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Açúcar: câmbio permite oportunidades para próxima safra

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Por Natália Cherubin

Apesar da tendência de os preços do açúcar continuarem baixos em NY, as cotações do produto em real para a próxima safra tendem a seguir atrativas às usinas diante do câmbio desvalorizado. Essa é uma das expectativas do Itaú BBA, em seu relatório divulgado hoje, 6.

Mesmo com o alta volatilidade do mercado, oriunda do choque de preços do petróleo, em abril o contrato de 1º vencimento do VHP fechou o mês cotado a 10,39 c/lp, valor quase estável frente ao fim de março. No mesmo período o real teve uma depreciação de 5,4%, suavizando as perdas acumuladas do açúcar em reais.

O começo da safra 2020/21 mostra, de acordo com análise do Itaú BBA, que com a queda do etanol no mercado interno as usinas aumentaram o mix para o açúcar, que hoje corresponde a 39,7%.

“Isso combinado com o aumento da moagem fez com que a 1ª quinzena de abril produzisse 0,95 milhão de t de açúcar, resultado 169% superior observado no mesmo período do ano passado”, afirmou o banco.

Além do aumento expressivo da moagem na 1ª quinzena de abril, mais de 61% sobre 2019/20, o clima mais seco, segundo o banco, favoreceu a qualidade da matéria-prima. O ATR por tonelada teve um acréscimo de 2,5% (112,1 kg de ATR/t) em relação ao mesmo período do ano anterior.

A análise revela ainda que o recuo das cotações do petróleo – e consequentemente da gasolina – que incentivou a maior produção de açúcar no Brasil, fez com que os fundos especulativos passassem a apresentar posição líquida vendida de 70,8 mil contratos no final de abril.

“De fato, em um cenário em que o Brasil poderá maximizar o mix de açúcar, o déficit esperado no mercado global poderá ser minimizado”, analisou o banco em documento Agro Mensal.

Prêmio de refinado segue atrativo

As cotações do açúcar branco caíram menos do que o VHP sob uma perspectiva de incerteza quanto à oferta do adoçante no curto prazo e da redução de área de beterraba na Europa.

Segundo o Itaú BBA, com preços menos voláteis do branco, o prêmio do refinado seguiu atrativo, próximo aos US$ 100 por t, estimulando o processamento do açúcar bruto.

Considerando a quarentena na Índia, a expectativa é que o país volte à normalidade a partir da segunda semana de maio, mas a velocidade da retomada ainda é incerta. Sendo assim, o fornecimento de açúcar para o mercado externo a partir dessa origem tende a seguir afetado.

“Segundo relatos do mercado, e que poderemos ver ainda esse mês, os embarques de açúcar bruto do Brasil devem seguir em ritmo acelerado para países asiáticos e/ou nações com polos de refino, como Arábia Saudita e Argélia”, afirmou o banco.

Esse aquecimento das vendas se dá pelo prêmio remunerador do branco em relação ao bruto e pelos baixos preços do VHP em Santos.

Apesar de uma tendência de preços baixos do açúcar em NY, as cotações do produto em moeda nacional para a próxima safra, 2021/22, tendem a seguir atrativas às usinas diante do câmbio desvalorizado.

“A fixação dos contratos a partir 2021, por exemplo, apresentam valores acima dos R$ 1.350 por tonelada. Vale ressaltar que esses valores estão suportados pelo fator câmbio, e consequentemente, caso haja um recuo da taxa cambial, a janela de oportunidade pode ficar restrita”, destacou o banco em documento.

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