram confirmados na última sexta-feira, o que pressionou as cotações da commodity na bolsa de Nova York. Os papéis do açúcar demerara para maio caíram 41 pontos, a 21,62 centavos de dólar a libra-peso. Segundo o Ministério do Comércio chinês, o país colocou à venda 200 mil toneladas de açúcar. Os preços também foram pressionados pela perspectiva de que a produção do açúcar do Centro-Sul do Brasil tenha subido 6,8% na primeira quinzena de outubro. Os dados serão divulgados hoje pela União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica). No mercado interno, o indicador Cepea/ Esalq para o cristal em São Paulo ficou em R$ 100,92 a saca de 50 quilos, alta de 0,32%.

Café: Oferta em risco:A perspectiva de uma menor oferta mundial voltou a dar sustentação aos contratos futuros do café arábica na bolsa de Nova York na última sexta-feira. Os papéis com vencimento em março fecharam a US$ 1,6895 a libra-peso, avanço de 65 pontos. Além da perspectiva de bienalidade negativa das lavouras brasileiras de café, a quebra da safra de café robusta tem levado a indústria a consumir mais grãos arábica, reduzindo a oferta dessa espécie no mercado internacional. A perspectiva também é pessimista para a safra no Vietnã (maior produtor mundial de robusta), o que impulsiona as cotações da espécie em Londres, com reflexos em Nova York. No mercado interno, o indicador Cepea/ Esalq para o arábica ficou em R$ 540,4 a saca de 60 quilos, alta de 0,96%.

Soja: Produtores animados:Após a soja atingir o maior patamar em dois meses, os agricultores americanos voltaram a disponibilizar novos volumes da safra 2016/17, o que pressionou as cotações na bolsa de Chicago na última sexta­feira. Os papéis com vencimento em janeiro fecharam a US$ 10,12 o bushel, recuo de 13 centavos. A expectativa de uma safra recorde também influenciou na queda das cotações. Segundo o USDA, os americanos devem colher 116,18 milhões de toneladas da oleaginosa na safra 2016/17. Até o dia 23, 76% da área já havia sido colhido. Segundo os analistas, esse percentual deve ter saltado para 85% até o dia 30. No mercado interno, o indicador Esalq/BM&FBovespa para a soja em Paranaguá ficou em R$ R$ 77,89 a saca de 60 quilos, uma alta de 1%.

Milho: Pressão vendedora:A pressão vendedora dos produtores americanos diante de uma safra recorde no país também derrubou o mercado de milho na última sexta-feira. Os papéis com vencimento em março fecharam a US$ 3,6325 o bushel, recuo de 3 centavos. De acordo com o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), os americanos devem produzir 382,48 milhões de toneladas do grão na safra 2016/17. Até o último dia 23, 61% da área havia sido colhida, abaixo dos 70% observados em igual período do ano passado e dos 62% registrados na média histórica dos últimos cinco anos. Os analistas acreditam que a colheita tenha avançado para 75% nesta última semana. No mercado interno, o indicador Esalq/BM&FBovespa para o grão ficou em R$ 40,32 a saca de 60 quilos, alta de 0,40%. (Valor Econômico 31/10/2016)

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