Da Redação
Nova estimativa da Archer Consulting sobre o volume de fixação de preços dos contratos de exportação das usinas para a safra 2020/21, até 30 de abril de 2020, revela que 19,2 milhões de toneladas já estavam fixadas nessa data. Na safra passada, nesse mesmo período, o volume de fixação era de 11,35 milhões de t de açúcar.
De acordo com Arnaldo Corrêa, sócio-diretor da consultoria, a nova estimativa de exportação brasileira para a safra 2020/21 mudou é de 23,5 milhões de t entre abril de 2020 e março de 2021. Sendo assim, 81,7% do volume estimado de exportação já está precificado, o maior percentual dos últimos cinco anos.
“Com a crise mundial provocada pelo covid-19, o consumo de combustíveis no Brasil deve cair mais de 9% e, consequentemente, as usinas vão priorizar a produção de açúcar, por isso a mudança na estimativa de exportação”, afirma Corrêa.
O valor médio das fixações das 19,2 milhões de t é de 13,11 centavos de dólar por libra-peso ou 56,47 centavos de real por libra-peso (ambos sem pol), equivalente a R$ 1,297 por tonelada FOB Santos (com pol). No ano passado, nesse mesmo período, o valor médio das fixações foi de 13,08 centavos de dólar por libra-peso equivalentes a R$ 1,164 por tonelada FOB Santos com pol.
Usinas mais bem organizadas, aquelas que estão estruturadas financeiramente, aceleram as fixações dos açúcares de exportação aproveitando os excelentes preços obtidos com a venda de futuros e NY e do câmbio. Pelo fechamento da última sexta-feira, 22, a média simples dos meses correspondentes à safra 2021/22 trazidos para valor presente descontada a taxa SELIC, liquidavam o equivalente a R$ 1,432 por tonelada FOB Santos.
Mesmo diante destes números, Corrêa afirma que ainda não dá para ficar animado e acreditar em uma recuperação do mercado.
“Embora a variação semanal do açúcar tenha sido positiva ao longo de toda a curva de preços em NY, valorizando na semana de 9 a 13 dólares por tonelada e mesmo com o real se apreciando frente à moeda americana fechando próximo à mínima de R$ 5,5341, notícias acerca da enorme retração do consumo vindo de várias direções poderão afetar ainda mais os preços e os humores do mercado nas próximas semanas”, observa.
O preço médio do fechamento de NY em abril foi de 10,05 centavos de dólar por libra-peso, 175 pontos abaixo da média de fevereiro, uma queda expressiva de quase 39 dólares por tonelada no mês.