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Com rompimentos de contratos, usinas não aguentam TRÊS meses, diz Unica

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biosev

Se as distribuidoras diminuírem significativamente as compras de etanol, rompendo, flexibilizando e não realizando novos contratos, a maioria das usinas sucroalcooleiras do Centro-Sul não conseguirá garantir capital de giro para manter o andamento da nova safra por mais de três meses, afirmou Antonio de Padua Rodrigues, diretor técnico da União das Indústrias de Cana-de-Açúcar (Unica).

“Quem não tem três meses de capital de giro vai ter mais dificuldade. E muitas não passam de um mês, mesmo vendendo pouco”, afirmou. A safra 2020/21 começará oficialmente amanhã e as usinas estão começando a moer a cana neste momento.

De acordo com a publicação veiculado no jornal “Valor Econômico”, para bancar os custos da safra, as empresas desembolsam, em média, 70% de seu faturamento anual no período de safra para bancar os custos de produção — o que equivale a cerca de R$ 62 bilhões, considerando o faturamento estimado pela Unica para o Centro-Sul na temporada 2019/20, de R$ 88,5 bilhões.

Já espaço físico não é problema. Segundo Padua, as empresas do segmento fizeram investimentos recentes, até em função da proximidade do início do programa RenovaBio, e conseguiram aumentar a capacidade de tancagem própria de etanol, que hoje está em 60% da capacidade produtiva.

Caso não se encontre uma solução para as vendas de etanol e as usinas sejam forçadas a pararem suas atividades desta safra no meio, “perde-se a produção deste ano e do próximo”, alertou Padua, já que também não haverá recursos para realizar o plantio da cana a ser colhida na temporada seguinte. “Não se estoca cana no campo. Precisa processar, e para isso precisa gerar caixa”, ressaltou.

A Unica ainda discutirá o assunto internamente. Segundo Padua, uma saída pode ser a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) garantir o respeito aos contratos de etanol, assumindo algum deságio.

Também precisará ser avaliado durante o mês de abril qual será o nível de referência de demanda por etanol anidro (que é misturado à gasolina) para orientar os contratos do produto para o período de maio de 2020 a abril de 2021.

As usinas e distribuidoras fecham contratos de 12 meses de comercialização de etanol anidro para esse período com base na demanda por anidro do ano civil anterior. “Se 2019 não puder mais ser referência, pode-se buscar um deságio”, afirmou Padua.

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