O conselho de supervisão da Bayer aprovou uma série de medidas para enfrentar a crise gerada pelas derrotas milionárias na Justiça dos Estados Unidos envolvendo o Roundup, marca comercial do herbicida glifosato, desenvolvido pela americana Monsanto.
Desde que a Bayer concluiu a compra da Monsanto, no ano passado, os processos envolvendo o herbicida passaram a ser de sua responsabilidade.
Segundo nota divulgada pela empresa, o conselho reconhece o efeito negativo dos processos nas cotações dos papéis da companhia na bolsa de Frankfurt e, para amenizá-lo, um novo comitê do conselho de supervisão vai monitorar intensivamente a questão, consultar o conselho de administração e fazer recomendações sobre a estratégia nos processos enfrentados.
Em agosto de 2018, quando o ex-jardineiro Dewayne Johnson ganhou um processo contra a Monsanto em San Francisco ao sustentar que tinha desenvolvido um tipo de câncer por causa do agrotóxico, começou o inferno astral da Bayer. De lá para cá, houve uma enxurrada de novas ações, e o número já supera 13 mil apenas nos Estados Unidos.
Em março, a Bayer perdeu mais um processo em San Francisco. Em ambos, a múlti foi condenada a pagar US$ 80 milhões aos reclamantes. Em maio deste ano veio a maior derrota: a múlti foi condenada a pagar US$ 2,1 bilhões a um casal da Califórnia que acusou a companhia de encobrir os riscos à saúde associados ao uso do Roundup. A empresa recorre das decisões.
De acordo com a Bayer, o novo comitê será composto igualmente por representantes de acionistas e funcionários e por oito membros do conselho de supervisão.
Outro ponto que visa a diminuir os efeitos negativos foi a contratação do advogado americano John H. Beisner, especialista em processos relacionados à responsabilidade em relação ao produto comercializado, para assessorar o conselho fiscal nos processos, incluindo táticas de julgamento e mediação, de maneira contínua. Beisner participará das reuniões do novo comitê e se reportará regularmente ao conselho de supervisão.