A moagem da segunda quinzena de maio, das unidades produtoras do Centro-Sul do Brasil, foi afetada pela greve dos caminhoneiros, realizada no mesmo período. Com a paralisação dos caminhões por falta de combustível, a quantidade de matéria-prima processada atingiu 32,38 milhões de toneladas, que corresponde à perda média de 4,5 dias de moagem. Isso comprometeu a receita final do setor em R$ 1,2 bilhão.
Com isso, o diretor Técnico da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), Antonio de Padua Rodrigues, avaliou que “deixou-se de processar cerca de 13 milhões de toneladas nessa quinzena devido à suspensão das operações pela falta de diesel e outros insumos à produção”.
Outro fator que preocupa o ciclo 2018/2019 são os possíveis impactos causados por canaviais envelhecidos e um extenso período de seca observado entre os meses de março e maio. Neste caso, o Estado de São Paulo foi o mais afetado pelas adversidades climáticas e concentra cerca de 60% da oferta de cana no Centro-Sul.
“A concentração de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR) alcançou 133,44 kg por tonelada na última metade de maio, contra 122,75 kg verificados em igual data de 2017. No acumulado até 1º de junho, o indicador registrou alta de 4,53%, com 123,71 kg por tonelada”, informou o relatório da Unica.
Ainda segundo a análise da Unica, se essa condição desfavorável para o desenvolvimento da planta se mantiver, a disponibilidade de cana ficará comprometida no último terço da safra.
Açúcar e etanol
O mix de produção na segunda quinzena de maio ficou em 67,46% para o etanol, contra os 52,53% em igual período de 2017. O volume total de etanol anidro totalizou 546,36 milhões. Já o etanol hidratado, alcançou a produção de 1,20 bilhão de litros produzidos.
A quantidade fabricada de açúcar caiu mais uma vez, somando 1,34 milhão de toneladas, retração de mais de 550 mil toneladas sobre a quinzena anterior. Segundo a análise da Unica, trata-se também do menor volume já apurado para esse período.
Fonte: Agência UDOP de Notícias
