Edição 190
Forum – O que tem sido feito para reduzir o problema da compactação do solo nos canaviais?
![compacta%c3%a7%c3%a3o%20do%20solo.jpg](http://revistarpanews.com.br/images/edicoes/ed190/compacta%c3%a7%c3%a3o%20do%20solo_opt.jpeg)
![Luiz%20Carlos%20Dalben%201.jpg](http://revistarpanews.com.br/images/edicoes/ed190/Luiz%20Carlos%20Dalben%201_opt.jpeg)
cana da Agrícola Rio Claro
ESPAÇAMENTO COMBINADO E PILOTO AUTOMÁTICO
“Na Agrícola Rio Claro fazemos uso de espaçamento de plantio combinado de 1,40 m X 0,50 m totalizando 1,90 m de espaçamento total, sendo este 1,90 m compatível com as bitolas de todos os nossos equipamentos (tratores, colhedoras e caminhões). Além disso, usamos GPS e piloto automático em todos os equipamentos que vão trafegar na lavoura, fazemos o treinamento e orientação dos colaboradores quanto aos impactos do pisoteio, suas consequências e procuramos não proceder com nenhuma operação que acentue a compactação quando o solo está úmido.”
MENOS CAMINHÕES TRANSBORDOS E GPS
“A usina investiu em alargamento de bitola dos tratores, o que ajudou a reduzir o pisoteio para praticamente zero. Diminuímos também o uso de caminhões transbordo e, além de ter um tráfego controlado com piloto automático no plantio e na colheita, temos o tráfego controlado com a utilização de GPS, o que nos trouxe ganhos de 14% em produtividade agrícola.”
Michel Fernandes, gerente de Produção da Usina Cerradão
PLANEJAMENTO DE COLHEITA E TRANSBORDOS DE ALTA CAPACIDADE
“Para a redução da compactação realizamos as seguintes práticas: maximizamos a colheita de áreas de reforma no período de maior umidade do solo, concentrando o CTT das áreas de melhor TCH no período mais seco. No início de safra fazemos colheitas de áreas que serão reformadas com plantio de inverno e no final de safra nas áreas que ficarão em pousio, realizamos o plantio georreferenciado, o que proporciona melhor paralelismo das linhas de cana e, consequentemente, favorece o tráfego controlado dos equipamentos de colheita na entrelinha da cana assim como de todas as outras operações de tratos culturais. Por fim, sempre nos preocupamos em fazer os ajustes da bitolas dos equipamentos de CTT e optamos pela utilização de transbordos de alta capacidade de carga.”
Jari de Souza,gerente agrícola da Usinas Itamarati
agrícola da Usina Pitangueiras
CUIDADO NO PREPARO DE SOLO
“No plantio estamos melhorando nossos preparos de solo, olhando caso a caso. Temos também utilizado aplicadores de herbicida com barras maiores para passar os rodantes em menor superfície. Já na colheita, estamos utilizando conjuntos de transbordos de no máximo 20 t de cana, com o tratores com bitolas de 3 metros para andar na entrelinha e as colhedoras estão com os elevadores alongados também para que a operação seja viável. Além disso tudo, focamos nas boas práticas agrícolas, evitando passar sobre os sulcos com colhedora e transbordos.”
e consultor da RPA
Consultoria
CUIDADO COM A UMIDADE DO SOLO
“O ideal é trabalhar observando a umidade do solo para que não cause sua deformação, ou seja, o solo pode ser trafegado ou ocorrer operações de preparo ou tratos sem que ocorra uma redução significativa de sua macroporosidade. Este ponto de umidade é próximo à capacidade de campo (CAD) do solo e é variável em função da textura e outras características como, por exemplo, o teor de matéria orgânica, onde a partir do qual pode ocorrer uma deformação irreversível de sua estrutura.”
ESPAÇAMENTO E GPS
“Na minha opinião, o plantio e colheita com uso de GPS e ajustes de espaçamento são as principais ações que podem ajudar a diminuir este problema.”
Antonio de Padua Rodrigues, diretor-técnico da Unica (União da Indústria da Cana-de-açúcar)
CONTROLE DE TRÁFEGO
“Na Clealco prezamos pelo controle do tráfego por meio de colheita com piloto automático e uso do espaçamento alternado na colheita de cana.”
Cassio Paggiaro, diretor Agrícola da Clealco
Agroindustrial da Usina
São João de Araras
PNEUS E DISCIPLINANA OPERAÇÃO
“Não há como não compactar o solo ao se retirar 100 mil kg de colmo por ha sem levitação. O que procuramos fazer é localizar esta compactação de forma a minimizar os danos ao rizoma e sistema radicular. Portanto, trabalhar com espaçamento adequado às bitolas dos equipamentos que terão que trafegar dentro dos talhões foi a forma encontrada por nós. Isto, aliado a utilização de pneus ou trem de rodagem com a maior área de contato (footprint) possível são as práticas mais recomendadas. No entanto, é evidente que ter uma disciplina de operação para evitar qualquer trânsito desnecessário sobre as soqueiras, como os comboios, bombeiros, caminhões oficina e veículos administrativos também contribuirão para a mitigação dos danos.”