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Ainda moendo, MS se aproxima das 50 milhões de t de cana

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Em bate-bola com a RPAnews, Roberto Hollanda Filho, presidente da Biosul, afirma que o regime de produção estendido, particular ao estado, contribuiu para tais números

Perto do fim, a moagem de cana no Estado do Mato Grosso do Sul se aproxima da expectativa prevista anteriormente, que era de 50,2 milhões de t. Até o momento a safra 2018/19 de cana-de-açúcar acumula 47,07 milhões de t.

Para o presidente da Biosul, Roberto Hollanda Filho, o regime de produção estendido, particular ao Estado, contribuiu para tais números. “Consolidamos a produção na entressafra sinalizando uma recuperação do setor com relação à safra passada e nos aproximando da nossa expectativa inicial de moagem, que é chegar perto de 50 milhões de t”, afirma. A partir da segunda quinzena de fevereiro, mais unidades entrarão em operação.

Abaixo você confere uma entrevista exclusiva com o presidente da Biosul.

 

RPAnews – QUAL ERA A EXPECTATIVA DE PRODUÇÃO DE CANA, AÇÚCAR E ETANOL PARA O ESTADO DO MATO GROSSO DO SUL NA SAFRA 2018/19? OS NÚMEROS SE CONCRETIZARAM?

 

Roberto Hollanda – A nossa previsão inicial era atingir 50,2 milhões de t de cana-de-açúcar. A safra ainda não acabou por aqui, temos usinas moendo durante os 12 meses do ano, então estamos confiantes em chegar perto desse volume. Até agora foram 47,7 milhões de t, vamos ver ainda o que conseguimos processar entre fevereiro e março.

Mato Grosso do Sul já tem um perfil voltado para a produção de etanol, por volta de 70%, no entanto, o mix produção para etanol chegou a 84%, com 3,1 bilhões de l produzidos até 31 de janeiro. Por outro lado, tivemos uma queda de 36% na produção do açúcar, com 934 mil toneladas produzidas até 31 de janeiro.

  

QUAIS FORAM OS MAIORES DESAFIOS PARA A SAFRA QUE SE ENCERROU NA REGIÃO DO MS?

 

Uma particularidade de Mato Grosso do Sul é a irregularidade do clima. Com isso, temos usinas que iniciam a safra mais cedo e outras mais tarde. Nessa safra, aconteceu de maneira discreta o fenômeno de geada. Contudo, tivemos um período de seca prolongado, que não nos prejudicou tanto quanto a outros Estados produtores do Centro Sul e permitiu as unidades adiantarem a moagem da cana.

A partir de agosto, tivemos excesso de chuva que foi muito acima da média dos últimos 10 anos. As precipitações impediram a colheita, mas não chegou a atrasar com relação ao volume de cana processada no ciclo anterior.

 

QUANTAS USINAS FUNCIONARAM NO ESTADO DO MS NA ÚLTIMA SAFRA? DEVEREMOS TER O MESMO NÚMERO NA 2019/20?

 

Tivemos 19 usinas em operação. Todas elas com produção de etanol [Hidratado e anidro], dez com produção de açúcar e 12 que exportam bioeletricidade para o Sistema Interligado Nacional (SIN).

 

RECENTEMENTE VOCÊ SE ENCONTROU COM A NOVA MINISTRA DA AGRICULTURA. QUAIS FORAM OS PLEITOS DO SETOR DO MS? O QUE A BIOSUL ESPERA DO NOVO MINISTÉRIO?

 

A Ministra Tereza Cristina tem uma longa história de apoio ao setor no Estado. Não tenho dúvidas que o dinamismo e a sua capacidade de refletirão em sua liderança no Ministério da Agricultura. No encontro, alinhamos uma agenda a ser tratada com todos os Estados produtores.

  

A SAFRA 2019/20 DEVERÁ SER DE MIX MAIS ALCOOLEIRO TAMBÉM? QUAIS SÃO AS EXPECTATIVAS DE PRODUÇÃO NA PRÓXIMA SAFRA?

Estamos levantando dados para trabalhar com uma expectativa para a próxima safra, mas tradicionalmente o Estado produz mais etanol.

  

EXISTEM UNIDADES FLEX OU DE ETANOL DE MILHO NO MS? ESTE MODELO DE PRODUÇÃO DEVERÁ CRESCER A PARTIR DA SAFRA 2019/20?

 

Nenhuma. Várias Associadas já têm pesquisado sobre o assunto, no entanto, nenhum investimento aconteceu ainda. O que sabemos é que MS tem um bom potencial para a instalação de usina flex.

 

O QUE O SETOR PRECISA PARA VOLTAR AO RITMO DE DEZ ANOS ATRÁS, NA SUA VISÃO?

 

O setor está mais maduro, se recuperando da crise que enfrentou nos últimos anos. Acredito que deva ter crescimento mais contido daqui para frente.

 Roberto Hollanda Filho

Roberto Hollanda Filho é natural de Recife, Pernambuco. Formado em Administração pela Universidade Federal de Pernambuco em 1986, complementou os estudos com um Master em Marketing no Centro de Estudios Empresariales, em Madrid. Ao longo de sua carreira, atuou nos setores de comércio e publicidade para, em 1998, ingressar no setor sucroenergético. Iniciou esse desafio como secretário-geral da ALCO – Associação Brasileira da Indústria de Álcool, com sedes em Recife e Brasília. Após 4 anos, foi eleito Presidente da entidade. Em setembro de 2008 foi convidado para fazer a transição da representação sindical dos produtores de açúcar, etanol e bioeletricidade em Mato Grosso do Sul. A partir daí, assumiu a presidência da Biosul – Associação dos Produtores de Bioenergia de Mato Grosso do Sul, que completa 10 anos.

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