Home Agrícola Agro puxa emprego em obras civis e comércio em cidades do interior
AgrícolaMercado

Agro puxa emprego em obras civis e comércio em cidades do interior

As cadeias produtivas do agro paulista se mobilizam para atender às determinações do Governo do Estado de São Paulo e continuar produzindo e escoando a produção para garantir o abastecimento de alimentos a população.
Foto: Ilustração (Crédito: Governo do Estado de SP)
Compartilhar

Os investimentos no agronegócio funcionam como alavanca na geração de emprego e renda em cidades do interior. Municípios nos quais a agricultura e a pecuária pesam na economia local o dobro da média nacional geraram em abril deste ano um volume de vagas formais duas vezes maior do que as demais cidades na comparação com o mesmo mês de 2020, mostra um estudo da assessoria econômica do Bradesco. As vagas formais abertas não foram necessariamente no setor agrícola, mas no comércio e na construção civil, principalmente.

“O investimento no setor acaba multiplicando esses recursos e gerando mais renda e emprego no interior”, afirma economista-chefe do Bradesco, Fernando Honorato.

No município de Bebedouro (SP), por exemplo, há hoje cerca de mil pessoas trabalhando na construção da fábrica de pectina da Cargill. A obra começou em 2020, e a unidade, inicialmente orçada em R$ 550 milhões, entra em operação em meados do ano. Cerca de 50% da cifra faz parte do pacote de quase R$ 1 bilhão que a companhia investiu no país em 2020.

Com mais da metade da produção voltada para exportação, a nova fábrica poderia ser instalada na Flórida (EUA) ou no México. Mas a multinacional escolheu o Brasil por causa da disponibilidade de matéria-prima, além de oferta de mão de obra e condições de infraestrutura, conta Laerte Moraes, diretor. A pectina, espessante usado pela indústria de alimentos, é extraída da casca da laranja, e Bebedouro é um polo de citricultura. “Não tenho dúvida de que a cidade toda se reconfigura quando ocorre um investimento desse porte, com novas demandas para o comércio.”

A Coamo, de Campo Mourão (PR), maior cooperativa singular da América Latina, com receita de R$ 20 bilhões, distribuiu em 2020 R$ 504 milhões em resultados a 30 mil cooperados. Esse dinheiro irrigou as economias das 71 cidades espalhadas entre Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul, onde a cooperativa atua, conta o presidente, Airton Galinari.

Mas o grosso da injeção de recursos da cooperativa nas cidades do interior ocorre por meio de investimentos. Neste ano, a Coamo começa a construção de uma fábrica de ração em Campo Mourão, onde serão investidos R$ 81 milhões. Essa cifra faz parte de um pacote de R$ 425 milhões previstos para 2021, que serão aplicados também na modernização de duas indústrias de óleo no Paraná e duas novas unidades da cooperativa no Mato Grosso do Sul. Em 2020, foram aplicados R$ 414 milhões. Metade foi para a construção do terminal no Porto de Paranaguá (PR).

Compartilhar
Artigo Relacionado
PopularAgrícolaDestaqueÚltimas Notícias

Sphenophorus: a praga silenciosa que ameaça produtividade, qualidade e longevidade dos canaviais

A praga exige um manejo altamente estratégico, combinando muito bem ações físicas,...

AgrícolaÚltimas Notícias

Estudo do IAC revela aumento de 24,5% no TCH da cana-soca com uso de óxidos

Pesquisa destaca eficiência da nutrição com magnésio e cálcio na soqueira, demonstrando...

AgrícolaDestaqueÚltimas Notícias

Nardini Agroindustrial inaugura fábrica de açúcar em Aporé (GO)

Com investimentos em torno de R$ 125 milhões, a Nardini Agroindustrial inaugura...