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Alta do dólar leva Adecoagro a prejuízo de US$ 31 milhões no 2º tri

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A companhia argentina Adecoagro, que tem três usinas sucroalcooleiras no Brasil e capital aberto na bolsa de Nova York, sofreu um forte revés em seu resultado líquido devido à brusca desvalorização do real e do peso argentino no segundo trimestre deste ano. A variação cambial, que não tem efeito no caixa, elevou a dívida denominada em dólar e provocou uma perda contábil de US$ 121,2 milhões, o que levou a companhia a encerrar o período com prejuízo líquido de US$ 31 milhões, ante um lucro líquido de US$ 3,8 milhões no mesmo trimestre do ano passado.

Excluído o efeito da variação cambial, a companhia termina o trimestre com um lucro líquido de US$ 90,1 milhões. Comparado ao lucro líquido ajustado de um ano antes, esse resultado representaria um crescimento de mais de cinco vezes.

Em relatório de resultados, a companhia afirmou que sua posição financeira líquida denominada em dólar é “estruturalmente negativa”, ou seja, o passivo em dólar é sempre maior do que os ativos em dólar. Isso não significa que a empresa tem um balanço financeiro negativo, porque a Adecoagro toma empréstimos em dólar desde que casados com receita também na moeda americana, como é o caso da maior parte de seu faturamento, informou. Em contrapartida, como a maior parte dos custos da companhia é denominada em moedas locais, a desvalorização cambial costuma diluir seus custos, melhorando suas margens.

Foi o que se pode observar nos resultados operacionais da companhia no trimestre. Embora a receita líquida tenha recuado 6,9%, para US$ 221,8 milhões, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado cresceu 103,9% no segundo trimestre, para US$ 137 milhões. A margem Ebitda ajustada mais do que dobrou, para 66,4% no trimestre.

O negócio que apresentou o melhor desempenho operacional foi o de açúcar e etanol no Brasil. O Ebitda ajustado cresceu 31,8%, para US$ 80,9 milhões, puxado pelos ganhos com etanol e energia. O resultado também aumentou porque a Adecoagro pode reduzir seus custos, em parte por causa da desvalorização do real em 14%, e em parte por causa do aumento da moagem, que diluiu os custos.

Também melhorou o desempenho do negócio agrícola e de transformação de terras, cujo Ebitda ajustado cresceu 457,1%, para US$ 61,2 milhões. Nesse caso, também jogou a favor os 30% de depreciação do peso argentino, além da melhora dos resultados nas lavouras e no negócio de arroz.

A Adeacoagro ainda capturou um Ebitda ajustado de US$ 36,2 milhões com a venda de fazendas na Bahia e em Tocantins, realizada em junho.

No lado financeiro, as despesas superaram as receitas em US$ 139,6 milhões, refletindo basicamente o impacto da variação cambial, além de perda de US$ 5,3 milhões com derivativos de etanol e contratos futuros de dólar. Segundo a Adecoagro, a expectativa é reverter as perdas com o hedge de etanol conforme os preços começarem a subir na entressafra.

A desvalorização das moedas locais contribuiu para aumentar o valor da dívida em dólar, mas não foi o único fator. A decisão de carregar mais estoques de etanol para os meses seguintes também exigiu maior capital de giro, enquanto as vendas mais lentas de grãos reduziram os ganhos. No fim do segundo trimestre, os estoques de etanol da companhia armazenavam 115,7 milhões de litros, 188,4% a mais do que um ano antes.

O endividamento líquido da companhia argentina cresceu 3,3% em relação ao primeiro trimestre, para US$ 666,2 milhões. Mas, como o Ebitda aumentou de forma mais expressiva, a alavancagem caiu de 2,2 vezes no trimestre imediatamente anterior para 1,83 vez no último período. (Valor Econômico)

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