Apesar de anunciar o cancelamento do ICMS para insumos agrícolas, continua a valer o aumento para os combustíveis etanol e diesel

Por Natália Cherubin
Na noite de ontem, 06, o governador do Estado de São Paulo anunciou que após uma reunião com sua equipe econômica, determinava o cancelamento de alteração no ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) em alimentos, medicamentos e insumos agrícolas.
Sob forte pressão de produtores rurais, agentes do agronegócio e outras entidades ligadas a distribuição de alimentos, como supermercados, o governador fez anúncio via twitter para acalmar os ânimos. “Na nossa gestão nada será feito em prejuízo da população mais vulnerável”, disse em tweet.

No entanto, a manifestação Tratoraço, organizada por lideranças do interior paulista e marcada para hoje, 07, acontece em várias cidades do Estado. Cerca de 196 cidades participam das manifestações. As ações estão sendo realizadas próximas a supermercados com a finalidade de alertar a sociedade civil de que os preços dos alimentos deverão subir.
De acordo com fontes integrantes do movimento Tratoraço, é preciso que o governador não apenas suspenda o Decreto, mas sim o revogue. “Por enquanto a faca tá no nosso pescoço”, disse um participante.

A AFIBB (Associação dos Fornecedores de Cana da Região de Iguaraçi- Barra Bonita) manifestou sua insatisfação com o Governo de Estado de São Paulo, no que diz respeito ao aumento de ICMS. “Isso afeta drasticamente o custo da produção no campo, refletindo diretamente nos preços dos alimentos para a população”, afirmou em nota.

Os diretores da AFIBB afirmam que estão junto as demais entidades ligadas ao Agronegócio em busca de reverter essas medidas, que irão onerar e inviabilizar as atividades agropecuárias no Estado.
“Diante da pandemia do Covid19, achamos por bem fazer nossa manifestação através dos órgãos de imprensa, esclarecendo a população e sensibilizando o Governo sobre essa elevação da carga tributária e suas consequências”, concluiu a diretoria da AFIBB em nota.
Aumento do ICMS
O aumento dos impostos com o fim da isenção de 4,14% sobre o ICMS dos insumos agrícolas, incidiria na sobre a cesta básica, e, em cascata, atingiria também a economia paulista como um todo. E a parcela da população mais atingida pelos aumentos seriam as de menor renda.
O decreto do governador João Dória, já foi seguido por outros aumentos, atingindo até mesmo a importação de remédios contra o tratamento de câncer.

Apesar do anúncio de cancelamento da alíquota para insumos agrícolas, os combustíveis como o etanol e o diesel ainda terão majoração significativa nas suas alíquotas a partir da segunda quinzena de janeiro. Sobrem de 12% para 13,3%, o que afeta sobremaneira o custo de produção do agronegócio, que roda máquinas e caminhões a diesel.