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Açúcar tem um dos anos mais amargos da história

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A desaceleração do consumo e o aumento da produção vão fazer que açúcar tenha um dos piores desempenhos da história. Os estoques globais estão aumentando e quase prontos para quebrar um recorde.

Por um lado, consumidores cada vez mais cautelosos com o impacto do açúcar na saúde. Para piorar, empresas como a Del Monte Foods, fabricante de frutas em lata, e a Mondelez International, fabricante de doces, estão vendendo produtos feitos com menos açúcar. O consumo mundial ainda cresce, mas num ritmo muito abaixo do ideal para atender o mercado produtor. Nos últimos anos, a taxa de crescimento foi de 1,4%, abaixo dos quase 2% da última década. As informações são da consultoria Green Pool Commodity Specialists, com sede em Brisbane, Austrália.

A produção cresce na Índia, segundo maior produtor mundial e na Tailândia, que teve uma safra excecional neste ano. Os estoques mundiais devem subir ao máximo nesta temporada, de acordo com o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA). As cotações da matéria-prima em Nova York caíram 25% em 2018. Essa é a maior perda no Bloomberg Commodity Index, que acompanha a cotação de 22 itens agrícolas. “A menos que haja uma questão climática, a situação não vai melhorar”, diz Donald Selkin, estrategista-chefe de mercado da Newbridge Securities Corp, de Nova York. “Todo mundo está tentando acabar com produtos doces. Você vê isso em supermercados e mercearias. A demanda vai permanecer menor do que nos últimos anos. O preço está condenado a ficar baixo por um tempo”, afirma.

Na segunda-feira (9), a cotação do açúcar bruto para entrega em outubro caiu 1%. E os investidores se preparam para mais quedas.

A produção global deve superar a demanda em 19,6 milhões de toneladas nos 12 meses completados em 30 de setembro, o maior excedente da história, segundo a consultoria Green Pool Commodity Specialists, em um relatório divulgado no fim de junho. O excesso seria mais que suficiente para atender a demanda anual da China, maior importador mundial.

Depois de um colheita recorde, a Índia está tentando aumentar as cotas de exportação para um recorde de 6 milhões de toneladas. A produção do país está estimada em até 32 milhões de toneladas, um aumento de 58% em relação ao ano anterior. Enquanto isso, no Brasil, o aumento dos estoques de etanol e a queda dos preços dos biocombustíveis significam que os usineiros de cana poderiam processar mais.

É claro que as colheitas ainda podem quebrar, especialmente se o tempo piorar. As condições de seca afetaram as plantas no Centro-Sul do Brasil, a maior região produtora do mundo. O potencial para um padrão climático El Niño no final deste ano também pode significar alguns danos às culturas asiáticas.

Mas num mercado onde a demanda está diminuindo, pequenos choques de oferta podem ser absorvidos. Enquanto as preocupações com a saúde e os impostos sobre as bebidas açucaradas forem aumentando, o açúcar não terá muitas saídas. “Todos os elementos pessimistas que tinham fixado o preço do açúcarinicialmente ainda estão no lugar, e alguns são ainda piores”, conta Frank Jenkins, presidente da JSG Commodities em South Norwalk, Connecticut. “Estamos vivendo um longo período com um excedente muito substancial. Estamos no quarto ou quinto estágio deste mercado de baixa”, complementa.

Fonte: The Washington Post 

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