Série de demissões de uma grande usina do Grupo Renuka está causando reflexos na economia de cidades da região. Setor que mais sente os efeitos é o do comércio.
Uma série de demissões em uma grande usina produtora de açúcar e álcool, instalada em Promissão (SP), vem trazendo impactos negativos não só na vida dos trabalhadores demitidos, como também na economia de cidades da região. O setor que mais tem tido prejuízos é o do comércio.
Desde o fim do ano passado, cerca de 1.250 funcionários da usina que pertence ao grupo Renuka Brasil, foram dispensados. Em Promissão, o comércio sente os efeitos de tantos desempregados.
Segundo levantamento da Associação Comercial de Promissão, a queda nas vendas gira em torno de 20%.
Alguns empresários até estão adotando medidas para baixar seus custos, que vão desde deixar o centro da cidade e se estabelecer em bairros, até diminuir o próprio quadro de funcionários.
“Infelizmente essa situação trouxe queda nas vendas e aumento da inadimplência, porque a prioridade das pessoas acaba sendo morar e comer, e daí não conseguem honrar seus compromissos”, explica Lucimar Rodrigues, vice-presidente da Associação Comercial de Promissão.
A região também sente os reflexos. Em Lins, por exemplo, o presidente da Associação Comercial da cidade diz que o momento é ruim desde 2015, quando as demissões começaram.
Dívida bilionária
A dívida da Renuka Brasil está estimada em R$ 3,5 bilhões. Um novo processo de recuperação judicial está sendo elaborado e propõe a venda de outra usina do grupo para saldar as dívidas. Enquanto isso, correm na Justiça Trabalhista quase 300 ações contra o grupo.
“É uma situação muito difícil, que não é exclusiva nossa, mas de várias usinas de açúcar e etanol que estão em situação complicada. Estamos fazendo o possível para superar essas dificuldades”, garante Manoel Vicente Bertone, presidente da Renuka Brasil.
Na última terça-feira (21) ex-funcionários da usina Madhu, a unidade da Renuka em Promissão, reuniram-se em um protesto em frente à empresa. Cerca de 250 pessoas participaram do ato, segundos os organizadores.
De acordo com os manifestantes, que foram demitidos da usina entre outubro de 2017 e junho deste ano, a empresa não teria pago parte da rescisão prometida.
“Fomos demitidos e sem o depósito de do 40% e com a promessa de pagar em seis vezes pagaram duas e a terceira não foi feita. Eles dizem que o pagamento foi suspenso que não tem previsão”, afirmou César Rocha, representante dos ex-funcionários. (G1)