O mercado de fertilizantes nitrogenados foi o destaque no início de fevereiro com a proibição das exportações de nitrato de amônio (NH₄NO₃) pela Rússia. O decreto banindo as exportações foi uma medida do governo russo para manter o abastecimento no mercado interno com as janelas para aplicação para a safra de primavera se iniciando.
Hoje, a Rússia é o maior produtor do composto NH₄NO₃, sendo que o Brasil importa cerca de 98% do produto proveniente do país euroasiático. Neste cenário, segundo os analistas do Itaú BBA, com a disponibilidade restrita no mercado, a tendência é de valorização dos preços, além disso, a procura pela substituição do produto pode aquecer as cotações do complexo dos nitrogenados como um todo.
“É válido lembrar que além disso, a questão geopolítica entre Rússia e Ucrânia já tem afetado os preços de gás natural, o que aumenta os custos de produção principalmente dos fertilizantes nitrogenados”, afirmaram em relatório.
Em relação ao mercado de potássicos, a movimentação para a saída do produto originário
da Bielorrússia sustentou os preços no mercado internacional. As exportações daquele
país a partir de fevereiro começaram a ser barradas no porto da Lituânia como reflexo das
sanções impostas pelos EUA e União Europeia.
A rota alternativa para escoar o produto seria pela Ucrânia, de acordo com o Itaú BBA. No entanto, com a crescente tensão entre Rússia e Ucrânia, sendo a Bielorrússia aliada ao Kremlin, o país tem buscado outras alternativas como a saída pela própria Rússia.
Outra consequência da sanção é negociação entre a Bielorrússia e Índia que esta sendo realizada em rúpias (INR – moeda indiana) dada a impossibilidade da transação em dólar e euro. Os preços no Brasil se mantiveram estáveis com a demanda fraca.
“No mercado de fosfatados continuam as incertezas sobre a oferta dos produtos
provenientes de China e Rússia. Na China, com o feriado de ano novo lunar, as
negociações ainda estão arrefecidas, porém a perspectiva é que nas próximas semanas o
mercado fique aquecido com a entrada dos EUA e Europa para as compras de primavera”, explicaram os especialistas do banco.